Decenas de cubanos que se candidataram à residência receberam nos últimos dias uma carta do Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS), que os convocou para a coleta de impressões digitais e a pergunta mais repetida do advogado Willy Allen, especialista em legislação migratória, nesta segunda-feira em seu programa semanal no CiberCuba, foi se isso "é normal".
"O novo pânico deste mês são as digitais", reconheceu Allen, diante da avalanche de perguntas feitas por cubanos que se inscreveram para a residência, sem distinção se o fizeram há um ano, dois ou um mês, e que não entendem por que estão sendo chamados neste momento para os testes biométricos. Como é natural, temem o pior: que sejam detidos e deportados.
En declarações a esta plataforma, Allen explicou pelo menos cinco vezes que não é normal que chamem de forma maciça para impressões digitais, da mesma forma que até alguns meses atrás não era normal que as pessoas fossem detidas por agentes do Serviço de Controle de Imigração e Aduanas (ICE) ao saírem do Tribunal, uma vez que o juiz desconsiderava seus casos.
Nessa linha, explicou também que consultou um grupo de advogados sobre o tema das citações para impressão digital e todos confirmaram que nunca detiveram nenhum cliente ao comparecer aos testes biométricos.
O novo pânico em relação às impressões digitais se soma ao terror coletivo pelos arrestos realizados por agentes do ICE em plena rua, na estrada, no tribunal e durante as consultas em Miramar. Depois veio a tragédia das detenções de cubanos I-220A; em seguida, surgiu o medo atroz da execução da ordem de deportação dos I-220B, que tem enviado de volta a Havana dezenas de cubanos, incluindo uma mãe de uma bebê lactante com um I-130 em processo.
A lista é longa: inclui também o medo de ser deportado para um país africano ou de ser aprisionado no Alcatraz das Ilhas Cayman; o temor de ser detido e de não ter a possibilidade de solicitar fiança com a doutrina de Matter Off Q. Li e mais tarde, de Yahure Hurtado. É necessário acrescentar o pavor coletivo de ser enviado para longe, para um centro de detenção de imigrantes em outro estado, dificultando a comunicação com a defesa. Não há descanso.
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