Elián González diz que os emigrados voltarão a Cuba “encantados” quando a economia melhorar

Elián González afirma que o retorno dos emigrados cubanos dependerá da melhora econômica. Em um evento no México, ele destacou que o êxodo se deve a razões econômicas, e não políticas.

González assegurou que a juventude cubana continua comprometida com o projeto socialista.Foto © Juventud Rebelde/Hugo García

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Elián González Brotons, deputado da Assembleia Nacional do Poder Popular, assegurou que “muitos dos cubanos que emigraram voltarão encantados” quando a economia do país melhorar.

González também opinou que o êxodo incontrolável de cubanos nos últimos anos se deve, acima de tudo, a causas econômicas e expressou sua confiança de que, ao se reverter a crise, muitos retornarão "porque o cubano é muito patriota e familista".

As declarações, reproduzidas pelo portal oficialista Cubainformación, ocorreram na Cidade do México, no âmbito do IX Encontro Continental de Solidariedade com Cuba, de 9 a 12 de outubro, onde o porta-voz do regime participou, acompanhado de Aleida Guevara.

O evento de apoio ao regime foi interpretado como um gesto político e simbólico destinado a afirmar a continuidade geracional do discurso revolucionário.

Como parte de suas declarações, González insistiu que o principal obstáculo para o desenvolvimento da ilha é o bloqueio estadunidense, e negou que os problemas do país sejam devido ao sistema político.

"Cuba não é um Estado fracassado; o que está acontecendo é que está sendo fortemente agredida", afirmou.

Em sua intervenção, também destacou o papel da juventude no Parlamento cubano e a necessidade de “deixar sua marca nos debates sobre os principais problemas sociais”.

Defendeu que o Estado promove a participação dos jovens em todos os níveis de decisão.

Gonzáles, que se tornou mundialmente conhecido pelo caso judicial que o enfrentou com os Estados Unidos em 2000, atribuiu seu retorno à ilha ao papel decisivo da solidariedade internacional, e lembrou que o ditador Fidel Castro (1926-2016) “sempre teve claro que a batalha deveria ser vencida na opinião pública mundial”.

Solo em 2024, mais de 250.000 cubanos abandonaram a ilha, segundo o Escritório Nacional de Estatística e Informação (ONEI), sendo que foi também o ano com menos nascimentos registrados em seis décadas, um aumento no número de mortes e um declínio populacional sustentado em relação a 2023.

Estudos independentes, como o do economista Juan Carlos Albizu-Campos, elevam essa cifra para mais de 545.000 emigrados em um único ano, e afirmam que a população real de Cuba poderia ter caído para pouco mais de oito milhões de habitantes, uma diminuição de 24% desde 2020.

É preciso conhecer a migração, buscar um retorno, um aproximar-se com os cubanos que estão fora e desejam voltar, opinou em junho passado Antonio Ajas, diretor do Centro de Estudos Demográficos da Universidade de Havana.

No entanto, o demorado reencontro da nação cubana é adiado devido às causas estruturais que perpetuam o êxodo: a pobreza, a repressão política e a crise multissistêmica que sufoca o país.

O regime utiliza a diáspora como suporte da ilha, buscando que as remessas e a venda de alimentos e artigos de primeira necessidade em divisas conversíveis e a preços muito elevados financiem as necessidades da elite dirigente.

Na verdade, Cuba está sequestrada por um sistema político autoritário, excludente e que empobrece a imensa maioria da população, além de ter fragmentado milhares de famílias, enquanto mantém no exílio muitos cubanos que não podem retornar por medo de serem julgados por suas ideias.

Perguntas frequentes sobre as declarações de Elián González e a situação em Cuba

O que Elián González pensa sobre o retorno dos emigrados cubanos?

Elián González acredita que os cubanos emigrados voltarão "encantados" a Cuba quando a economia do país melhorar. Ele afirma que o êxodo de cubanos se deve principalmente a razões econômicas e confia que, ao se resolver a crise, muitos retornarão devido ao seu profundo sentido patriótico e familiar.

Quais fatores Elián González menciona como obstáculos para o desenvolvimento de Cuba?

Elián González aponta o bloqueio americano como o principal obstáculo para o desenvolvimento de Cuba. Ele nega que os problemas do país se devam ao sistema político e defende que Cuba não é um Estado falido, mas sim um que está sendo agredido externamente.

Qual tem sido a tendência migratória em Cuba nos últimos anos?

O êxodo de cubanos tem sido massivo, com mais de 250.000 emigrando apenas em 2024, segundo cifras oficiais. Estudos independentes sugerem que esse número pode ser muito maior, ultrapassando 545.000 emigrados em um único ano. A situação reflete uma crise demográfica e um envelhecimento populacional significativo.

Qual é a postura de Elián González sobre Fidel Castro?

Elián González considera Fidel Castro uma figura paterna e protetora. Reafirma sua lealdade ao regime cubano e descreve Castro como um "avô carinhoso", ressaltando a influência positiva que ele teve em sua vida.

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