Desgarrador testemunho de mãe que deu à luz a um bebê com chikungunya: "Foram dias sem dormir"



Litzaidis Abreu Piña relata o angustiante parto de seu filho Maylom, afetado por chikungunya. O bebê enfrentou complicações respiratórias e hematológicas.

Litzaidis Abreu Piña e seu bebêFoto © Captura do Facebook / Girón

Litzaidis Abreu Piña, mãe do pequeno Maylom, relatou o difícil parto e as complicações médicas que seu bebê enfrentou após nascer em meio a um quadro compatível com chikungunya.

Em um testemunho onde descreve febre alta, o início abrupto de contrações e o traslado do recém-nascido para cuidados especializados devido a problemas respiratórios, Abreu contou à imprensa oficialista de Matanzas o calvário que viveu há dias.

Segundo sua narração, ingressou no Hospital Gineco-Obstétrico "José Ramón López Tabrane" um domingo com 38,5°C e uma erupção no abdômen; à noite apresentou febre de 40°C, “difícil de baixar”, e por volta da uma da madrugada começaram contrações fortes.

Ao subir para o parto, diz que o ritmo cardíaco do bebê havia aumentado e que, ao romper a bolsa, a equipe detectou que o menino havia defeacado dentro do ventre, por isso decidiram realizar uma cesárea.

A mãe conta que o bebê nasceu cianótico (com alteração na coloração) e com problemas respiratórios.

Enquanto ela atravessava dor e inflamación —“pés inflamados”, febre e dificuldades para caminhar—, ia visitar seu filho no hospital.

De acordo com o testemunho, inicialmente se considerou a possibilidade de ser um quadro relacionado ao mecônio e, após seis dias, o bebê foi desentubado e respirava melhor, mas nesse mesmo dia apresentou um sangramento e os médicos começaram a considerar uma “possível virose”.

Nesse contexto, o material explica que a transmissão vertical do chikungunya é considerada “zero” no primeiro e no segundo trimestre, mas que no terceiro trimestre, especialmente em torno do periparto, pode chegar “até 50%”.

O relato descreve alterações hematológicas e de coagulação: hemoglobina baixa, plaquetas baixas, líquido na abdomen, inflamação e “distúrbio na coagulação”.

No depoimento, menciona-se que o bebê apresentou uma coagulação intravascular disseminada, descrita ali como um dos quadros mais graves que uma criança pode enfrentar, associada a infecções muito severas e a complicações “descritas na literatura” para esta doença.

A mãe narra dias de incerteza —“sem dormir”, esperando notícias— e afirma que a criança precisou de múltiplas transfusões de glóbulos vermelhos e plaquetas, com evolução favorável.

Posteriormente, aponta que o bebê apresentou uma convulsão e que, após estabilizar-se, a equipe tentou retirar a ventilação: passou dois dias com BNI e chegou a ser colocado “ao peito”, com melhora.

No entanto, segundo sua versão, após muito tempo ventilado desenvolveu muitas secreções e voltou a apresentar um quadro respiratório que o obrigou a ser ventilado novamente por aproximadamente uma semana.

Relata que então lhe ajustaram os tratamentos —“novos medicamentos”, troca de antibiótico— e que voltou a melhorar: retiraram a ventilação, retornou a BNI e depois começou uma fase de recuperação progressiva.

Na parte final do testemunho, afirma que o bebê passou do estado “crítico” para “cuidado” e que o objetivo já era “esperar”, com a expectativa de ir para casa.

A mãe expressa emoção e agradecimento à equipe médica e de enfermagem, atribuindo a recuperação ao esforço do grupo que trabalhou com o recém-nascido.

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