Secundária em Holguín em condições críticas: estudantes denunciam perigos e pais clamam por segurança

Estudantes de Holguín denunciam a perigosa situação de sua escola, com estruturas em risco e falta de recursos. Pais e alunos exigem do governo soluções reais para evitar tragédias.

Balcones prestes a colapsar e banheiros insalubres: estudantes pedem para não sofrer represálias por denunciar a situação no localFoto © Facebook/La Tijera

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A escola secundária básica Gilberto González Rojas do município de Cacocum, na província de Holguín, encontra-se em condições críticas, com varandas prestes a desabar, escadas deterioradas e salas de aula insalubres, enquanto estudantes e pais denunciam o abandono oficial que coloca em risco a vida de centenas de adolescentes.

Os alunos descrevem um cenário alarmante: paredes com infiltrações, banheiros em estado deplorável e um lanche escolar classificado como de péssima qualidade.

Captura do Facebook/La Tijera

A área recreativa se inunda com cada chuva, o que impede a realização de aulas de educação física, privando os jovens de espaços básicos para sua formação, revelou a página em Facebook do usuário La Tijera.

Em vez de realizar reparos urgentes, as autoridades optaram por destinar recursos para pintar as paredes, a fim de aparentar melhorias.

A direção proíbe aproximar-se de áreas em risco e coloca vigilantes como substitutos de soluções reais, uma medida que não elimina o perigo iminente, indicou a fonte.

Foto: La Tijera

À precariedade material soma-se a proibição do uso de telefones móveis, o que dificulta a comunicação dos estudantes que percorrem longas distâncias para assistir a um centro onde também faltam professores e turnos de aulas.

Muitos jovens precisam gastar dinheiro com transporte e lanches para chegar a um lugar onde a motivação se esvai.

“Como esperam que tenhamos vontade de ir estudar se não temos café da manhã, não contamos com materiais de estudo e, acima de tudo, não temos motivação?”, questionou um aluno da oitava série em representação de seus colegas, que pedem para não sofrer represálias por denunciar.

Nas redes sociais, pais e cidadãos reagiram com indignação. “Até que uma escola não machuque as crianças, eles não vão parar”, alertou uma comentarista.

Outros reivindicam a interrupção do envio dos filhos para as aulas até que a segurança seja garantida e denunciam que as instituições gastam milhões em pintura sem abordar os problemas estruturais.

A comunidade estudantil exige respostas concretas e soluções imediatas para evitar que o que hoje é uma denúncia se torne amanhã uma tragédia anunciada.

Famílias cubanas criticaram o governo por classificar como “alegre” o início do ano letivo 2025-2026, enquanto nos bairros os cubanos comuns enfrentam apagões, falta de recursos e condições precárias nas salas de aula.

O governo reconheceu que apenas foram produzidos 2,2 milhões dos 3,6 milhões de uniformes previstos para este ano letivo, e apenas 20% dos alunos estreariam roupas novas. O restante dependeria de peças herdadas ou do mercado negro, onde um uniforme supera os 5.000 pesos.

Além disso, foi implementada uma “norma ajustada” que reduz a entrega de cadernos: três por criança no ensino fundamental para cobrir seis disciplinas. No ensino médio, elas devem ser divididas ao meio. Aqueles que não puderem pagar os 200 CUP que custa um caderno no mercado informal, simplesmente não poderão registrar suas aulas.

Os problemas também afetam o pessoal docente. Em Matanzas faltam mais de 2.000 professores, e a solução tem sido preencher as salas de aula com estudantes universitários, contratos por horas e pessoal não capacitado. O déficit é semelhante em províncias como Camagüey ou Sancti Spíritus, o que compromete seriamente a qualidade educacional.

A ministra da Educação, Naima Trujillo, insistiu que a abertura foi possível graças ao “esforço coletivo”, mas até mesmo reconheceu que muitas escolas só puderam abrir após reparações de emergência realizadas por pais, cooperativas e empresas locais.

Tectos com infiltrações, mobiliário insuficiente, banheiros fora de serviço e salas de aula às escuras continuam fazendo parte da paisagem escolar.

Recientemente, a criadora cubana de conteúdos @ledyhr92 percorreu o que um dia foi sua escola em Santa Clara. Treze anos depois, ela retornou à Escola de Iniciação Esportiva Escolar (EIDE) "Manuel Fajardo" de Villa Clara e o que encontrou foram ruínas: mato cobrindo os corredores, tábuas quebradas, tetos desmoronados e salas de aula devoradas pelo abandono.

Problemas na Educação e na Infraestrutura em Cuba

Qual é a situação da escola secundária básica Gilberto González Rojas em Cacocum, Holguín?

A escola secundária básica Gilberto González Rojas enfrenta condições críticas com varandas prestes a colapsar, escadas deterioradas e salas de aula insalubres. Estudantes e pais denunciam o abandono por parte das autoridades, que coloca em risco a vida de centenas de adolescentes. A essas condições somam-se problemas como banheiros em péssimo estado e uma merenda escolar de qualidade muito baixa.

Quais medidas as autoridades tomaram diante do deterioro da escola em Cacocum?

En lugar de reparações urgentes, as autoridades optaram por pintar as paredes para aparentar melhorias. Também proibiram a aproximação a áreas de risco e colocaram vigilantes como medida de segurança, o que não elimina o perigo iminente. Os estudantes e pais exigem soluções reais e não apenas medidas cosméticas.

Qual é o impacto das más condições escolares na motivação dos estudantes?

As más condições da escola afetam gravemente a motivação dos estudantes. A falta de café da manhã, materiais de estudo e condições adequadas faz com que muitos jovens percam o desejo de frequentar as aulas. Essa situação é aggravada pela falta de professores e pelos longos deslocamentos necessários para chegar ao centro educativo.

Como a crise na infraestrutura educacional afeta o nível nacional em Cuba?

A crise na infraestrutura educacional é um problema em nível nacional em Cuba. Muitas escolas enfrentam tetos com infiltrações, mobiliário insuficiente e banheiros fora de serviço. Além disso, há um déficit significativo de professores, o que compromete a qualidade educacional. Essa situação reflete um abandono generalizado e a falta de investimento no setor educacional.

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