Régimen deseja que todos "defendam, conheçam e queiram" Fidel Castro pelo centenário de seu nascimento

Parece que o regime tem a equivocada percepção de que as crianças, adolescentes e jovens desejam "se aproximar" da vida e obra do ditador Fidel Castro, que em 2026 completaria 100 anos.

Fidel CastroFoto © Captura YouTube / Bangladesh News247

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O regime cubano se prepara para o centenário do nascimento de Fidel Castro, que será comemorado em 13 de agosto de 2026, com uma campanha política e de propaganda destinada a que os cidadãos “defendam, conheçam e queiram” o falecido ditador.

A exhortação foi realizada em um artigo publicado em Granma por Sissi Abay Díaz, subdiretora do Centro Fidel Castro Ruz, que assegura que a comemoração não deve se limitar a homenagens formais, mas se tornar uma oportunidade para fortalecer as “raízes patrióticas” dos cubanos e projetar o pensamento de Castro para as novas gerações.

Aparentemente, a porta-voz do regime tem a falsa percepção de que as crianças, adolescentes e jovens desejam “se aproximar” da vida e obra do falecido ditador.

Segundo a funcionária, a celebração incluirá atos públicos, atividades culturais, imagens e canções dedicadas ao ex-governante, além da publicação de um projeto editorial de grande escala: 23 volumes de Obras Escolhidas, com mais de 600 documentos, discursos, entrevistas e reflexões de Fidel.

O material será socializado em plataformas digitais e traduzido para outros idiomas, com o objetivo de expandir a influência – mesmo após a morte – do exditador fora da ilha.

Abay ressalta que, juntamente com essa compilação, o centenário deve servir para divulgar os eixos principais do pensamento político – e de doutrinação – de Castro: seu antimperialismo, a adesão ao marxismo e ao ideário de José Martí, o papel que concedeu ao Partido Comunista de Cuba como uma suposta “vanguarda política da nação” e sua estratégia militar baseada na “guerra de todo o povo”.

O texto oficialista também sugere resgatar aspectos pessoais do ex-dirigente, como seu caráter, seu relacionamento com amigos e adversários, e sua visão sobre ciência, economia e educação, para apresentá-lo como um modelo integral de líder revolucionário, em uma tentativa inútil de aproximar os jovens da figura do ditador.

Um dos pontos centrais do artigo é o chamado para alcançar crianças e jovens que cresceram sem coincidir historicamente com Fidel Castro.

A autora alerta que as novas gerações estão expostas a “distorções nas redes sociais” e propõe que devem ser conquistadas com “os códigos e recursos destes tempos” para garantir que reconheçam em Castro uma figura exemplar.

A campanha, que busca proteger a imagem do ex-governante no imaginário coletivo, coincide com um momento de forte crise econômica e social na ilha, onde escassez, inflação e migração em massa atingem duramente a população.

Apesar dessa realidade, o regime prioriza recursos para reforçar o culto à personalidade do líder histórico da Revolução.

Com este centenário, o oficialismo pretende reativar a propaganda em torno de Fidel Castro como símbolo de resistência e unidade, embora para amplos setores da sociedade cubana sua figura também represente décadas de autoritarismo e um modelo político e econômico que não resolveu os problemas básicos da cidadania.

A maquinaria de propaganda do regime cubano foi ativada com força rumo ao centenário do nascimento de Fidel Castro, previsto para 2026. A ordem é clara: cada gesto, cada ato, cada brisa de vento deve ser utilizada como veículo de doutrinação política.

Días atrás, se reportou que militares foram mobilizados para plantar cem árvores em uma área militar de várias províncias, e a atividade foi oficialmente dedicada a prestar tributo ao ditador.

Em Guantánamo, vários refeitórios para pessoas vulneráveis foram inaugurados também em homenagem ao nascimento do ditador que levou tantas pessoas à miséria.

A manipulação chega a extremos insólitos: em Matanzas, o nascimento de um bebê foi anunciado como “presente ao Comandante” por coincidir com o 99º aniversário de seu nascimento.

O recém-nascido foi registrado com o nome Fidel, em um claro sinal de submissão ideológica disfarçada de espontaneidade popular.

Perguntas frequentes sobre a comemoração do centenário de Fidel Castro em Cuba

Quais atividades o regime cubano planeja para o centenário de Fidel Castro?

O regime cubano planeja uma campanha política e de propaganda que inclui atos públicos, atividades culturais, a publicação de 23 volumes de Obras Escolhidas de Fidel Castro, e a socialização desses materiais em plataformas digitais e em outros idiomas. Tudo isso tem como objetivo fortalecer as "raízes patrióticas" dos cubanos e projetar o pensamento de Castro para as novas gerações.

Qual é o objetivo do regime ao comemorar o centenário de Fidel Castro?

O objetivo é reforçar a imagem de Fidel Castro como símbolo de resistência e unidade, projetando seu pensamento como "símbolo vivo da Revolução". Além disso, o regime busca conectar as novas gerações ao legado de Castro, apesar da forte crise econômica e social que atravessa Cuba.

Por que o regime cubano prioriza a campanha de Fidel Castro em meio a uma crise?

O regime prioriza esta campanha como um mecanismo de controle social e para manter viva a figura de Castro como um pilar do sistema político cubano. Apesar da crise de apagões, inflação e escassez, o governo continua investindo em propaganda para sustentar seu modelo político, em vez de atender às necessidades urgentes da população.

Como é percebida a figura de Fidel Castro entre a juventude cubana atual?

Para muitos jovens cubanos, Fidel Castro representa décadas de autoritarismo e um modelo político que não resolveu os problemas básicos da cidadania. Apesar dos esforços do regime para aproximar a figura de Castro das novas gerações, muitos jovens associam seu legado a apagões, escassez e repressão.

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