Autoridades estadunidenses divulgaram nesta segunda-feira a mensagem de um piloto destinada aos passageiros de um voo de deportação, na qual é dada as boas-vindas a “ICE Air”.
De acordo com o áudio publicado nas redes sociais do Departamento de Segurança Nacional, eles são instados a “vir legalmente ou não vir de maneira alguma”.
Em tom promocional, finaliza com: “Uma viagem inesquecível a qualquer lugar menos aqui, apenas com ICE Air”.
O texto incluso convida a “reservar um bilhete de ida para casa” por meio de um aplicativo oficial.
“Senhoras e senhores, aqui é o seu capitão falando… sejam bem-vindos a bordo da ICE Air; esperamos que aproveitem o seu voo de volta para casa", diz a mensagem.
Y conclui: “Da próxima vez que vierem aos Estados Unidos, façam-no legalmente ou não venham de jeito nenhum. Obrigado.”
Outra publicação, além disso, escreve: “Está aqui ilegalmente? Reserve hoje mesmo seu bilhete de ida para casa com o aplicativo CBP HOME!”
O aviso, que não especifica se se trata de uma encenação ou uma gravação real, combina protocolo aeronáutico com disciplina migratória e promoção de um retorno "voluntário", marcando um tom dissuasório e exemplificante para passageiros em voos de expulsão.
A política migratória de Trump
La Casa Branca e o DHS enquadraram uma operação de deportações em massa com várias frentes. Eles intensificaram as fiscalizações dentro do país, ampliaram os acordos 287(g) para que policiais estaduais e locais atuem como agentes migratórios e aceleraram as expulsões.
O Governo está promovendo uma linha de auto-retorno apoiada em aplicativos oficiais.
CBP Home (DHS/CBP) está direcionada a pessoas sem status para que se registrem para sair voluntariamente, com passagem gratuita e um bônus de 1.000 dólares ao confirmar a saída.
A aplicação CBP Home foi lançada em março de 2025 como substituta do CBP One. Entre suas principais funções está a de permitir que imigrantes em situação irregular notifiquem sua “intenção de saída” e coordinen um retorno voluntário.
O governo defendeu a medida como uma forma de oferecer aos migrantes uma “saída digna” e reduzir os custos de deportação, enquanto organizações de direitos humanos alertaram que se trata de um mecanismo que pode deixar em maior vulnerabilidade aqueles que retornam a contextos de pobreza ou perseguição.
Perguntas frequentes sobre o voo de deportação do ICE e a política migratória dos EUA.
O que é o ICE Air e qual é a sua função?
ICE Air é um programa do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE) que se encarrega de transportar imigrantes indocumentados para seus países de origem. Este programa tem sido promovido de maneira polêmica, com mensagens que convidam os migrantes a saírem voluntariamente do país por meio de voos organizados pelo ICE.
O que é o aplicativo CBP Home e como funciona?
O aplicativo CBP Home é uma ferramenta digital lançada pelo governo dos EUA para que imigrantes indocumentados notifiquem sua intenção de sair voluntariamente do país. Através deste aplicativo, os migrantes podem coordenar seu retorno, receber um bilhete gratuito e um bônus de 1.000 dólares se confirmarem sua saída. É parte da estratégia para incentivar a autodeportação e evitar processos judiciais onerosos para o governo.
Quais são as consequências para os migrantes que não se autodetem?
Os migrantes que não se autodetestam enfrentam multas diárias, prisão e deportação forçada, além da proibição permanente de reentrada nos Estados Unidos. As multas podem ser retroativas e alcançar valores significativos, afetando gravemente a situação econômica dos migrantes e suas famílias.
Que incentivos o governo dos EUA oferece para a autodeportação?
O governo dos EUA oferece incentivos como um voo gratuito para o país de origem e um bônus de saída de 1.000 dólares para aqueles migrantes que optem por se autodeportar usando o aplicativo CBP Home. Além disso, promete-se a anulação de qualquer multa acumulada por não ter deixado o país anteriormente.
Como a comunidade internacional e as organizações de direitos humanos têm respondido a essas medidas?
Organizações de direitos humanos criticaram duramente essas medidas, argumentando que aumentam a vulnerabilidade dos migrantes, que podem enfrentar pobreza ou perseguição ao retornar aos seus países de origem. Considera-se que essas políticas desumanizam os migrantes e utilizam o medo como ferramenta de controle.
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