EUA intensifica patrulhas aéreas perto da Venezuela e Trump anuncia início de operações terrestres



Cazas F/A-18E Super Hornet e aeronaves de vigilância eletrônica operam diante das costas venezuelanas no âmbito da “Operação Southern Lance”, enquanto Caracas denuncia um prelúdio de guerra.

Caza F/A-18E Super Hornet da Marinha dos EUA.Foto © Wikipedia

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Avione de combate e plataformas de inteligência da Marinha dos Estados Unidos realizaram, nesta sexta-feira, patrulhas aéreas nas proximidades das ilhas de Aruba, Bonaire e Curaçao, elevando a tensão militar no Caribe em meio ao crescente confronto entre Washington e o governo de Nicolás Maduro.

Segundo dados de rastreamento aéreo, dois caças F/A-18E Super Hornet, um deles identificado com o número de cauda 166904, voaram em espaço internacional ao norte de Curaçao, no que o Pentágono descreveu como parte de uma “operação de segurança ampliada” contra redes de narcotráfico, segundo relatório de El Nuevo Herald.

Captura de tela Facebook / El Nuevo Herald

As missões estão inseridas na Operação Lança do Sul, ordenada pelo presidente Donald Trump como uma extensão da campanha naval iniciada em setembro contra os cartéis de droga e as rotas do narcotráfico na área do Caribe e do Pacífico.

Washington afirma que o objetivo da ofensiva é neutralizar ameaças transnacionais e desmantelar o chamado Cartel dos Soles, uma organização de tráfico de entorpecentes que, segundo os Estados Unidos, é liderada por Maduro e altos oficiais militares venezuelanos.

Caracas denuncia "tentativa de impor uma guerra"

O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, denunciou que os voos americanos constituem uma “provocação deliberada” e uma “tentativa de impor uma guerra na América Latina e no Caribe”.

Durante uma cerimônia televisionada, afirmou que a rendição “é uma impossibilidade histórica” para a Venezuela e alertou que as ações militares dos Estados Unidos “colocarão em risco vidas americanas”.

“Pretendem enviar de volta para casa jovens da sua sociedade em sacos pretos e urnas”, disse o general, acusando Washington de usar o combate ao narcotráfico como desculpa para forçar uma mudança de regime.

O governo venezuelano também protestou contra a recente apreensão do petroleiro Skipper, interceptado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos com 1,9 milhões de barris de petróleo venezuelano a bordo.

Caracas qualificou o fato como um “roubo descarado”, enquanto funcionários americanos alegaram que a operação cumpriu com as sanções vigentes e normas de direito marítimo.

Trump promete ações “em terra”

Desde Washington, Trump defendeu o aumento do despliegue militar e afirmou que a próxima fase da campanha “será terrestre”. “Detivemos 96% das drogas que entravam pelo mar. Agora começamos pela terra, e em terra é muito mais fácil”, disse, sem oferecer detalhes.

O mandatário assegurou que a ofensiva não se dirige contra um país específico, mas sim contra “pessoas horríveis que trazem drogas e matam a nossa gente”, embora a Venezuela continue sendo o foco principal da pressão norte-americana.

Com o porta-aviões USS Gerald R. Ford e vários destróieres operando na região, a crise entra em uma nova fase: os Estados Unidos passaram do cerco naval à ameaça de incursões terrestres, enquanto Caracas denuncia que o objetivo final de Washington é derrubar Maduro.

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