Publicam suposta felicitação de Trump a Epstein: "Temos certas coisas em comum"

A Casa Branca nega a autenticidade do documento: “O presidente Trump não desenhou esta imagem nem a assinou”, garantiu a secretária de imprensa, Karoline Leavitt.

Presunta cartão de felicitações de Trump a Epstein e ambos em uma festaFoto © WSJ - Captura de vídeo YouTube / CNBC

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Congressistas democratas publicaram nesta segunda-feira uma nota de aniversário que supostamente foi enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao financista Jeffrey Epstein em 2003.

O documento, que teria sido incluído em um livro de felicitações elaborado por Ghislaine Maxwell, contém um desenho do corpo de uma mulher e uma mensagem assinada com o nome de Trump.

A carta foi remetida ao Comitê de Supervisão da Câmara de Representantes pelos advogados do patrimônio de Epstein, após uma citação judicial emitida em agosto. Os legisladores democratas compartilharam a imagem na rede social X junto a um comentário no qual questionaram qual “segredo maravilhoso” teriam compartilhado Trump e Epstein.

"Feliz aniversário, e que cada dia seja outro maravilhoso segredo", lê-se no texto. "Temos certas coisas em comum", diz outro fragmento do documento revelado.

A Casa Branca reagiu imediatamente e rejeitou a autenticidade do documento. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, afirmou que “o presidente Trump não desenhou esta imagem nem a assinou” e destacou que a equipe jurídica do mandatário continuará com ações judiciais.

O próprio Trump já havia negado em julho a existência dessa felicitação, quando o jornal The Wall Street Journal publicou detalhes da nota.

Neste momento, qualificou a informação de "falsa" e anunciou uma ação por difamação contra o jornal, seu editor e a empresa-mãe News Corp, de propriedade de Rupert Murdoch, na qual reivindica uma indenização de 10 bilhões de dólares.

Na segunda-feira, Robert García, o democrata de maior destaque no Comitê de Supervisão, afirmou que “Trump estava mentindo e está fazendo tudo o que pode para ocultar a verdade”, segundo um relatório da BBC.

Em resposta, o subchefe de gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, divulgou várias imagens com assinaturas autênticas de Trump para demonstrar que a assinatura da nota não é dele. “¡Não é a assinatura dele, difamação!”, escreveu no X.

Trump e Epstein foram amigos durante os anos noventa, embora o agora presidente tenha insistido que se distanciou dele no início dos anos 2000, após um conflito em seu clube Mar-a-Lago na Flórida. Epstein foi acusado em 2006 por crimes sexuais e morreu na prisão em 2019 enquanto aguardava o julgamento por tráfico de menores.

A verossimilhança da assinatura em disputa

Embora a Casa Branca insista que a felicitação é falsa, várias evidências questionam essa versão.

The New York Times lembrou que em 1997 Trump dedicou um exemplar de seu livro ‘The Art of the Comeback’ a Epstein com uma nota manuscrita: “Para Jeff – VOCÊ É O MAIOR!”. Além disso, jornalistas e analistas compararam a caligrafia e a assinatura da suposta carta com outras assinadas pelo mandatário, encontrando semelhanças notáveis.

O argumento de Trump de que “não desenha” também foi questionado. Nos anos 2000, o então empresário fez esboços a marcador que foram leiloados em benefício de organizações de caridade, o que prova que ele realmente recorreu ao desenho em público, conforme publicou Reuters.

Por outro lado, veículos como The Daily Beast e advogados de vítimas de Epstein confirmaram a existência do “birthday book” compilado por Ghislaine Maxwell, onde eram encontrados mensagens de várias personalidades. Segundo essas fontes, o documento está sob revisão legal e política, e sua autenticidade pode se tornar uma peça chave da investigação parlamentar.

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