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A Empresa Elétrica de Guantánamo admitiu que a província enfrenta uma situação crítica em termos de energia elétrica, com apagões de até 20 horas em alguns circuitos, devido a falhas técnicas, déficit de combustível importado e limitações na geração a nível nacional.
O diretor-geral da Empresa Elétrica na província, Joaquín Díaz Cantillo, reconheceu que a crise de geração no país impede o cumprimento do programa de rodízio de apagões em grande parte do território, onde alguns circuitos permanecem sem serviço elétrico quase o dia todo, reportou a emissora Radio Guantánamo.
Segundo explicou em uma coletiva de imprensa, vários circuitos na capital provincial e em Baracoa recebem um tratamento diferenciado porque abastecem hospitais e outros serviços considerados vitais, o que obriga a mantê-los ativos 24 horas por dia.
Essa decisão, ressaltou, não beneficia apenas as instituições de saúde, mas também milhares de clientes residenciais conectados a esses mesmos circuitos.
Díaz Cantillo detalhou que hospitais como o Agostinho Neto e o Hospital Infantil dependem de circuitos que atravessam amplas áreas residenciais, por isso mais de 2.000 clientes por circuito recebem eletricidade de forma contínua e planejada.
Uma situação semelhante ocorre em áreas centrais da cidade e em Baracoa, onde os circuitos que alimentam o hospital local também sustentam o serviço a comunidades inteiras.
O funcionário explicou ainda que esses circuitos desempenham uma função de proteção do Sistema Eletroenergético Nacional (SEN).
Quando a demanda supera a capacidade disponível, entram em funcionamento mecanismos automáticos que desconectam cargas para evitar uma queda total do sistema, o que pode provocar interrupções súbitas no serviço.
Diante das reclamações sobre possíveis danos a equipamentos eletrodomésticos, o diretor assegurou que não deveriam ocorrer prejuízos, uma vez que os transformadores regulam a voltagem que chega às residências e o risco de dano está associado a sobretensões, não a interrupções no serviço.
A Empresa Elétrica reconheceu as “insatisfações” da população diante de um serviço instável e reafirmou que a situação obriga a buscar alternativas para reduzir o tempo das interrupções, em um contexto marcado pela precariedade do SEN.
Semanas atrás, foi divulgado que a província de Ciego de Ávila também sofre com cortes de eletricidade prolongados de até 20 horas diárias e mais, com um "respiro" diurno cada vez mais fraco, sustentado apenas pelos parques solares.
A União Elétrica (UNE) informou que, na véspera, o país enfrentou interrupções durante as 24 horas, com uma interrupção máxima de 1.748 MW às 18h10, devido ao déficit de capacidade de geração.
Para o horário de pico da noite desta sexta-feira a entidade estima afetamentos que podem alcançar os 1.770 MW.
A principal causa do déficit elétrico em Cuba é a escassez de combustível e o estado obsoleto das usinas termoelétricas do país. Além disso, a manutenção programada e as falhas em várias centrais elétricas contribuíram para a situação crítica do SEN.
Os apagões prolongados afetam gravemente a vida cotidiana dos cubanos, impedindo a refrigeração de alimentos, o uso de eletrodomésticos e o desfrute de atividades básicas como cozinhar e ventilar as casas, especialmente em um clima quente.
Isso gera um descontentamento social crescente diante da falta de soluções efetivas por parte do governo.
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