Turista russa compara sua estadia em um hotel em Cuba com a escassez soviética

Uma turista russa critica a falta de higiene e serviços em um hotel em Cuba, comparando-o com a escassez soviética. Ela destaca a beleza natural do país, mas lamenta a atual crise turística.

café da manhã que promove o Hotel El Mojito, em Cayo Coco.Foto © hotelcubanacanmojito.com

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Uma turista russa descreveu suas férias em Cuba como uma experiência marcada por contrastes, na qual a beleza natural do Caribe foi ofuscada pela sujeira, o deterioração e a escassez. Seu depoimento, publicado pelo meio russo Money Times, se une às crescentes críticas sobre a crise que atravessa o turismo na ilha.

Anna S., que optou por viajar para Cayo Coco de forma espontânea porque seu passaporte estava prestes a expirar, se hospedou no Hotel Mojito 4 estrelas, pertencente à rede Cubanacán. O que encontrou lá lembrou-a, segundo disse, "os tempos soviéticos de escassez".

Em sua resenha, Anna relatou que após 15 horas de viagem a receberam em um quarto amplo e iluminado, mas com um nível de sujeira que a deixou em choque: cabelos no chão, areia no banheiro e uma falta total de higiene.

“Pela primeira vez em um pacote tudo incluído, não havia água potável no quarto. O bar só servia álcool e café; era necessário buscar a água no restaurante”, denunciou.

A isso se somaram outros detalhes: o xampu é reposto apenas a cada dois dias, as toalhas não são trocadas sem gorjeta e os mosquitos e formigas invadem as áreas do complexo. “No trópico, você precisa de cuidados, mas aqui não há”, lamentou a turista.

Praia paradisíaca, hotel em ruínas

A experiência não foi totalmente negativa. Anna ficou fascinada com a praia de areia branca, o oceano cristalino e a possibilidade de desfrutar de coquetéis preparados com cocos frescos. “Isso compensou muitas das desvantagens”, reconheceu.

No entanto, as instalações do hotel estavam muito aquém do que é promovido em sua página oficial, onde são destacados a piscina, a academia, as atividades para crianças e a animação noturna.

Segundo a visitante, as piscinas são de plástico desbotado, os tobogãs são inseguros, a pintura está descascando e um lago em mau estado exala mau cheiro e atrai mosquitos.

Em relação à comida, a resenha aponta que, embora haja certa variedade, a oferta logo se torna repetitiva, com frutas e verduras limitadas. “Para uma experiência com tudo incluído, é um C+, mas nada mais”, concluiu Anna.

Lo que mais o impactou, no entanto, foi o ambiente geral do país: “Cuba é linda, mas a realidade é deprimente. Há escassez para todos, incluindo os turistas”, afirmou.

Um retrato em meio à crise turística

O testemunho desta viajante chega em um momento crítico para o turismo cubano, que enfrenta uma de suas piores crises em décadas. Apenas entre janeiro e junho de 2025, chegaram 1,3 milhões de viajantes, 319.654 a menos do que no mesmo período de 2024, segundo dados da Oficina Nacional de Estatística e Informação (ONEI).

O colapso é especialmente forte nos dois mercados mais importantes para a ilha: Rússia e Canadá. No caso russo, apenas chegaram 63.708 turistas no primeiro semestre do ano, quase 49.000 a menos do que em 2024. O Canadá, tradicionalmente o primeiro mercado emissor, caiu de 577.624 para 428.125 visitantes.

A ocupação hoteleira no primeiro trimestre foi de apenas 24,1%, o que significa que três em cada quatro quartos permaneceram vazios, mesmo na alta temporada. Ao mesmo tempo, as pernoctações caíram de mais de cinco milhões para 3,6 milhões, e as receitas do setor despencaram 21,5%.

Enquanto o regime insiste em apresentar o turismo como "motor da economia", testemunhos como o de Anna mostram o contraste entre a propaganda oficial e a experiência real dos visitantes.

A turista russa resume com crueza: “Nunca vi tanta loucura em nenhum lugar. Cuba é impressionante, mas ao mesmo tempo horrível.”

Perguntas frequentes sobre a crise do turismo em Cuba

Por que a turista russa compara sua estadia em Cuba com a escassez soviética?

A turista russa comparou sua estadia em Cuba com a escassez soviética devido à falta de higiene, sujeira e à escassez de recursos básicos no hotel onde se hospedou. Ela encontrou um quarto sujo, sem água potável no quarto e outras deficiências no serviço que lhe lembraram os tempos de escassez na União Soviética.

Quais são as principais críticas enfrentadas pelos hotéis em Cuba?

As principais críticas em relação aos hotéis em Cuba incluem a falta de higiene, serviços deficientes e o deterioro das instalações. Além disso, os turistas têm apontado problemas como a escassez de alimentos, insetos nos quartos e um atendimento ao cliente que deixa muito a desejar. Esses problemas afetam tanto hotéis de luxo quanto outras categorias.

Como a crise do turismo impactou a economia cubana?

A crise do turismo impactou significativamente a economia cubana, com uma queda no número de visitantes e uma redução nas receitas do setor. A ocupação hoteleira é baixa e os ingressos diminuíram consideravelmente. Apesar da situação, o governo cubano continua a investir na construção de hotéis, uma estratégia que tem sido questionada devido à baixa demanda.

Quais fatores contribuem para o declínio do turismo em Cuba?

Fatores como a escassez de alimentos, a falta de higiene, os apagões e a insegurança contribuem para o declínio do turismo em Cuba. Além disso, a limitada conectividade aérea e a insatisfação geral com a qualidade dos serviços fizeram com que Cuba perdesse atratividade como destino turístico em comparação com outros países do Caribe.

Quais recomendações os viajantes dão para quem deseja visitar Cuba?

Os viajantes recomendam levar repelente de insetos, protetor solar e itens de higiene pessoal ao visitar Cuba. Esses conselhos se devem à dificuldade em encontrar esses produtos na ilha e à necessidade de prevenir problemas de saúde durante a estadia. Além disso, recomendam ajustar as expectativas em relação aos serviços que receberão.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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