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La Unión Eléctrica (UNE) previu para esta quarta-feira apagões na ordem de 1.870 MW, um número recorde que evidencia a crise da geração elétrica na ilha.
A saída nesta terça-feira de Felton 1 do Sistema Elétrico Nacional (SEN), que segundo a atualização mais recente estará inoperante por cerca de 20 dias, complicou ainda mais o já deteriorado panorama.
Ontem, seis unidades termoelétricas estavam fora de serviço em Cuba, número que hoje chega a nove.
O serviço elétrico foi afetado nesta terça-feira a partir das 5h12 e permaneceu assim durante toda a madrugada de hoje.
A maior afetación registrada neste 11 de fevereiro foi também altíssima: de 1.736 MW às 18h40. Trata-se de um valor muito superior aos 1.460 MW que a UNE havia previsto de apagões para ontem.
Às 7:00 da manhã desta quarta-feira, a disponibilidade de geração era de 1.390 MW, enquanto a demanda chegava a 2.300 MW, o que gerou um déficit imediato de 987 MW naquele momento.
Prevê-se que, até o meio-dia, a afetação aumente para 1.250 MW.
Atualmente, o SEN enfrenta quebras em quatro unidades termelétricas: a 3 da CTE Santa Cruz, a 6 de Renté e as unidades 1 e 2 da CTE Felton.
Em manutenção encontram-se mais cinco unidades. Elas são: a 2 da CTE Santa Cruz, as 3 e 4 da CTE Cienfuegos, a 6 de Nuevitas e a 5 da CTE Renté.
As limitações na geração térmica somam 250 MW.
Por falta de combustível, um total de 57 centrais de geração distribuída estão fora de serviço, o que afeta 407 MW.
Também estão afetados 90 MW na patana de Melones e 30 MW na patana de Regla, totalizando 527 MW fora de serviço por essa via.
Previsão para o horário de pico
A União Elétrica diz que para a noite se espera a incorporação de 100 MW da unidade 6 da CTE Nuevitas, atualmente em processo de arranque.
No entanto, a disponibilidade projetada para o horário de maior consumo é de 1.490 MW, em comparação com uma demanda máxima estimada de 3.290 MW.
Tal circunstância geraria uma previsão de 1.870 MW no horário noturno.
Apagões programados em Havana
Dada a situação crítica do SEN, a Empresa Elétrica de Havana anunciou interrupções programadas no serviço para esta quarta-feira:
Blocos #3 e #4: Das 10h às 15h.
Bloque #2: Das 15h às 19h.
Bloque #1: Das 18:00 às 22:00
A desesperação cresce entre os cubanos
A falta de eletricidade se tornou um pesadelo diário que afeta a alimentação, o descanso e a qualidade de vida de milhares de famílias.
"Inumano tudo, não traz nenhuma nota sobre o que está acontecendo"; "Não há um dia sem afetação, isso é por toda a vida, eles vão tentando te adaptar até que te prejudicam sem mais nem menos", "Preparando a atividade para o apagão total"; "No final, melhor desconectar o país agora"; "A cada dia avançamos mais, mas para a era da pedra"; "O ministro explica muito bem, mas o que explica não traz energia", foram algumas das opiniões na maré de comentários de cubanos desesperados pela situação.
Os cidadãos também denunciam o impacto social da crise: desde alimentos que se estragam até crianças e idosos que não conseguem comer nem dormir devido à falta de eletricidade, o desamparo é total.
"Quem vai pagar pelos alimentos daquelas pessoas que estão estragando?"; "Estão nos matando pouco a pouco", afirmaram outros dois cubanos indignados.
A angústia se mistura com um tom de resignação e sarcasmo, com usuários que ironizam sobre a chegada iminente aos 2.000 MW de déficit: "Vamos por mais".
Para muitos, a falta de eletricidade é apenas um sintoma a mais de um sistema que está se desmoronando. O descontentamento cresce ao considerar a incapacidade das autoridades em resolver a crise.
A falta de planejamento equitativo na distribuição da energia também é uma reclamação recorrente.
"Se vocês fizessem um planejamento compartilhado de forma igualitária para toda a ilha, o sofrimento seria menor", lamentou outro cidadão, apontando que há áreas, como Havana, onde as quedas de energia são menores.
Para muitos, o país caminha para um novo apagão em massa, dada a instabilidade do Sistema Elétrico Nacional (SEN).
A desesperança é evidente naqueles que viveram décadas de crise e veem a situação piorar sem uma saída clara.
"Nascí com o bloqueio e, pelo andar da carruagem, vou morrer com essa palavrinha ressoando em meus ouvidos", escreveu uma cubana, desmentindo a narrativa oficial de que a crise energética se deve a fatores externos.
Perguntas Frequentes sobre os Apagões em Cuba
Qual é o motivo dos recorrentes apagões em Cuba?
Os apagões em Cuba devem-se principalmente a um déficit na geração elétrica. Esta situação é causada por falhas em várias unidades termelétricas, falta de manutenção adequada e escassez de combustível, o que impede atender à demanda energética do país.
Quais são as consequências dos apagões para a população cubana?
Os apagões afetam gravemente a qualidade de vida dos cubanos. Interrompem atividades diárias como o cozimento de alimentos e o uso de eletrodomésticos, e também impactam serviços essenciais como o atendimento médico e a conservação de alimentos. Essa situação gera frustração e descontentamento na população.
Quais medidas o governo cubano está tomando para enfrentar a crise energética?
O governo cubano não implementou soluções efetivas a longo prazo para resolver a crise energética. As promessas de melhoria não se concretizaram, e as autoridades não conseguiram estabilizar o fornecimento de energia elétrica, o que mantém a população em uma situação de incerteza e descontentamento crescente.
Como a falta de combustível afeta a geração elétrica em Cuba?
A falta de combustível agrava significativamente a crise energética em Cuba. Essa situação deixou fora de serviço inúmeras centrais de geração distribuída, contribuindo para o déficit de geração elétrica e piorando os apagões em todo o país.
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