Yordenis Ugás opina sobre a "incomodidade" de Marco Rubio como Secretário de Estado

Marco Rubio, o primeiro hispano no cargo, já está promovendo mudanças na USAID e abordando questões de segurança e conflitos internacionais.

Yordenis Ugás e Marco RubioFoto © Collage/Redes Sociais

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Em declarações recentes, o ex-boxeador cubano Yordenis Ugás gerou polêmica ao afirmar que Marco Rubio "deve estar muito desconfortável" no cargo de Secretário de Estado, posição que ocupa desde o dia 21 de janeiro passado.

Ugás explicou seus argumentos em uma publicação no , ressaltando que a nomeação do ex-senador implicaria enfrentar desafios que poderiam evidenciar discrepâncias entre suas convicções e as exigências da política externa atual.

Captura de Facebook/Yordenis Ugás

“Eu sempre sonhei que Marco Rubio fosse vice-presidente, embora soubesse que era quase impossível por aquela regra que impede que o presidente e o vice-presidente sejam do mesmo estado – ¡porque se perderiam os votos, e no caso da Flórida, teriam perdido totalmente!”, começou Ugás sua exposição.

O vencedor do Campeonato Mundial de Boxe Amador de peso leve de 2005 apontou que, no ano passado, enquanto lidava com um assunto familiar, esteve muito próximo do escritório do então senador Rubio e sempre dizia à sua mãe: “Esse vai ser um dos homens mais poderosos do país”.

No obstante, embora tenha destacado que para o cargo de Secretário de Estado, “a verdade é que ele está super preparado”, apontando que além disso é uma posição chave no governo, também mencionou que “a grande diferença é que ser vice-presidente te prende durante quatro anos, quase sem opção”.

Então argumentou: “Com o que está por vir como Secretário de Estado, duvido que Marco chegue até o final... e espero estar errado”.

De acordo com Ugás, o floridano “deve estar realmente incomodado”, porque “se você passou a carreira condenando as ditaduras da Venezuela, Nicarágua e Cuba, criticando para todos os lados e até odiando o assassino de Putin… como você vai passar de um extremo ao outro? Embora eu esclareça, o papel do Secretário de Estado é implementar as políticas do presidente, e isso precisa ficar bem claro”.

Para avivar o debate, Ugás levantou uma questão que deixou em aberto para seus seguidores. “E aqui fica uma pergunta que me faço desde o primeiro dia: Você acha que Marco Rubio sabia de tudo o que iria acontecer com a Venezuela e a Ucrânia e, mesmo assim, aceitou o cargo?”.

Sua indagação foi recebida com vários critérios na publicação, onde prevaleceu a divisão de opiniões.

“Marco Rubio pode não concordar em muitas coisas, mas a democracia precisa prevalecer e oferecer o melhor para o país. A política é razão fria, focada no resultado de um país com boa economia, segurança e qualidade nos serviços públicos. Para ajudar os outros, primeiro é preciso estar bem consigo mesmo, e com o resfriado que os EUA têm. Agora, não pode continuar tratando da febre do mundo inteiro”, expressou um dos internautas.

Outra pessoa refletiu sobre o pouco tempo que o atual Secretário de Estado está no cargo. “Estão julgando toda a gestão de 4 anos por apenas um mês que essas pessoas estão lá. Ainda falta muito para ver. Quem sabe qual é a estratégia final de tudo isso? É preciso esperar um pouco mais. Essa é a minha opinião. Mas entendo a incerteza que se sente neste momento”, comentou.

Um usuário foi além em seus argumentos. “Vou te dizer algo e talvez você não goste, essa é a política, tudo a conveniência. Hoje é azul e amanhã verde. O que eu realmente acredito é que Trump enganou todos que pensaram que ele era um leão, e agora resulta que ele é um coelho controlado pelo verdadeiro presidente... Elon Musk. Comprou as eleições para fazer o que quiser, hoje nos EUA quem manda é só Elon”.

Uma liderança com selo latino e postura firme

Rubio, de 53 anos e filho de imigrantes cubanos, se tornou o primeiro hispano a ocupar este cargo estratégico e no primeiro membro do gabinete de Donald Trump a ser ratificado pelo Senado.

A votação foi resolvida com um apoio esmagador de 99 votos a favor e nenhum contra, recebendo também o voto democrata.

Este resultado reflete não apenas a confiança bipartidária em suas capacidades, mas também o reconhecimento de sua trajetória política e seu enfoque em questões de política externa, tornando-o uma figura chave para liderar o Departamento de Estado em um momento de desafios globais.

En sua primeira turnê, Rubio fez uma visita oficial ao Panamá, El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana. Durante esse percurso, destacou a importância da região para a segurança e o crescimento econômico dos Estados Unidos, e deixou claro que sua gestão buscará fortalecer a cooperação bilateral, ao mesmo tempo em que critica a influência de regimes autoritários e potências como a China no hemisfério.

Uno dos movimentos mais contundentes de sua gestão foi a assunção interina do controle sobre a USAID. Rubio criticou a agência por não promover de forma eficaz os interesses nacionais, impulsionando uma reestruturação que a alinhe estreitamente com a política externa do governo. Além disso, ordenou a suspensão de novos compromissos de ajuda externa em diversas áreas—saúde, educação, desenvolvimento e segurança—visando revisar a eficácia e a coerência desses programas.

A agenda de Rubio também incluiu reuniões estratégicas com altos comandos do Comando Sul dos Estados Unidos, com os quais discutiu a necessidade de uma maior coordenação em defesa e segurança, especialmente diante de desafios como a migração irregular e a influência de atores estrangeiros na América Latina e no Caribe.

Também deu passos importantes para abordar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Durante uma reunião com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, o Secretário de Estado destacou a necessidade de utilizar a liderança de Donald Trump para reunir as partes em conflito e fomentar negociações sérias que encerrem o conflito.

Encontro-se anunciou, além disso, medidas para formar uma equipe de negociação destinada a explorar caminhos para a paz, reafirmando a posição de que apenas uma liderança firme e enérgica –segundo suas palavras, a de Trump– poderá lograr avanços no processo de paz.

Perguntas frequentes sobre Yordenis Ugás e a política cubana e americana

Por que Yordenis Ugás acredita que Marco Rubio está desconfortável como Secretário de Estado?

Yordenis Ugás acredita que Marco Rubio está desconfortável porque, como Secretário de Estado, deve enfrentar desafios que podem contradizer suas convicções pessoais, especialmente após ter passado sua carreira condenando ditaduras em países como Venezuela, Nicarágua e Cuba, e criticando figuras como Vladimir Putin.

Quais desafios Marco Rubio enfrenta em seu papel atual segundo Yordenis Ugás?

Segundo Yordenis Ugás, Marco Rubio enfrenta o desafio de levar adiante as políticas do presidente, mesmo que estas vão contra suas críticas passadas a regimes autoritários. Além disso, deve lidar com situações complicadas em países como a Venezuela e a Ucrânia, o que pode testar sua coerência política.

Como a comunidade cubana reagiu à nomeação de Marco Rubio?

A comunidade cubana tem opiniões divididas sobre a nomeação de Marco Rubio como Secretário de Estado. Alguns veem nele uma figura capaz de conter a influência de regimes autoritários na América Latina, enquanto outros expressam incerteza e ceticismo sobre sua capacidade de lidar efetivamente com a política externa.

Qual é a posição de Yordenis Ugás em relação ao regime cubano?

Yordenis Ugás é um crítico fervoroso do regime cubano, a quem acusa de violações de direitos humanos e de ser ilegítimo. Seu ativismo centra-se em advogar pela liberdade de Cuba e expressar seu desejo de que os responsáveis pela repressão na ilha sejam levados à justiça.

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