Denunciam drástica redução na comida para detentos nas prisões de Cuba

Familiares e ativistas denunciam a redução de alimentos nas prisões cubanas, agravando a crise nutricional dos detentos.

Alimentação na prisão cubana (referencial)Foto © Marcel Valdes

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Familiares de presos políticos e ativistas opositores denunciaram a drástica redução de alimentos nas prisões cubanas, que coloca em risco os reclusos, que já sofrem de sérias deficiências nutricionais.

A situação piorou em diversas prisões do país, onde se reporta uma drástica diminuição nas já limitadas rações de comida, o que gerou preocupação e protestos entre os reclusos e seus familiares, citou a emissora Martí Notícias.

El 6 de janeiro, a redução das rações tornou-se evidente em várias prisões, incluindo o Combinado del Este, a prisão de maior segurança em Havana, e a prisão 1580, também localizada na capital cubana.

José Díaz Silva, líder opositor exilado e presidente do Movimento Opositores por uma Nova República, denunciou em declarações ao referido meio que os prisioneiros informaram às suas famílias que as porções de alimentos foram reduzidas.

“De uma xícara de arroz que era de 60 gramas, agora estão dando apenas 50 gramas”, explicou Díaz Silva, que destacou que essa informação vem de membros de sua organização detidos nessas prisões.

Além da redução nas rações, os familiares dos detentos afirmam que a superlotação nas penitenciárias agravou ainda mais a crise alimentar.

Ilsa Ramos, esposa do ativista político Yasmany González, encarcerado no Combinado del Este, confirmou a escassez de comida: “Sim, ele diz que a ração foi reduzida porque há muitos presos e não têm comida suficiente. Isso começou agora em janeiro”, indicou Ramos.

Na prisão feminina de Guatao, também na capital, reporta-se uma diminuição semelhante nas rações de alimentos.

Luis Rodríguez, cunhado da presa política e escritora María Cristina Garrido, denunciou que a quantidade de arroz diminuiu e afirmou que as condições de alimentação fazem parte de uma estratégia para submeter as reclusas. “É para matá-los de fome”, considerou Rodríguez.

A crise alimentar nas prisões cubanas não é nova. Em abril de 2024, o Centro de Documentação de Prisões Cubanas alertou sobre a má qualidade da comida, a ausência de pratos principais e as pequenas porções.

O jornalista independente Carlos Michael Morales, liberado no ano passado após cumprir uma pena de dois anos e meio por sua participação em protestos antigovernamentais de 11J, descreveu condições semelhantes, incluindo uma alimentação inadequada e a escassez de produtos básicos como sabonete e pasta de dente.

"Para o café da manhã, erva fervida, praticamente sem açúcar, e servem um picadinho com um cheiro horrível, pequenas doses de comida. Às vezes, oferecem um sabonete e o sabonete também não é suficiente para se banhar o mês inteiro, e um tubo de pasta de dente que é dado a cada 3 a 5 meses", detalhou.

Também em março, o artista independente Luis Manuel Otero Alcántara, preso durante os mesmos protestos, declarou ao meio independente El Estornudo que a comida servida na prisão é "patética".

"Você acorda às seis da manhã e o café da manhã é um horror. Imagine, em um país onde as crianças não têm agora mesmo leite, não têm pão, o que pode sobrar para um preso? O almoço é às onze da manhã e a janta às seis da tarde, tudo em condições miseráveis", descreveu.

Na sexta-feira, a organização não governamental Cubalex denunciou que durante o ano de 2024 registrou um total de 1.559 violações de direitos humanos cometidas contra pessoas detidas em Cuba.

Destacando-se os números de prisões arbitrárias, violência e assédio, o relatório anual apresentado pela ONG com sede nos Estados Unidos indica que a repressão na ilha continua sendo sistemática e afeta profundamente aqueles que enfrentam violações de seus direitos fundamentais.

Perguntas Frequentes sobre a Crise Alimentar nas Prisões de Cuba

Qual é a situação atual da alimentação nas prisões cubanas?

A situação atual é crítica, com uma drástica redução das rações de comida em várias prisões, como o Combinado del Este e a prisão 1580 em Havana. A diminuição gerou protestos entre os reclusos e preocupação entre seus familiares.

Como a crise alimentar afeta os reclusos em Cuba?

A crise alimentar agrava as condições de saúde dos detentos, que já sofrem de deficiências nutricionais. A redução da comida e a superlotação nas prisões pioram a situação, colocando em risco a vida dos prisioneiros.

O que denunciam os familiares dos presos políticos em Cuba?

Os familiares denunciam que a redução de alimentos é parte de uma estratégia para submeter os reclusos. Além disso, acusam o regime de negligência médica e de manter condições de vida inadequadas que afetam os presos políticos.

Quais outras condições enfrentam os presos nas prisões cubanas?

Além da má alimentação, os presos enfrentam falta de produtos básicos de higiene e atendimento médico deficiente. Essas condições foram denunciadas por jornalistas libertados e ativistas como Luis Manuel Otero Alcántara.

Quais medidas foram tomadas internacionalmente em relação a esta crise?

A comunidade internacional expressou preocupação e instou o regime cubano a melhorar as condições dos presos e a acabar com a repressão sistemática, embora as medidas efetivas continuem sendo limitadas.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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