O influenciador e ativista Yoandi Montiel Hernández, conhecido como El Gato de Cuba, denunciou nas redes sociais o agravamento das quedas de energia em Havana.
"Há três coisas verdadeiras nesta vida. Na prisão, você sabe quando entra, mas não sabe quando sai, porque pode se complicar. Na vida, você sabe quando nasce, mas não sabe quando morre, pois isso é imprevisível. E aqui, na Guiteras (termoelétrica no ocidente de Cuba), você sabe quando a energia é cortada, mas não sabe quando a restabelecem. Estão exagerando!", expressou em suas redes sociais.
A capital tinha sido uma das áreas menos afetadas pela crise energética, mas o regime cubano já começou a programar cortes de energia a cada três horas.
O Gato de Cuba, visivelmente indignado, assegurou que os apagões estão se espalhando e afetam cada vez mais pessoas vulneráveis. Perguntou-se "até quando" teremos que suportar essa situação.
Além disso, denunciou que as crianças estão dormindo em condições subumanas devido ao calor e à proliferação de mosquitos, o que torna impossível que no dia seguinte possam ir à escola ou levar uma vida normal.
Suspensão de atividades laborais e docentes em Cuba
O governo cubano anunciou nesta quinta-feira a Suspensão da atividade laboral e docente para este fim de semana, devido à grave crise energética que o país enfrenta.
"...Foi decidido suspender, nos dias 14 e 15 de fevereiro, as atividades docentes e laborais que não sejam imprescindíveis nas condições atuais", informou o Ministério do Trabalho e da Segurança Social (MTSS).
A nota oficial detalha que os serviços básicos para a população serão mantidos e os trabalhadores afetados receberão uma compensação salarial de acordo com o que está estabelecido no Código do Trabalho.
Alguns eventos podem ser cancelados no país. Nesse aspecto, é importante destacar que ainda não foi informado como a decisão afetará a 33ª edição da Feira Internacional do Livro de Havana, prevista para começar nesta sexta-feira com a participação de 400 convidados de 40 países.
Um sistema energético antigo e colapsado
A crise energética em Cuba continua a agravar-se. A União Eléctrica (UNE) reportou na quinta-feira um déficit máximo de 56% da demanda nacional, equivalente a 1.810 MW no horário de maior consumo.
Nas últimas horas, o diretor-geral de Eletricidade do Ministério de Energia e Minas (MINEM), Lázaro Guerra, alertou que a situação seria particularmente complicada, embora se espere "uma melhora nas afetações ao serviço".
Dez unidades termoelétricas estão fora de serviço, seis delas por avaria e quatro por manutenção. Isso significa que a metade do total de 20 unidades de produção termoelétrica, distribuídas em sete centrais, não está operativa.
Além disso, 59 centrais de geração distribuída e duas centrais flutuantes ficaram fora de serviço devido à falta de combustível, tanto óleo combustível quanto diesel.
O governo cubano assegura que está impulsionando soluções temporárias para mitigar a crise energética, mas não conseguiu resolver o problema estrutural do país. Há cinco anos, os apagões afetam os cubanos todos os dias, embora em Havana eles estejam sentindo isso com mais intensidade agora.
Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba
Por que estão ocorrendo apagões frequentes em Cuba?
Os apagões em Cuba são consequência de um sistema energético colapsado, com um déficit de geração que alcança até 56% da demanda nacional. Dez unidades termoelétricas estão fora de serviço, seis por avaria e quatro por manutenção, o que limita a capacidade de geração elétrica. Além disso, a falta de combustível deixou 59 centrais de geração distribuída e duas centrais flutuantes inoperativas.
Que medidas o governo cubano tomou diante da crise energética?
O governo cubano decidiu suspender as atividades de trabalho e de ensino não essenciais nos dias 14 e 15 de fevereiro para contribuir com a economia de energia. Somente os serviços básicos para a população serão mantidos, e os trabalhadores afetados receberão compensação salarial. No entanto, essas medidas não resolveram o problema estrutural do sistema energético na ilha.
Como a crise energética afeta a vida cotidiana dos cubanos?
A crise energética impactou severamente a vida cotidiana dos cubanos. As frequentes quedas de energia afetam o descanso noturno devido ao calor e à proliferação de mosquitos, especialmente nas crianças, impedindo uma vida normal e a assistência à escola. Além disso, a falta de eletricidade levou à suspensão de atividades laborais e educacionais, interrompendo a rotina diária.
Como está respondendo a população cubana à crise energética?
A população cubana tem demonstrado seu descontentamento através das redes sociais, expressando frustração e cansaço diante dos prolongados apagões. Os cidadãos criticam a gestão do governo e exigem soluções eficazes para uma crise que consideram insustentável. Além disso, têm recorrido ao engenho para se adaptar à situação, como cozinhar em fogueiras improvisadas.
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