Denunciam morte de prisioneiro de 73 anos após agressão por oficial da prisão em Camagüey

O prisioneiro Ulises Rodríguez Machado, de 73 anos, morreu após uma agressão na prisão Kilo 8 de Camagüey. Denunciam ocultação do caso e padrões de abuso nas prisões cubanas.

Cárcere cubano (imagem de referência)Foto © Wiki Commons

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Em um novo caso de violência carcerária em Cuba, um detento de 73 anos morreu neste fim de semana, após ser espancado por um guarda do presídio Kilo 8, na província de Camagüey, conforme denunciou o Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH).

O recluso Ulises Rodríguez Machado faleceu após ser agredido pelo oficial de ordem interna Daniel Primeyes, revelou um comunicado do OCDH.

Según informaram fontes da prisão à organização, o prisioneiro foi transferido para receber atendimento médico quando sua condição já era crítica, embora não tenha sido esclarecido se o levaram ao hospital da prisão ou à Sala de Condenados do Hospital Clínico Quirúrgico Docente Amalia Simoni, “onde costumam ser tratados os casos mais graves”.

O diretor da prisão, Juan Miguel Sánchez Duarte, “teria tentado ocultar o incidente e as circunstâncias do falecimento”, alertou o comunicado.

O OCDH afirmou que “este caso se junta a uma lista de denúncias sobre abusos e violência no sistema penitenciário cubano, especialmente na prisão de Kilo 8, conhecida por suas condições desumanas e maus-tratos aos reclusos”.

A denúncia lembrou que o oficial acusado da agressão que resultou na morte de Rodríguez já foi denunciado anteriormente por sua participação em incidentes de extrema violência.

A nota expôs o caso da “agressão ao recluso Roberto Esquivel González, com barras de metal e bastões, na qual ele quase morreu e na qual Daniel Primeyes e um grupo de guardas de ordem interna da prisão (Kilo 7) participaram ativamente”.

“As ações de oficiais como Daniel Primeyes refletem não apenas atos de abuso pessoal, mas um padrão de impunidade e cumplicidade institucional que permite que essas atrocidades ocorram atrás das paredes das prisões cubanas. As vítimas e suas famílias clamam por justiça enquanto se pede insistentemente à comunidade internacional que atue diante desse panorama de violência e repressão”, pontuou o OCDH.

“Não há nenhum tipo de piedade em relação aos presos, mesmo que sejam idosos. Em novembro passado, o OCDH denunciou à Comissão Interamericana a situação dos idosos no sistema carcerário cubano”, enfatizou o texto.

O caso de Rodríguez Machado se junta aos falecimentos recentes de outros detidos em prisões de Cuba, em circunstâncias alarmantes.

Em dezembro, surgiu a denúncia do suposto assassinato na prisão de Manuel de Jesús Guillén Esplugas, membro da União Patriótica de Cuba (UNPACU), promotor do Cuba Decide e manifestante do 11J, que cumpria pena no Combinado del Este, em Havana.

Também foram registrados óbitos de detentos por negligência ou falta de assistência médica, deterioração física ou desnutrição, de acordo com denúncias de organizações de direitos humanos.

As mortes frequentes geraram uma onda de críticas ao regime cubano pelas condições desumanas nas prisões e pela negação ou demora na atenção médica como mecanismos repressivos.

Perguntas frequentes sobre a violência carcerária e violações de direitos humanos em Cuba

O que aconteceu com Ulises Rodríguez Machado na prisão Kilo 8?

Ulises Rodríguez Machado, um prisioneiro de 73 anos, morreu após receber uma agressão de um oficial de ordem interna chamado Daniel Primeyes na prisão Kilo 8, em Camagüey. O incidente foi denunciado pelo Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), que também revelou tentativas de encobrimento por parte das autoridades penitenciárias.

Qual é o histórico de violência de Daniel Primeyes nas prisões cubanas?

Daniel Primeyes já foi denunciado anteriormente por sua participação em atos de extrema violência dentro das prisões cubanas. É acusado de ter agredido outro detento, Roberto Esquivel González, com barras de metal e bastões em um incidente na prisão Kilo 7. Segundo o OCDH, isso reflete um padrão de impunidade e cumplicidade institucional.

Como o governo cubano respondeu às denúncias de violência nas prisões?

O governo cubano tem mantido silêncio diante das crescentes denúncias sobre as condições desumanas e a violência nas prisões. As autoridades não implementaram melhorias significativas nem realizaram investigações independentes, apesar das críticas internacionais e das reivindicações de justiça por parte de organizações de direitos humanos.

Qual é o impacto das condições prisionais nos direitos humanos em Cuba?

As condições carcerárias em Cuba são extremamente precárias e violam os direitos humanos básicos. Os detentos enfrentam violência, negligência médica e má alimentação, o que resultou em numerosas mortes. As organizações de direitos humanos denunciaram essas condições como uma ferramenta de repressão utilizada pelo regime cubano contra opositores e prisioneiros políticos.

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