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Uma mensagem do governante Miguel Díaz-Canel pelo aniversário do levante de Carlos Manuel de Céspedes gerou críticas nas redes sociais, após o mandatário afirmar que naquele dia havia "nascido" a revolução cubana.
“Este dia, mas de 1868, nasceu a Revolução Cubana no batey do engenho La Demajagua”, escreveu o representante do regime, e apresentou aquele feito como “bússola e guia” da ascensão de Fidel Castro ao poder em 1959. Usuários criticaram-no por “misturar” processos históricos diferentes e apropriar-se do legado independentista para legitimar o atual regime.
"A radicalidade e a virtude dos protagonistas daquele levante continuam sendo bússola e guia", disse.
Assim, vinculou o Grito de 1868 à revolução liderada por Fidel Castro. A postura de Díaz-Canel gerou uma onda de respostas que questionam essa continuidade histórica.
Entre as reações mais compartilhadas, um usuário perguntou: “O que a libertação dos escravos por Céspedes tem a ver com a ‘revolução’ de Fidel? Não misture mais a história. 1868 foi evolução e 1959 foi destruição.”
Outros exigiram não “se apropriar da luta dos libertadores” nem “manchar suas memórias”, e acusaram o governo atual de massacrar o povo.
Também foi citado que “a luta pela independência terminou em 20 de maio de 1902 com a fundação da República de Cuba”, em alusão ao fechamento do ciclo independentista frente à Espanha.
Houve, além disso, respostas com linguagem ofensiva que atacaram diretamente o governante.
O intercâmbio revelou a fissura entre a narrativa do regime e o sentimento do povo.
"Se esses mambises vivessem hoje teriam arrancado a cabeça de todos vocês com uma carga ao facão, que é o que Cuba precisa agora mesmo", exclamou outro internauta.
Enquanto o Governo tenta apresentar uma linha de continuidade entre as guerras de independência do século XIX e o processo iniciado em 1959, parte da cidadania insiste em separar ambos os momentos, reivindicando o caráter republicano alcançado em 1902 e rejeitando sua instrumentalização política.
A controvérsia acende o debate sobre memória histórica e relato oficial em Cuba.
Para muitos historiadores e cidadãos, esse tipo de afirmações busca manipular o passado para justificar o presente, apropriando-se de lutas libertárias muito anteriores ao processo iniciado por Fidel Castro em 1959.
Perguntas frequentes sobre a manipulação histórica em Cuba
Por que Miguel Díaz-Canel relaciona a revolta de Céspedes com a Revolução Cubana de 1959?
Díaz-Canel tenta apresentar uma continuidade histórica entre a revolta de Carlos Manuel de Céspedes em 1868 e a revolução de 1959 liderada por Fidel Castro. Seu objetivo é legitimar o regime atual, ligando-o às lutas pela independência do século XIX, embora muitos considerem que é uma manipulação da história para justificar o presente político de Cuba.
Qual tem sido a reação dos cubanos às afirmações de Díaz-Canel sobre Céspedes e a revolução?
As declarações de Díaz-Canel têm sido criticadas por muitos cubanos que consideram que misturar processos históricos diferentes é uma forma de manipular a história. Os cidadãos expressaram seu descontentamento nas redes sociais, acusando o governo de se apropriar do legado dos libertadores para legitimar o regime atual e de massacrar o povo.
Como o regime cubano utiliza a história para sua narrativa política?
O regime cubano utiliza figuras históricas como Céspedes, Martí e Fidel Castro para construir uma narrativa que legitime sua ideologia e ações atuais. Muitas vezes recorre-se à exaltação desses personagens para justificar a continuidade do regime e silenciar as críticas sobre a situação atual do país, apresentando uma imagem de resistência e luta histórica.
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