¡Indignante! Homem de Matanzas leiloa falcão peregrino nas redes sociais

Um novo caso de tráfico ilegal de fauna expõe a fraca aplicação das leis cubanas, que permite que atos como a venda de um falcão-peregrino ocorram com total impunidade.

Animalistas denunciam a subasta e a venda de falcão-peregrino em MatanzasFoto © Collage Facebook / BAC-Havana e Wikipedia

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Uma publicação nas redes sociais gerou indignação ao divulgar que um homem, identificado como Leyder Milanés, ofereceu em leilão um falcão peregrino na cidade de Cárdenas, Matanzas.

A denúncia foi feita nesta quarta-feira pela organização protetora de animais BAC-Habana, que qualificou o fato como “totalmente inaceitável” e exigiu das autoridades que investiguem e punam com severidade os responsáveis.

Captura Facebook / BAC-Habana

Na foto compartilhada, observa-se o sujeito segurando com ambas as mãos a ave, que está viva e com as asas estendidas, enquanto tem as patas amarradas, o que evidencia um caso claro de maus-tratos a animais e de tráfico de espécies da fauna silvestre cubana, tipificado na lei como crime.

“Vende-se falcão-peregrino. Interessados, ligar para 59614106 ou 55219699. Está em Cárdenas. É quem mais paga. É um leilão. É pouco comum em nosso país”, lê-se literalmente no anúncio publicado por Milanés, onde além disso oferece números de contato para finalizar a transação, como se tratasse de uma venda comum.

Captura Facebook / Leyder Milanes

O falcão-peregrino (Falco peregrinus) é uma espécie protegida a nível internacional, incluída em listas de conservação da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Flora e Fauna Silvestres (CITES), e sua captura, posse e comercialização são crimes ambientais graves tanto no direito cubano quanto em tratados internacionais assinados pelo país.

“O falcão-peregrino não é apenas uma espécie de grande valor ecológico, mas também desempenha um papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas,” sublinhou a BAC-Habana em sua mensagem de denúncia.

A organização ressaltou que este ato constitui um ataque à biodiversidade e ao cumprimento das leis que regem a proteção da fauna silvestre em Cuba.

“A fauna não se vende, se respeita”, destacou a BAC-Habana, que apelou para compartilhar a denúncia para evitar que esses crimes ambientais continuem ocorrendo “com total impunidade e à luz do dia nas redes sociais”.

O caso do falcão-peregrino leiloado nas redes sociais não é um fato isolado. A venda e o tráfico ilegal de animais silvestres em Cuba tornaram-se cada vez mais frequentes, muitas vezes com pouca intervenção das autoridades e à vista do público.

Isso gerou uma crescente preocupação entre organizações ambientalistas e cidadãos conscientes dos danos ecológicos que essas práticas acarretam.

Días atrás, um cubano foi detido no aeroporto internacional de Miami por tentar introduzir aves vivas no país.

Levava em sua bagagem cinco exemplares escondidos entre suas roupas, o que evidenciou as fraquezas dos controles aduaneiros e o risco de que essas espécies terminem no mercado negro internacional.

Também foram relatadas apreensões dentro do território nacional. Em Villa Clara, a polícia prendeu dois homens que transportavam mais de 60 aves silvestres em gaiolas, muitas delas em condições precárias e sem qualquer documentação.

A prática costuma ser motivada pelo lucro, seja para vendas em mercados locais ou por encomendas clandestinas.

A comercialização de espécies protegidas também foi denunciada por organizações defensoras de animais. Uma delas condenou publicamente a venda de filhotes de cotorra nas redes sociais, com fotos que mostravam os animais ainda em idade de dependência, arrancados de seus ninhos e oferecidos como animais de estimação exóticos.

Em outro fato indignante, cidadãos relataram a venda de uma aura tiñosa ferida em plena via pública, em Havana. A ave, visivelmente machucada, foi exposta nas redes como se fosse um objeto qualquer, sem qualquer respeito pelo seu sofrimento ou pelas leis de conservação vigentes no país.

Perguntas Frequentes sobre o Tráfico Ilegal de Fauna em Cuba

Por que é ilegal o leilão de um falcão-peregrino em Cuba?

A leilão de um falcão-peregrino é ilegal em Cuba porque esta espécie está protegida pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES) e sua captura, posse e comercialização constituem crimes ambientais graves de acordo com as leis cubanas e internacionais. Além disso, o Decreto-Lei No. 31 de Bem-Estar Animal proíbe essas ações sem autorização.

Quais sanções enfrentam aqueles que traficam com fauna silvestre em Cuba?

Os traficantes de fauna silvestre em Cuba podem enfrentar multas e sanções penais sob o Decreto-Lei 31/2021 de Bem-Estar Animal. As infrações muito graves podem ser punidas com multas, apreensão dos animais e suspensão da posse de animais. Além disso, a Lei 81/1997 de Meio Ambiente proíbe expressamente o tráfico de fauna silvestre, o que também pode resultar em sanções legais severas.

Que papel desempenha o BAC-Habana na proteção dos animais em Cuba?

BAC-Habana é uma organização de proteção animal que denuncia atos de crueldade contra os animais e tráfico ilegal de fauna em Cuba. A BAC-Habana exige que as autoridades investiguem e punam essas práticas e promove a conscientização pública sobre a importância de proteger a biodiversidade e respeitar as leis de bem-estar animal. Também colabora na criação de iniciativas internacionais para combater o maltrato animal na ilha.

Como afeta o tráfico ilegal de espécies o ecossistema cubano?

O tráfico ilegal de espécies afeta gravemente o ecossistema cubano ao interromper o equilíbrio natural e a biodiversidade. Espécies como o falcão-peregrino desempenham papéis fundamentais no ecossistema, e sua captura ilegal pode causar desequilíbrios que afetam outras espécies e o meio ambiente em geral. A proteção dessas espécies é crucial para manter a saúde e a estabilidade ecológica em Cuba.

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