Régimen cubano reporta 127 libertações após negociações com os EUA e o Vaticano

Cuba libera 127 presos após negociações com os EUA e o Vaticano. Inclui presos políticos como José Daniel Ferrer. Cubalex verifica os casos. Os EUA suavizam sanções e eliminam restrições a Cuba.


A vice-presidente do Tribunal Supremo Popular (TSP) de Cuba, Maricela Sosa Ravelo, informou que, após negociações com os Estados Unidos e a mediação do Vaticano, o regime cubano concedeu desde quarta-feira 127 liberações antecipadas.

Das quais, 121 foram por liberdade condicional, um regime de prova em que se monitora a conduta dos internos, e seis por licença extrajudicial, que são concedidas por motivos de saúde ou outros fatores.

Em declarações à Televisão Nacional, Sosa Ravelo disse que os tribunais cubanos continuarão avaliando se os solicitantes atendem aos requisitos estabelecidos pela lei de execução penal.

"Os tribunais continuarão a avaliar e analisar se estão presentes os requisitos da lei de execução e a fundamentação dos pedidos", afirmou, sublinhando que a solicitação é feita pelo regime e a decisão final sobre cada caso depende da avaliação dos juízes e da promotoria.

Dentro dos liberados, encontram-se vários presos políticos, entre eles o líder opositor José Daniel Ferrer e Luis Robles Elizastigu, assim como manifestantes do 11J, que foram liberados nas primeiras 36 horas após o acordo.

De acordo com o governo cubano, a liberação gradual de 553 pessoas condenadas por diversos delitos será implementada sob condições especiais, o que significa que os libertados deverão continuar sob vigilância e cumprir com compromissos legais pendentes.

Cubalex, organização defensora dos direitos humanos, iniciou um processo de verificação independente dos casos, atualizando em tempo real a lista dos liberados, no entanto, a cifra que a organização conseguiu reunir é muito inferior (de apenas 50 até o momento da publicação desta nota) em relação às estatísticas do relatório governamental.

Embora o governo cubano tenha negado que haja uma relação direta entre as liberações e um acordo com os Estados Unidos, fontes da administração de Joe Biden confirmaram que as excarceracões estão vinculadas a um acordo no qual Cuba se compromete a liberar prisioneiros políticos.

Este acordo também incluiu a remoção de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo e a suspensão do Título III da Lei Helms-Burton.

A mudança na política americana ocorreu depois que Cuba foi incluída em dezembro de 2023 na lista de países patrocinadores do terrorismo, mas em 2024, a administração Biden adotou uma postura mais conciliatória, o que facilitou a libertação dos prisioneiros e uma redução das sanções econômicas.

Perguntas frequentes sobre as libertações em Cuba após o acordo com os EUA e o Vaticano

Quantos presos foram libertados em Cuba após o acordo com os EUA e o Vaticano?

O regime cubano informou que concedeu 127 solturas antecipadas após negociações com os Estados Unidos e a mediação do Vaticano. Dessas, 121 foram por liberdade condicional e seis por licença extrapenal. O processo de liberação inclui um total de 553 pessoas, embora seja realizado de forma gradual.

Quem são alguns dos presos políticos liberados em Cuba?

Entre os presos políticos liberados estão líderes da oposição como José Daniel Ferrer e Luis Robles Elizastigui, assim como manifestantes de 11 de julho de 2021. Essas liberações fazem parte de um acordo mediado pelo Vaticano e negociado com os Estados Unidos.

Quais são as implicações do acordo entre os EUA, o Vaticano e Cuba?

O acordo implica que Cuba liberará um número significativo de presos políticos, o que levou os Estados Unidos a retirarem Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo e a suspenderem o Título III da Lei Helms-Burton. Este acordo facilitou as liberdades e uma redução das sanções econômicas.

Qual foi o papel do Vaticano na libertação de prisioneiros em Cuba?

O Vaticano atuou como mediador nas negociações entre Cuba e Estados Unidos, o que possibilitou a liberação de prisioneiros políticos na ilha. O Papa Francisco tem promovido o espírito de reconciliação e esperança, o que influenciou esse processo.

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