O jornalista Francys Romero citou nesta quarta-feira a declaração de um porta-voz do Comitê Olímpico Oficial (COI) que assegurou que o campeão olímpico de canoagem, Fernando Dayán Jorge, tem todo o direito de fazer parte da equipe de refugiados que irá às Olimpíadas de Paris 2024, apesar das exigências de "expulsão imediata" divulgadas pelo governo cubano.
"Os atletas da Equipe Olímpica de Refugiados foram selecionados com base em seu status de refugiado, concedido pelo seu país de asilo e verificado pelo ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados", teria respondido um porta-voz do COI a uma consulta do jornalista esportivo cubano Miguel Hernández Méndez, declaração que Romero divulgou em suas redes. “Todos os competidores dos JJ.OO., incluindo os da Equipe Olímpica de Refugiados, podem desfrutar de liberdade de expressão, de acordo com os valores olímpicos e os Princípios Fundamentais dos Jogos Olímpicos", conclui a declaração.
Romero concluiu que o canoísta cubano Fernando Dayán Jorge está em todo seu direito de participar com a Equipe Olímpica de Refugiados (IOC), e que a citada resposta "desmente a absurda declaração do Comitê Olímpico Cubano exigindo a expulsão de Jorge de #Paris2024".
A batalha do Comitê Olímpico cubano contra Fernando Dayán Jorge
Nas últimas horas, a exigência das autoridades esportivas cubanas para que o campeão olímpico de canoagem Fernando Dayán Jorge seja expulsão da equipe de refugiados que assistirá às Olimpíadas de Paris 2024 se tornou viral.
O organismo cubano assegurou que tem estado em comunicação com o Comitê Olímpico Internacional para esclarecer o que consideram uma "lamentável situação".
"A decisão de incluir os atletas cubanos no EOR foi adotada de costas para o Comitê Olímpico Cubano e com o claro objetivo de atacar a imagem do movimento esportivo nacional, que tanta glória deu ao nosso povo", afirma o comunicado.
Fernando Dayán, que abandonou uma delegação cubana no México em 2022 e atualmente reside em Miami, faz parte da Equipe Olímpica de Refugiados (EOR) junto com seu compatriota Ramiro Mora Romero, levantamento de peso com múltiplos recordes, que, no seu caso, vive em Londres.
O Comitê Olímpico Cubano (COC) afirmou que ambos foram incluídos injustificadamente e acusou o EOR de apresentá-los falsamente como atletas "desarraigados pela guerra ou pela perseguição".
O COC afirmou que não tem nada contra que atletas e treinadores cubanos que vivem ou desenvolvem suas carreiras em outros países compitam nas Olimpíadas representando essas nações. No entanto, abriu o frente de guerra concretamente contra Fernando Dayán Jorge ao afirmar que, em seu caso, "ele fez declarações políticas desrespeitosas e falsas contra seu país, seu povo e o movimento esportivo que lhe permitiu ser campeão olímpico em Tóquio 2020".
"É uma violação da Carta Olímpica e das regras estabelecidas pelo COI para todos os atletas que participam dos Jogos Olímpicos", disseram as autoridades cubanas, para as quais a postura do atleta é evidência da verdadeira motivação política de tê-lo incluído na equipe dos refugiados.
No segmento final de seu alegato, o COC reiterou seu mais enérgico rejeição à inclusão de atletas cubanos na Equipe Olímpica de Refugiados por considerá-la uma "manipulação política do esporte".
O piraguista Fernando Dayán Jorge, que entrou ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira sul, disse no ano passado a partir de Miami que "é muito triste saber que não você pode realizar seu sonho no lugar onde nasce".
"Foram muitos momentos em que fiquei decepcionado, que não concordei com as coisas que estavam acontecendo", ressaltou.
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