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O empresário Elon Musk prometeu ajudar o presidente Donald Trump a cortar os gastos públicos e, como diretor do Departamento de Eficácia Governamental (DOGE), iniciou sua cruzada com um ataque frontal midiático à Fundação Nacional para a Democracia (NED, na sigla em inglês) e à Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Para cortar os gastos públicos 'desnecessários', Musk pediu em sua rede social X (anteriormente Twitter) a colaboração dos usuários para elaborar uma "longa lista" com "as coisas ruins" que a NED, uma organização americana de propriedade privada, financiada pelo Congresso dos Estados Unidos, tem feito. Esta organização se dedica a conceder ajuda a ONGs e entidades relacionadas à defesa dos direitos humanos e à liberdade de imprensa em países não democráticos.
Atualmente, a NED gerencia 362 milhões de dólares em fundos governamentais reportados ao IRS (Agência Tributária dos EUA) e 1,6 bilhões de dólares em subsídios ativos.
Elon Musk também não tem hesitado ao definir a USAID, responsável pelo controle dos fundos destinados a subsídios no exterior e à cooperação internacional, como uma "organização criminosa". Ele também afirmou que "é hora de acabar com isso".
Sua opinião sobre a Agência para a Ajuda Externa é clara. "A USAID é um punhado de vermes. Não há maçãs. E quando não há maçãs, simplesmente é preciso se livrar de tudo. Por isso é preciso eliminá-la. Não tem conserto", escreveu na plataforma X.
Não é de se estranhar que com esses elogios, o site e a conta da USAID na rede social X tenham desaparecido.
Mas os ataques de Musk não vieram apenas dele, mas também de seus seguidores incondicionais. É o caso de @DataRepublican, uma conta da plataforma X que se dedica a analisar e compartilhar informações sobre o gasto do governo federal dos Estados Unidos, dados eleitorais e mapas, entre outros. A conta foi reconhecida por Elon Musk, que recomendou que "vale a pena segui-la".
Em um tuit compartilhado neste 2 de fevereiro, @DataRpublican questiona a idoneidade de políticos vinculados à NED. Entre eles, cita expressamente o senador republicano Todd Young, de Indiana, que recentemente passou a integrar o conselho da Fundação Nacional para a Democracia, acusando-o de um suposto conflito de interesses em relação ao seu cargo na fundação, sua responsabilidade política no Senado e sua oposição à confirmação de Tulsi Gabbard, também republicana e favorável à extinção da NED.
Recortes que afetam meios de comunicação e ONGs cubanas
Na semana passada, a administração de Donald Trump ordenou a suspensão temporária de todos os programas de subsídios e empréstimos financiados por agências federais para ajuda externa, uma medida que atingiu em cheio a imprensa independente e as ONGs que promovem a democratização em Cuba. Muitas dessas organizações ainda tentam assimilar o impacto da decisão, que deixa em incerteza suas operações e fontes de financiamento.
A medida, que a Casa Branca anulou temporariamente ao comprometer programas governamentais de habitação e saúde para americanos em situação vulnerável, também compromete seriamente a viabilidade de determinados projetos que afetam Cuba. No entanto, essa suspensão da ordem deixa muitas dúvidas no ar.
De fato, a administração Trump desmontou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), integrando-a sob o controle do Departamento de Estado. Desde o último sábado, o site oficial da USAID (usaid.gov) está fora do ar.
Paralelamente, desde seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025, Donald Trump colocou em marcha uma estratégia de máxima pressão contra o regime cubano, revertendo flexibilizações anteriores e reinstaurando sanções econômicas e migratórias. Apoiado por figuras-chave como Marco Rubio, o novo enfoque de Washington busca cortar as fontes de financiamento do castrismo, limitar sua influência na região e fortalecer o apoio à oposição. Nesse contexto, a administração implementou uma série de medidas projetadas para restringir o acesso do regime a divisas, aumentar seu isolamento internacional e enfraquecer sua capacidade repressiva.
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