Cerca de 2.500 pessoas se registraram no aplicativo CBP Home para se autodeportar dos EUA.

Autoridades destacam uma queda histórica nos cruzamentos ilegais, enquanto cresce a polêmica sobre as implicações legais e éticas do uso dessa tecnologia migratória.


Unos 2.500 migrantes se registraram no aplicativo CBP Home, não para pedir refúgio nem proteção, mas para auto-deportar-se dos Estados Unidos.

CBP Home, derivada da aplicação CBP One, criada originalmente para organizar solicitações de asilo na fronteira sul, tornou-se um reflexo da desesperança de centenas que, após enfrentar as barreiras do sistema migratório, optam por regresar aos seus países de origem por vontade própria.

A cifra alarmante foi revelada pelo jornalista da Fox News, Bill Melugin, que citou declarações do "czar da fronteira" na administração do presidente Donald Trump, Tom Homan, durante uma transmissão ao vivo.

Según Homan, aproximadamente 2.500 pessoas se registraram voluntariamente para serem expulsas do país através do aplicativo, e o governo planeja ampliar a promoção do programa em vários idiomas para incentivar ainda mais esse tipo de saída.

Lo que deveria ter sido uma ferramenta humanitária para organizar os fluxos migratórios e proteger os solicitantes de asilo, está se tornando agora uma via para que os migrantes gerenciem sua expulsão.

CBP Home foi desenvolvida pela Oficina de Aduanas e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, em inglês). Seu principal objetivo é permitir que imigrantes em situação irregular notifiquem as autoridades sobre sua intenção de deixar o país voluntariamente. Esta ferramenta foi lançada em 10 de março de 2025.

Após sua apresentação, em um vídeo publicado na rede social X pela Casa Branca, Trump advertiu: "Faça da maneira fácil, ou você será deportado da maneira difícil.", enfatizando que aqueles que não escolherem se autodeportar serão identificados, deportados e nunca poderão retornar legalmente ao território dos Estados Unidos.

Entre os objetivos da aplicação estão o fortalecimento da segurança nas fronteiras, a garantia do cumprimento das leis migratórias e a oferta aos imigrantes de uma via para a saída voluntária, evitando procedimentos de deportação mais severos.

Além da notificação de saída, a CBP Home oferece funcionalidades como a solicitação antecipada do formulário I-94 para ingressos temporários, consulta de tempos de espera em cruzamentos de fronteira e agendamento de compromissos para inspeção de mercadorias perecíveis.

A aplicação tem sido alvo de escrutínio por parte de defensores dos direitos dos imigrantes, que afirmam que seu uso não oferece vantagens concretas e pode prejudicar aqueles que se registram caso decidam ficar. O processo real para retornar legalmente após uma deportação exigiria um difícil pedido de perdão, com baixa probabilidade de sucesso.

Enquanto essa política se normaliza, a tensão social e política cresce. Na mesma transmissão com Fox News, Homan também anunciou que na sexta-feira estava planejada uma grande protesto contra o ICE em frente à sua residência em Nova York, uma demonstração do crescente descontentamento que as ações da agência federal responsável pelas deportações despertam.

Esta tendência se insere em um contexto onde a administração Trump reportou uma redução de 94% nos cruzamentos ilegais através da fronteira sul em março, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Segundo declarações oficiais, essa queda é atribuída à implementação de medidas mais rigorosas e ao deslocamento de recursos militares na fronteira. ​

Homan, que foi diretor interino do ICE no anterior mandato de Trump (2017-2021), destacou que "nós asseguramos a fronteira. As travessias caíram 96%", atribuindo essa mudança ao apoio do exército americano aos agentes de fronteira, o que reforçou a vigilância e a dissuasão de imigrantes indocumentados.

Por trás do aumento nas autodeportações estão histórias de frustração e abandono. Migrantes que chegam cheios de esperança, mas que acabam enfrentando fome, desemprego, exploração laboral ou o medo constante de serem detidos, veem nesta via sua única saída digna. Alguns retornam a países onde os aguardam condições tão ou mais difíceis do que aquelas que deixaram para trás.

Perguntas frequentes sobre o aplicativo CBP Home e a autodeportação

O que é o aplicativo CBP Home e para que é utilizado?

O aplicativo CBP Home é uma ferramenta digital desenvolvida pelo Escritório de Alfândega e Proteção Fronteiriça dos Estados Unidos que permite a imigrantes em situação irregular notificar sua intenção de deixar o país voluntariamente. Este aplicativo oferece uma forma para que os imigrantes gerenciem sua autodeportação e evitem procedimentos de deportação mais severos.

Quantas pessoas se registraram no CBP Home para se autodeportar?

Até a data, aproximadamente 2.500 pessoas se registraram no aplicativo CBP Home para se autodeportarem dos Estados Unidos. Este número reflete a desesperação de muitos imigrantes que, enfrentando barreiras dentro do sistema migratório, optam por retornar voluntariamente aos seus países de origem.

Quais são as consequências de não utilizar o aplicativo CBP Home para se auto deportar?

Os imigrantes que não optarem por se auto-deportar através do CBP Home podem enfrentar procedimentos de deportação mais severos, ser identificados e deportados de maneira forçada, e perder a possibilidade de retornar legalmente aos Estados Unidos no futuro. A administração atual enfatizou que a auto-deportação é a opção mais segura e humana para aqueles que se encontram em situação irregular.

Que outras funcionalidades a aplicação CBP Home oferece?

Além da notificação de saída voluntária, o aplicativo CBP Home permite solicitar antecipadamente o formulário I-94 para entradas temporárias, consultar tempos de espera em cruzamentos de fronteira e agendar horários para inspeção de mercadorias perecíveis. Essas funções visam facilitar o processo migratório e melhorar a gestão de fluxos na fronteira.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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