Pedem ajuda para localizar jovem cubano foragido após tentativa de assassinato em Camagüey



O incidente ocorreu nesta terça-feira.

O suposto agressor, identificado como Reiler GarcíaFoto © Collage Facebook/José Luis Tan Estrada

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Um jovem identificado como Reiler García estaria sendo procurado pela polícia após ser apontado como o suposto autor de um ataque com arma branca na localidade de La Mosca, Camagüey, contra outro jovem de 18 anos.

Segundo o relatório do jornalista independente José Luis Tan Estrada e o testemunho de familiares e vizinhos, o incidente ocorreu nesta terça-feira no ginásio do bairro, onde ambos se encontraram.

Presuntamente, a vítima -identificada como "Yan Carlos"- estava fumando um cigarro quando, de acordo com os testemunhos, García se irritou, o confrontou e deixou o local.

Yan Carlos, o jovem agredido (Foto: Facebook/Sirelda Fernández Ruiz)

Minutos depois, Reiler retornou com uma faca e o esfaqueou três vezes de surpresa.

“Yan Carlos recebeu três ferimentos por arma branca, mas felizmente nenhum de seus órgãos vitais foi afetado”, confirmou a fonte mencionada com base no testemunho de familiares.

Após a agressão, foi operado com sucesso e permanece hospitalizado em recuperação.

Em redes sociais, Sirelda Fernández Ruiz, mãe da suposta vítima, confirmou que seu filho foi agredido "brutalmente".

"Sé que alguns não sabem, Yan foi agredido e neste momento está em terapia no Hospital Militar, mas graças a Deus está melhorando", escreveu no Facebook Fernández Ruiz.

Fonte: Captura de Facebook/Sirelda Fernández Ruiz

Em outra publicação, a mulher pediu colaboração da comunidade para capturar o agressor de seu filho.

Fonte: Captura de redes sociais

Após a agressão, Reiler García fugiu. Naquela mesma terça-feira, patrulhas policiais foram até sua residência, mas ele não foi encontrado.

O jovem Reiler García, apontado como responsável por uma agressão com arma branca (Foto: Facebook/José Luis Tan Estrada)

Suspeita-se que ele(a) possa estar escondido(a) em Havana.

“A família de Yan Carlos pede visibilidade do caso e colaboração cidadã, diante do receio de que o agressor possa retornar e causar um dano maior, ou evadir definitivamente a justiça”, concluiu Tan Estrada em seu alerta nas redes.

Fonte: Captura do Facebook/José Luis Tan Estrada

Um bairro dividido: Versões opostas e uma comunidade polarizada

O caso gerou uma intensa e acalorada discussão pública nas redes sociais, especialmente nos comentários ao post original do jornalista Tan Estrada.

As versões sobre o que ocorreu e sobre os jovens envolvidos são profundamente divergentes.

Alguns vizinhos, como Marina Maelis Torres, apoiam a versão da família da vítima: “Sou vizinha de Yan Carlos e tudo o que está publicado é verdade... Reiler foi o promotor dessa tragédia. Eu mesma ajudei a colocar Yan Carlos no carro para levá-lo ao hospital”.

Outros, em contraste, defendem o foragido. Claudia Pérez, por exemplo, escreveu: “É triste para aqueles que te conhecemos desde criança e agora apareces como o pior criminoso... ninguém tem o direito de agredir, mas também não sabemos por que fizeste isso. Não eras uma pessoa de maus sentimentos.”

O tom subiu ainda mais na extensa intervenção do usuário "Lobo Solitário", que acusou de manipulação os parentes da vítima:

“Querem afundar Reiler, manifestando barbarismos de mentiras... É evidente a vantagem de pessoas ricas afundando um jovem humilde.”

Para ele, o ataque foi provocado por “humilhações” e “chantagens” que Reiler teria recebido.

Outros, como Yusdelmi Pérez, também defendem Reiler com veemência: “Reiler não apunhalou ninguém... Yan Carlos o humilhava, zombava de sua mãe falecida, o chantageava... até o mais nobre se cansa”.

Dos internautas invocaram a orfandade e as carências afetivas de Reiler para compreender seu possível comportamento.

“Ninguém sabe a frustração com que vive um órfão”, disse uma.

“Sim, pode ser que ele tenha sentido inveja. Todos temos alguém que nos guia quando chegamos em casa. Ele não,” apontou outra comentarista.

Em contraste, outras vozes são categóricas: “Ninguém pode estar errado, além do que o viram quando ele fez... se não fez, por que fugiu?”.

Ao mesmo tempo, há aqueles que lembram da necessidade de justiça, sem relativismos.

“Não é um assassino”, disse Yakima Chávez, “mas isso não justifica o que fez”.

Além das versões específicas do caso, o ocorrido trouxe à tona a situação da juventude, a violência e a falta de respostas institucionais.

“Isso já não é um país, deveriam colocar o matadouro de pessoas”, concluiu uma internauta.

O caso superou o fato pontual e se tornou um símbolo de uma sociedade fragmentada, onde os códigos de respeito, dignidade e justiça parecem estar em crise.

Enquanto uma família reza pela recuperação de seu filho ferido, outra teme que seu ente querido seja criminalizado sem considerar as feridas invisíveis que o teriam marcado desde a infância.

A única coisa em que todos os comentários convergem é na gravidade do fato e na urgência de que a justiça atue. Seja para proteger a vítima, para punir um crime ou para garantir um julgamento justo.

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