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Os Estados Unidos anunciaram que em 30 dias iniciarão as deportações de imigrantes para a Base Naval de Guantánamo, em Cuba.
Tom Homan, a quem Donald Trump colocou à frente das políticas migratórias e de segurança nas fronteiras, informou à The Washington Post que planeja viajar para a base naval americana nas próximas semanas para supervisionar a construção acelerada de um campo de detenção.
Embora Trump tenha dito que o recinto abrigará cerca de 30.000 pessoas, ele esclareceu que provavelmente começariam com um número pequeno de deportados.
"Esperamos que dentro de 30 dias comecemos a trasladar pessoas para lá", apontou.
O chamado zar fronteiriço indicou que o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) ficará responsável pela instalação ampliada em Guantánamo, embora os detalhes ainda não estejam claros.
A decisão de reclusão de até 30.000 migrantes em Guantánamo busca aliviar a pressão sobre os centros de detenção no território dos Estados Unidos e se concentrará em migrantes irregulares acusados de crimes.
O governo dos Estados Unidos já começou a implementar seu plano para transferir os detidos. O secretário do Departamento de Defesa, Pete Hegseth, informou que sua agência está coordenando esforços para criar uma área dentro da base para esse fim.
Em meio aos preparativos, um contingente de fuzileiros navais chegou à base no fim de semana.
"Os fuzileiros navais americanos chegaram à Baía de Guantánamo para apoiar o Departamento de Defesa e Segurança Nacional na expansão do Centro de Operações Migratórias, impulsionando assim a missão do presidente Trump de proteger os americanos e assegurar nossa nação", disse a Casa Branca em um comunicado.
Por sua parte, a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, afirmou em uma entrevista que "o devido processo será seguido, e ter instalações na Baía de Guantánamo será uma vantagem para nós".
A ordem executiva assinada por Trump determina preparar até 30.000 camas na instalação para os detidos. A base naval já possui um espaço para migrantes que tem sido utilizado várias vezes para acomodar temporariamente haitianos e cubanos interceptados no mar, e que está separada da prisão de segurança máxima onde estão os suspeitos de terrorismo.
Segundo Político, até agora o exército realizou oito voos de deportação: quatro para a Guatemala, três para Honduras e um para o Equador. Esta seria a primeira vez que migrantes são enviados para Guantánamo, o que apresenta desafios legais e logísticos únicos.
"O Presidente disse que lá estarão os piores dos piores, que vamos perseguir esses maus atores...", precisou Noem na entrevista.
A prisão militar de Guantánamo foi inaugurada em janeiro de 2002 na base naval americana localizada em Cuba. O centro de detenção foi criado após os ataques de 11 de setembro de 2001, durante o mandato do presidente George W. Bush, para receber prisioneiros classificados como "combatentes inimigos".
Perguntas frequentes sobre as deportações de imigrantes para Guantánamo
Por que os Estados Unidos deportarão migrantes para Guantánamo?
Os Estados Unidos planejam deportar migrantes para Guantánamo para aliviar a pressão sobre os centros de detenção em seu território e se concentrarão em migrantes irregulares acusados de crimes. A administração Trump justificou essa medida como parte de sua estratégia para gerenciar a crise migratória e garantir a segurança da nação.
Qual é a capacidade do novo centro de detenção em Guantânamo?
O centro de detenção em Guantánamo terá capacidade para abrigar até 30.000 migrantes. A ordem executiva assinada pelo presidente Trump instrui a preparar essa quantidade de camas na instalação para os detidos.
Quais são os desafios apresentados pela deportação de migrantes para Guantánamo?
A deportação de migrantes para Guantánamo apresenta desafios legais e logísticos únicos. É a primeira vez que migrantes são enviados para esta base, o que envolve questões de jurisdição e manejo de direitos humanos, além da logística de trasladar e manter tantas pessoas em um local remoto.
Como o governo cubano reagiu a esse plano?
O governo cubano rejeitou e criticou fortemente o plano dos Estados Unidos de usar a Base Naval de Guantánamo para abrigar migrantes. As autoridades cubanas consideram isso uma "brutalidade" e um ato de ocupação ilegal do território cubano.
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