José Daniel Ferrer envia mensagem contundente a Díaz-Canel

José Daniel Ferrer enviou uma mensagem importante ao governante.


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O líder opositor cubano José Daniel Ferrer, que foi libertado na semana passada, enviou nas últimas horas uma mensagem a Miguel Díaz-Canel, a quem instou a realizar no país "eleições livres e plurais" e iniciar um processo de "reconciliação nacional".

"É hora de parar de causar danos a #Cuba, de pôr fim ao terrorismo de Estado contra o povo, de que milhões de cubanos sofram todo tipo de privações e desejem emigrar para outras terras, de que se persiga e prenda em campos de concentração, ao estilo nazista, todos os que dissentem", escreveu Ferrer no início de uma mensagem divulgada em suas redes.

"É hora de Cuba se tornar uma nação livre e democrática, amiga do Ocidente, de começar a reconstruir nossa bela pátria, de deixar para trás a fome e a miséria", acrescentou.

A seguir, José Daniel Ferrer pediu "eleições livres e plurais", que permitam ao povo cubano recuperar sua "soberania".

"É hora de iniciar um honesto processo de reconciliação nacional onde nenhum cubano seja excluído. Nada é mais perigoso do que se apegar ao poder e continuar prolongando o sofrimento de todo um povo. Faça o que a razão e a justiça exigem", acrescentou.

Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), que permaneceu preso nos últimos três anos e meio em Santiago de Cuba, aconselhou o governante a "não esperar até que seja tarde demais".

"O tempo se esgota e a paciência de um povo desesperado tem limites. Não guardo rancor pelas torturas que seu regime me infligiu em suas terríveis prisões, não lhe desejo nenhum mal, mas nunca me calarei diante do mal que seu regime causa à nossa nação e continuarei lutando pelos direitos e pelo bem-estar de todos os cubanos, ciente de que posso voltar a suas prisões e até de que podem me assassinar", concluiu.

Captura de tela do Facebook/José Daniel Ferrer

Em uma mensagem anterior, neste 20 de janeiro, Ferrer fez um enérgico apelo à unidade de todos os cubanos, tanto dentro da ilha quanto na diáspora, para enfrentar o regime e lutar pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos na nação.

Através de uma mensagem divulgada nas redes sociais, Ferrer expressou sua determinação de continuar a luta contra a tirania após seu retorno ao palco público, após três anos e meio de encarceramento injusto e cruel.

“É hora de que os cubanos de dentro e da diáspora nos unamos em um só front e deixemos claro ao mundo nosso firme propósito de que estamos dispostos a conquistar nossa liberdade e fazer de Cuba uma nação justa e próspera aliada do Ocidente”, escreveu.

Ferrer García, quien foi libertado na última quinta-feira, em suas primeiras declarações após sair da prisão já havia enviado uma mensagem de firmeza e esperança aos cubanos, aos quais instou a perder o medo porque "o opressor está cada vez mais assustado".

“Não tenham medo de lutar por uma Cuba livre, justa e próspera, não tenham medo de trabalhar por um futuro melhor para todos os cubanos, para que não tenhamos que sair em busca de liberdade e melhores condições de vida em outras terras", disse nessa ocasião, em declarações à Martí Notícias.

“Não tenham medo de enfrentar o opressor, pois o opressor está cada vez mais assustado, cada vez mais fraco e na medida em que o olharmos de frente, em que o enfrentarmos com dignidade, com decoro, com coragem, mais curta será sua existência, menos tempo lhe restará no poder, menos abusos poderão cometer e menos mortes poderão continuar protagonizando”, acrescentou.

Ferrer concluiu que entre todos "podemos fazer com que Cuba mude, podemos pôr fim à opressão, à miséria, à fome, à pobreza generalizada e dar a Cuba e ao povo cubano o que sempre devíamos ter: uma Cuba feliz, uma Cuba livre, uma Cuba justa, uma Cuba próspera".

Considerado "prisioneiro de consciência" pela Amnistia Internacional (AI), José Daniel Ferrer foi encarcerado em 12 de julho de 2021, no contexto dos protestos antigovenamentais de 11J.

Líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), Ferrer -que atualmente tem 54 anos- tem sido por muitos anos um firme opositor ao regime comunista cubano, o que lhe rendeu múltiplas prisões, perseguições e represálias por suas atividades políticas.

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