O oponente Anjo Moya Acosta, um dos presos políticos da Primavera Negra e destacado activista dos direitos humanos em Cuba, denunciou o “tratamento cruel” sofrido às mãos dos repressores da Segurança do Estado que o impediram mais uma vez de se manifestar no domingo a favor da libertação dos prisioneiros de consciência do regime totalitário.
Os fatos relatados ocorreram neste domingo, 5 de maio, quando o opositor e sua esposa, a líder das Damas de Branco, Berta de los Ángeles Soler Fernández, deixaram a sua casa e a sede da organização para se manifestarem pacificamente exigindo a liberdade dos presos políticos nas ruas.
Como tem acontecido todos os domingos desde os históricos protestos do 11J em Cuba, o casal da oposição foi novamente detido por agentes da Segurança do Estado que repetiram o patético cena de cobrir com cartaz de propaganda a câmera que registra seu gesto de protesto de dentro de casa.
Numa publicação sua redes sociais, Moya Acosta compartilhou uma foto do agente da Segurança do Estado que liderou a operação para prendê-los e deu ordens para que os repressores lhe infligissem métodos de tortura durante sua prisão.
“Este da foto é o capanga da Segurança do Estado que ordenou que a polícia da U/P de Guanabacoa-Havana me tratasse com crueldade. Atiraram-me ao chão e colocaram-me algemas de metal bem apertadas com os braços atrás das costas”, disse o activista.
Segundo sua história, no mesmo momento em que isso acontecia, “um capanga colocou o joelho na minha coluna, e outro dobrou minha perna direita e torceu suavemente meu tornozelo de cima para baixo e da direita para a esquerda para me causar dor”.
Além disso, “os carcereiros me negaram o colchão, como disseram, porque fui punido”.
Em outra publicación, Moya Acosta garantiu que a ação repressiva causou lacerações e inflamações em um de seus pulsos, e mostrou fotos como prova disso. Porém, uma vez na delegacia de Aguilera, um médico que queria tratá-lo recusou-se a lhe entregar uma “cópia do relatório do exame médico”, de modo que a opositora rejeitou seus serviços.
Em uma extensa vídeo onde o casal da oposição explicou a repressão sofrida este domingo, Moya Acosta recordou as ameaças que pesam sobre eles e que a Segurança do Estado lhes fez em detenções anteriores, que incluem desde espancamentos até maiores perigos para a sua integridade física.
No entanto, apesar de serem vítimas recorrentes do “terrorismo de Estado” praticado pelo regime cubano, Soler Fernández e Moya Acosta reafirmaram a sua vontade de continuar a exigir a liberdade dos presos políticos.
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