Governo cubano reporta queda nos investimentos em hotéis e restaurantes em 2025

Os investimentos em hotéis e restaurantes em Cuba caíram em relação a 2024. O governo prioriza energia e serviços básicos, contradizendo afirmações oficiais sobre a importância do turismo.

Gran Hotel Bristol La Habana CubaFoto © Facebook Gran Hotel Bristol La Havana Cuba

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As investimentos em hotéis e restaurantes em Cuba sofreram uma drástica diminuição em 2025, segundo dados publicados pelo Escritório Nacional de Estatística e Informação (ONEI) que aparecem refletidos no boletim de "Indicadores selecionados do Sistema Empresarial e Orçamentário" correspondente ao mês de junho.

De acordo com o gráfico divulgado pela ONEI, o setor de hotelaria e turismo recebeu 4,7 % do total de investimentos até o momento, em comparação com os 11,3 % registrados no mesmo período de 2024.

A queda dessas investimentos demonstra uma suposta perda de prioridade do setor turístico nos planos de desenvolvimento do regime cubano, em um contexto de crise econômica sustentada e colapso da chegada de visitantes internacionais.

Em contraste, o governo assegura que destinou mais recursos ao fornecimento de eletricidade, gás e água, com 33,6% do total de investimentos, o que representa um salto notável em relação a 10,7% em 2024.

Estas cifras da ONEI contradizem o discurso estatal, mostram uma suposta mudança de enfoque em relação a setores considerados estratégicos e dão a entender, a priori, que há novas prioridades para o regime a fim de reverter, em um prazo indefinido, os constantes apagões e o deterioro dos serviços básicos no país.

Onde não houve surpresas foi no segundo maior destino de investimento, que foi a área de serviços empresariais, atividades imobiliárias e de aluguel, embora também tenha sofrido uma redução significativa, passando de 26,2% em 2024 para 17,0% em 2025, o que equivale a uma queda de 9,2 pontos percentuais.

A reorientação dos investimentos, reduzindo o peso do turismo, entra em contradição com as declarações do primeiro-ministro Manuel Marrero, que recebeu duras críticas nas redes sociais em julho, quando afirmou que esse setor continuaria sendo prioridade nos investimentos porque "gerará receitas, empregos e desenvolvimento", apesar de estar em plena crise há mais de três anos.

Perguntas frequentes sobre a queda dos investimentos em hotéis e restaurantes em Cuba

Por que diminuíram os investimentos em hotéis e restaurantes em Cuba em 2025?

Os investimentos em hotéis e restaurantes em Cuba caíram para 4,7% do total dos investimentos em 2025, em comparação com 11,3% do mesmo período em 2024. Essa diminuição reflete uma possível perda de prioridade do setor turístico por parte do governo cubano, em meio a uma crise econômica contínua e uma queda no número de visitantes internacionais.

Qual tem sido a nova abordagem de investimento do governo cubano em 2025?

Em 2025, o governo cubano redirecionou seus investimentos para o fornecimento de eletricidade, gás e água, concentrando 33,6% do total de investimentos nesses setores. Essa mudança de foco busca abordar problemas como os constantes apagões e o deterioramento dos serviços básicos. No entanto, essas ações contradizem o discurso oficial que promove o turismo como a "locomotiva da economia cubana".

Como a crise turística afetou a economia de Cuba?

A crise do turismo em Cuba, caracterizada por uma baixa taxa de ocupação hoteleira e uma diminuição de 25% na chegada de visitantes, teve um impacto negativo significativo na economia do país. O setor turístico tem sido tradicionalmente uma das principais fontes de receita para Cuba, e seu declínio agravou os problemas econômicos já existentes, como a escassez de alimentos e o deterioramento da infraestrutura.

Que críticas foram feitas sobre a gestão do turismo em Cuba?

Numerosos críticos têm apontado que a gestão do turismo em Cuba é marcada por uma falta de correlação entre o investimento e o retorno econômico, assim como pela persistência de problemas estruturais que limitam sua competitividade. O regime cubano tem sido criticado por continuar investindo em um setor que não apresenta sinais de recuperação, enquanto negligencia áreas essenciais como a saúde, a educação e a produção de alimentos.

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