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Ativistas, jornalistas independentes e opositores cubanos prestaram homenagem, neste domingo, ao preso político Orlando Zapata Tamayo, falecido há quinze anos após uma longa greve de fome em protesto contra a violação de seus direitos humanos e os abusos sofridos durante seu encarceramento.
A jornalista Yoani Sánchez relatou o que aconteceu no dia de sua morte, quando recebeu a notícia que abalou toda a Cuba.
Esse dia, disse Sánchez, "ocorreu um dos processos de unidade e coesão da sociedade civil independente mais inspiradores que me lembro".
A morte de Zapata foi um sacrifício em que ele usou seu próprio corpo como arma de protesto.
"Passaram-se 15 anos e embora a falta de liberdades continue a marcar o dia a dia nesta Ilha, aquele 23 de fevereiro de 2010 é sem dúvida o marco em que iniciamos uma nova etapa", destacou Sánchez.
José Daniel Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), lembrou que se encontrava em uma cela de isolamento na prisão provincial de Las Tunas quando soube que o opositor pacífico e prisioneiro político Orlando Zapata Tamayo havia falecido.
Contra esse crime protestou. "Muitos presos e vários carcereiros me ouviram. Zapata foi vítima de espancamentos, torturas físicas e psicológicas e nunca se rendeu. Vários presos comuns que estavam perto dele me falaram de sua extraordinária coragem."
Ferrer definiu Zapata como um exemplo de coragem e dignidade. "Sempre o tenho presente. Nos últimos 15 anos, vários prisioneiros políticos morreram nas sombrias prisões da tirania, foram deixados morrer durante a greve de fome, foram mortos por doenças que poderiam ter sido prevenidas ou curadas e foram assassinados à bala. Nossos mártires nunca podem ser esquecidos. O dia 23 de fevereiro é um dia em que todos devemos prestar tributo a eles."
Para a jornalista Luz Escobar, a morte do líder foi um sacrifício e um grito de liberdade "que a ditadura não conseguiu apagar".
Orlando Zapata Tamayo foi encarcerado em 2003 durante a "Primavera Negra" de Cuba e condenado em maio de 2004 a três anos de privação de liberdade.
Na prisão, o regime lhe impôs penas adicionais por seu ativismo político, acumulando assim 36 anos de condenação por desobediência, desacato e protestos em favor dos direitos humanos.
Faleceu em 23 de fevereiro de 2010, após permanecer mais de 80 dias em uma greve de fome em protesto pelo tratamento recebido na prisão.
Uma patada de um dos guardas da prisão em Holguín na cabeça dele provocou um hematoma interno que exigiu cirurgia. Esse foi o último ato violento que o levou a iniciar e manter até as últimas consequências na prisão Kilo 8 de Camagüey a greve de fome que levou ao fim de sua vida.
Após mais de dois meses sem se alimentar e sob pressão de opositores, ativistas da sociedade civil cubana e da comunidade internacional, o regime cubano decidiu transferi-lo para o hospital da Prissão Combinado del Este em Havana, mas acabou sendo levado para o hospital Hermanos Amejeiras, onde faleceu.
Sua morte causou tamanha comoção que lançou uma campanha sob a etiqueta OZT: eu acuso o governo cubano, na qual se exigiu a liberação de todos os presos políticos cubanos.
Perguntas frequentes sobre Orlando Zapata Tamayo e a repressão em Cuba
Quem foi Orlando Zapata Tamayo e por que é lembrado?
Orlando Zapata Tamayo foi um prisioneiro político cubano que morreu após uma prolongada greve de fome em 2010, como protesto contra as violações de direitos humanos que sofreu durante seu encarceramento. Sua morte se tornou um símbolo da luta pela liberdade em Cuba e motivou uma importante mobilização social e de ativistas pelos direitos humanos.
Como morreu Orlando Zapata Tamayo?
Orlando Zapata Tamayo morreu após mais de 80 dias em greve de fome, em protesto contra o tratamento desumano que recebeu na prisão. Durante seu encarceramento, foi vítima de agressões e torturas, o que o levou a iniciar uma greve de fome que culminou com seu falecimento em 23 de fevereiro de 2010.
Qual foi o impacto da morte de Zapata Tamayo na sociedade cubana?
A morte de Orlando Zapata Tamayo provocou um forte impacto na sociedade cubana e na comunidade internacional, destacando a falta de liberdades e as violações dos direitos humanos em Cuba. Seu caso mobilizou ativistas, jornalistas e opositores, que continuam a usar sua memória como símbolo de resistência e sacrifício na luta pela liberdade na ilha.
Que ações os ativistas e opositores tomaram para manter viva a memória de Zapata Tamayo?
Ativistas e opositores têm prestado homenagem a Orlando Zapata Tamayo a cada aniversário de sua morte, usando sua história para visibilizar a repressão e a falta de direitos humanos em Cuba. Eles organizaram atos comemorativos, difundiram sua história nas redes sociais e promoveram campanhas como "OZT: eu acuso o governo cubano" para exigir a libertação dos presos políticos na ilha.
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