Jovem preso político excarcerado em Cuba contente após sair "de um inferno"

Condenado inicialmente a 15 anos de prisão por sedição, Cruz faz parte dos 553 prisioneiros que o regime concordou em libertar após negociações entre o Vaticano e os Estados Unidos.


O preso político Dariel Cruz, de apenas 23 anos, faz parte dos 553 prisioneiros que o regime concordou em libertar após negociações entre o Vaticano e os Estados Unidos.

Residente na comunidade de Güinera, no município habanero Arroyo Naranjo, Cruz passou quase três anos na prisão por participar das históricas manifestações de julho de 2021 em Cuba.

Condenado inicialmente a 15 anos de prisão por "sedução", nesta quarta-feira o jovem caminhou junto com sua mãe pelas ruas do bairro, onde foi recebido com abraços e demonstrações de afeto por vizinhos e amigos.

Especialmente emotivo foi o reencontro com a sua avó.

"À noite me chamaram e ligaram para minha mãe dizendo que eu estava livre", explicou em declarações coletadas pela rede Telemundo.

À pergunta sobre como se sente, respondeu:

"Como você acha que eu me sinto ao sair de um inferno para estar com minha família e minha filha? Calma já. Estou me sentindo contente e tranquilo, e me comportando bem para seguir em frente", disse.

Embora sua sentença não tenha sido anulada nem comutada, as autoridades informaram que ele poderá cumprir o restante de sua pena em prisão domiciliar.

Liberação de presos políticos em Cuba

Um total de 28 presos políticos cubanos, incluindo José Daniel Ferrer, Luis Robles Elizástigui e os manifestantes do 11J, foram liberados nas primeiras 36 horas após o acordo alcançado pelo regime de Havana com os Estados Unidos através do Vaticano.

O governo cubano anunciou em 14 de janeiro de 2025 a liberação gradual de 553 pessoas que cumpriam penas por diversos crimes.

Em um comunicado, o regime detalhou que essas liberações ocorreriam sob condições especiais, permitindo que os liberados continuassem sob um regime de vigilância e com compromissos legais pendentes, como licenças extrapenais temporárias.

Cubalex, organização dedicada à defesa dos direitos humanos, está realizando uma verificação independente de cada um dos casos confirmados.

Embora essas pessoas tenham sido libertadas, não estão plenamente livres, uma vez que ainda precisam cumprir outras obrigações legais sob condições específicas, denuncia Cubalex.

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