Três meses de dor e sem remédios: O desgastante testemunho de uma cubana com chikungunya



Uma cubana sofre de chikungunya sem acesso a medicamentos, descrevendo uma dor insuportável e flutuante. Enquanto isso, o MINSAP relata 466 novos casos diários em Cuba, afetando especialmente crianças e lactentes.

Eny Yamile Gomez MontoyaFoto © Facebook / Eny Yamile Gomez Montoya

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Uma cubana afirmou estar “exatamente há três meses” com sintomas atribuídos ao chikungunya, com episódios de dor que descreve como insuportáveis e a falta de medicamentos para aliviá-los.

Em um testemunho comovente, a internauta Eny Yamile Gómez Montoya afirmou que passa noites sem dormir por sentir “aquele fogo queimando” os ossos e que a doença a mantém em um ciclo de dias “regulares” e outros “maus”, com recaídas e novos sintomas.

En seu relato, a mulher afirma que não tem medicamentos para aliviar a dor e que, quando consegue tomar “de vez em quando” um antiinflamatório, o alívio dura apenas “1 dia”, antes de voltar à rotina de mal-estar.

Captura do Facebook

“São dois dias regulares e três ou quatro ruins, sempre te surpreende com um sintoma novo ou repetindo, mas com a dor desesperadora que não te deixa mover. Isso já não é viver, isso é ir morrendo, e a gente se sacrifica e de vez em quando toma um anti-inflamatório e sente o alívio, mas isso dura 1 dia, e o resto?”, escreve. 

A autora do testemunho pede apoio e medicamentos para Cuba e apela a evitar “críticas ou debates”, alegando que aqueles que mais sofrem são “os que estão mais embaixo” e que os que receberam ajuda “podem suportar a dor com menos angústia”.

Também solicita empatia em relação àqueles que se queixam: “Não mudem o olhar quando virem alguém se queixando”, afirma, ao mesmo tempo em que descreve um impacto emocional em seu ânimo e autoestima.

A mensagem culmina com uma oração na qual pede a Deus “um momento de paz” e que “salve” Cuba, assegurando que a dor é “muita” e que a situação “está fora do controle dos humanos”.

O testemunho circula enquanto, segundo o próprio relatório do MINSAP, há um aumento dos casos de chikungunya, com 466 novos casos em um dia (26 confirmados por PCR e 440 por suspeita clínica), além de 2.712 pessoas diagnosticadas com síndrome febril inespecífica; 79,5% desses pacientes permaneciam internados em casa e continuavam 31.802 pessoas internadas.

Na atualização, a vice-ministra da Saúde Pública, Carilda Peña García, destacou que "o que predomina é a chikungunya" e forneceu outros dados epidemiológicos, incluindo indicadores de controle vetorial.

Acrescentou que continua sendo avaliado o comportamento em recém-nascidos, lactentes e outras crianças até 18 anos, e explicou que também estão adoecendo crianças na fase de lactância, não apenas relacionadas ao momento do parto.

De acordo com sua declaração, os casos críticos mantinham-se estáveis sob "vigilância muito intensa", com o objetivo de alcançar a alta "sem risco para a vida".

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