FBI revela esquema de lavagem de dinheiro ligado aos filhos do ditador venezuelano Nicolás Maduro



"Maduro é um ditador corrupto narcoterrorista. O FBI está bloqueando cada dólar, cada conta e cada facilitador. Os EUA não serão refúgio para seu dinheiro manchado de sangue", disse o diretor do FBI.

Nicolás MaduroFoto © Facebook / Nicolás Maduro

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O Buró Federal de Investigação (FBI) dos Estados Unidos revelou novos detalhes sobre um esquema de lavagem de dinheiro internacional vinculado aos filhos do ditador venezuelano Nicolás Maduro.

A investigação, iniciada em 2019 pelo escritório de campo de Miami, aponta que pessoas próximas ao chavismo abriram contas bancárias em território americano para movimentar capitais de origem ilícita, apesar das sanções vigentes contra o regime.

Um esquema sustentado por anos

Segundo documentos do FBI consultados por Fox News Digital, o empresário teria gerido transferências e contas em nome dos filhos de Maduro e seus associados.

Os registros de atividades suspeitas mostraram que A. K. recebeu fundos da Venezuela para inseri-los no sistema financeiro dos Estados Unidos.

Em 2022, uma operação encoberta revelou que A. K. e seu parceiro, Irazmar Carbajal, aceitaram transferir 100.000 dólares que, segundo os agentes, provinham de funcionários do regime chavista. Dessa quantia, 25.000 chegaram a entrar nos Estados Unidos.

O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi a reação de A. K.: longe de se alarmar, classificou a manobra como um "assunto sexy", o que refletiu a naturalidade com que os operadores do chavismo viam esse tipo de movimentos ilegais.

Imputações e prisões

Em 25 de setembro, um tribunal federal da Flórida acusou formalmente A. K. de lavagem de dinheiro e conspiração para realizar transferências de dinheiro sem licença, enquanto Carbajal foi acusado de conspiração para realizar transações não autorizadas.

Carbajal, originário do Uruguai, viajou recentemente para a República Dominicana, de onde foi deportado no dia 2 de outubro. No trajeto, durante uma escala nos Estados Unidos, foi preso pelo FBI. A. K., por sua vez, continua na Venezuela.

Mensagens contundentes do FBI

A chefe de comunicações do Buró, Erica Knight, escreveu no sábado em sua conta de X que "há 50 milhões de dólares sobre a cabeça de Maduro, que continua escondido na Venezuela com seus principais facilitadores".

Ele o descreveu como um "capanga de um cartel disfarçado de ditador" e assegurou que seus dias de lavagem de dinheiro nos Estados Unidos terminaram.

Por sua parte, o diretor do FBI, Kash Patel, enfatizou que o regime chavista mantém sua permanência no poder graças a esses "salvavidas criminosos".

"Maduro não é apenas corrupto: é um ditador narcoterrorista", disse Patel no X.

"O FBI está bloqueando cada dólar, cada conta e cada facilitador. Os Estados Unidos nunca serão um refúgio seguro para seu dinheiro manchado de sangue", enfatizou.

A conexão com o Cartel de los Soles

O caso se acrescenta a múltiplas sanções contra funcionários e estruturas chavistas.

Em julho, a Oficina de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro incluiu oficialmente o Cartel de los Soles -supostamente dirigido por Maduro, Diosdado Cabello e Vladimir Padrino López- na lista de Organizações Terroristas Globais Especialmente Designadas.

Esse cartel, segundo Washington, mantém vínculos com o Tren de Aragua na Venezuela e com o Cartel de Sinaloa no México, ambas organizações consideradas terroristas estrangeiras pelos Estados Unidos.

Os delitos atribuídos incluem narcotráfico, tráfico de pessoas, exploração sexual de menores, extorsão e lavagem de dinheiro.

Recompensas e antecedentes

A DEA e o Departamento de Justiça estabeleceram recompensas que variam entre 15 e 25 milhões de dólares por informações que levem à prisão de Maduro e Cabello.

Em paralelo, em 2020, autoridades federais em Miami confiscaram 450 milhões de dólares vinculados a casos de corrupção venezuelana, incluindo mais de 280 milhões pertencentes a Alejandro Andrade, ex-tesoureiro do regime chavista.

Uma última advertência

O agente especial do FBI em Miami, Brett Skiles, alertou que as tentativas do regime de Maduro de movimentar dinheiro nos Estados Unidos "não ficarão sem controle".

Substituiu que as acusações contra A. K. e Carbajal refletem o compromisso do Buró com a perseguição da lavagem de dinheiro internacional, especialmente quando envolve governos sancionados.

Enquanto isso, Washington insiste que não reconhecerá Maduro como um governante legítimo e continuará trabalhando com aliados regionais para fechar os canais financeiros que sustentam seu regime.

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