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Avione de combate e plataformas de inteligência da Marinha dos Estados Unidos realizaram, nesta sexta-feira, patrulhas aéreas nas proximidades das ilhas de Aruba, Bonaire e Curaçao, elevando a tensão militar no Caribe em meio ao crescente confronto entre Washington e o governo de Nicolás Maduro.
Segundo dados de rastreamento aéreo, dois caças F/A-18E Super Hornet, um deles identificado com o número de cauda 166904, voaram em espaço internacional ao norte de Curaçao, no que o Pentágono descreveu como parte de uma “operação de segurança ampliada” contra redes de narcotráfico, segundo relatório de El Nuevo Herald.
As missões estão inseridas na Operação Lança do Sul, ordenada pelo presidente Donald Trump como uma extensão da campanha naval iniciada em setembro contra os cartéis de droga e as rotas do narcotráfico na área do Caribe e do Pacífico.
Washington afirma que o objetivo da ofensiva é neutralizar ameaças transnacionais e desmantelar o chamado Cartel dos Soles, uma organização de tráfico de entorpecentes que, segundo os Estados Unidos, é liderada por Maduro e altos oficiais militares venezuelanos.
Caracas denuncia "tentativa de impor uma guerra"
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, denunciou que os voos americanos constituem uma “provocação deliberada” e uma “tentativa de impor uma guerra na América Latina e no Caribe”.
Durante uma cerimônia televisionada, afirmou que a rendição “é uma impossibilidade histórica” para a Venezuela e alertou que as ações militares dos Estados Unidos “colocarão em risco vidas americanas”.
“Pretendem enviar de volta para casa jovens da sua sociedade em sacos pretos e urnas”, disse o general, acusando Washington de usar o combate ao narcotráfico como desculpa para forçar uma mudança de regime.
O governo venezuelano também protestou contra a recente apreensão do petroleiro Skipper, interceptado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos com 1,9 milhões de barris de petróleo venezuelano a bordo.
Caracas qualificou o fato como um “roubo descarado”, enquanto funcionários americanos alegaram que a operação cumpriu com as sanções vigentes e normas de direito marítimo.
Trump promete ações “em terra”
Desde Washington, Trump defendeu o aumento do despliegue militar e afirmou que a próxima fase da campanha “será terrestre”. “Detivemos 96% das drogas que entravam pelo mar. Agora começamos pela terra, e em terra é muito mais fácil”, disse, sem oferecer detalhes.
O mandatário assegurou que a ofensiva não se dirige contra um país específico, mas sim contra “pessoas horríveis que trazem drogas e matam a nossa gente”, embora a Venezuela continue sendo o foco principal da pressão norte-americana.
Com o porta-aviões USS Gerald R. Ford e vários destróieres operando na região, a crise entra em uma nova fase: os Estados Unidos passaram do cerco naval à ameaça de incursões terrestres, enquanto Caracas denuncia que o objetivo final de Washington é derrubar Maduro.
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