Lixeiro e fossa transbordando transformam uma esquina central de Sancti Spíritus em símbolo de descaso e insalubridade

Um microvertedouro em uma esquina central de Sancti Spíritus reflete a falta de gestão e controle do governo cubano, com resíduos e águas residuais afetando a higiene pública e o ambiente urbano.

O problema evidencia a ausência de um sistema eficaz para o depósito e a coleta do lixoFoto © Escambray/Adriana Alfonso

Vídeos relacionados:

Um lixão acumulado há anos em uma esquina central da cidade de Sancti Spíritus, somado a uma fossa que despeja águas pestilentas, reflete a falta de controle e gestão das autoridades, enquanto a indisciplina social perpetua um foco de contaminação que degrada a cidade.

O microvertedouro está localizado na interseção de Carlos Roloff e Tello Sánchez, um ponto neurálgico da capital espirituana que hoje se encontra marcado por resíduos sólidos e águas residuais, o que prejudica a higiene pública e a imagem do ambiente urbano, descreveu um fotorreportagem do periódico oficial Escambray.

As pessoas residentes da área normalizaram a prática de depositar lixo em plena via, em um espaço que com o tempo se transformou em um depósito ilegal.

A situação se agrava pela existência de uma fossa que acrescenta um foco adicional de contaminação e maus odores.

Foto: Escambray/Roberto Javier Bermúdez

Embora o meio de comunicação reconheça a responsabilidade cidadã na acumulação de desperdícios, o problema evidencia a ausência de um sistema efetivo de coleta e de alternativas adequadas para o descarte do lixo, o que transforma a indisciplina em rotina e a desordem em uma paisagem cotidiana.

A persistência do microvertedero, apesar de estar localizado em um lugar central e visível, questiona diretamente a capacidade de gestão das autoridades locais, que permitiram que a sujeira se tornasse parte da vida cotidiana dos espirituanos.

Enquanto se fala em “legalizar” o depósito por meio de um supiadero - aterro informal ou ponto de coleta temporário de resíduos - e em incentivar a denúncia contra aqueles que jogam resíduos na via pública, a realidade é que o aterro continua a crescer, tornando-se um símbolo de abandono e descaso oficial.

Recentemente, uma cubana denunciou nas redes sociais as condições de abandono e insalubridade que enfrentam zonas rurais em Cuba, onde, segundo seu testemunho, os residentes convivem diariamente com águas negras, ruas destruídas e lixo acumulado.

Outra denúncia em Matanzas mostrou como o lixo “está se apropriando dos lugares mais bonitos” da província, como a Vía Blanca e parques à beira-mar. Moradores afirmam que se veem obrigados a queimar resíduos devido à falta de coleta, uma prática perigosa que ilustra a ausência de gestão estatal.

Em Cienfuegos, historicamente considerada a cidade mais limpa do país, o lixo começou a invadir ruas e espaços públicos, especialmente após eventos como a feira de La Calzada. As críticas apontam tanto para a falta de coleta quanto para a escassa consciência cívica e a ausência de controle governamental.

Em Havana, um dos lixões mais impressionantes se tornou viral nas redes sociais como um testemunho da decadência da outrora esplêndida capital cubana.

Ubicado na rua Virtudes, entre Consulado e Industria, ao lado da sede do outrora Teatro Musical de Havana, o lixo transborda uma esquina e se estende por uma quadra de cada lado.

A acumulação de lixo se espalha por toda a cidade, e provoca preocupação diante de uma evidente crise de saúde pública fora de controle, para a qual o governo não encontra solução.

Recientemente, transcendeu que a acumulação descontrolada de lixo em várias esquinas do Vedado tem deixado os residentes do bairro central habanero em alerta, que denunciaram a insalubridade reinante e alertaram sobre o perigo que essa situação representa diante do iminente início da temporada de furacões.

Em ruas como 25 e H, 17 e 10, ou 13 e 10, as imagens mostram uma realidade alarmante: latas de lixo transbordando, aterros improvisados em plena via pública e resíduos que se acumulam por dias sem serem recolhidos.

Também a acumulação de lixo no município de Cerro, em Havana, despertou novamente a indignação dos moradores que denunciam condições insalubres e inação do Estado, enquanto convivem entre moscas, maus odores e o medo de doenças.

De igual forma, a Empresa Construtora de Vias Férreas “Comandante Tony Santiago” denunciou o aumento descontrolado de lixo sólido e líquido lançado sobre a infraestrutura ferroviária do país, uma prática que compromete seriamente a segurança operacional, a saúde pública e a resistência de um sistema que, por si só, mal se sustenta.

Perguntas frequentes sobre a crise de insalubridade e gestão de resíduos em Cuba

Qual é o problema principal na esquina de Carlos Roloff com Tello Sánchez em Sancti Spíritus?

A esquina de Carlos Roloff e Tello Sánchez em Sancti Spíritus se tornou um microvertedouro devido ao acúmulo de lixo e uma fossa que despeja águas pestilentas. Este problema reflete a falta de controle e gestão das autoridades locais, assim como a indisciplina social que perpetua um foco de contaminação.

Quais medidas as autoridades cubanas tomaram frente à crise do lixo?

As autoridades cubanas falaram sobre "legalizar" depósitos informais de lixo e incentivar as denúncias contra aqueles que jogam resíduos em vias públicas. No entanto, essas medidas não conseguiram conter a acumulação de lixo, que continua a ser um problema crescente em várias cidades, incluindo Havana e Santiago de Cuba.

Como a acumulação de lixo está afetando a saúde pública em Cuba?

A acumulação de lixo em Cuba está causando uma crise de saúde pública, com focos de insalubridade que geram maus odores, proliferação de vetores e riscos de doenças. A falta de recolhimento oportuno e a queima de lixo como medida desesperada agravam essa situação, expondo a população a perigos sanitários significativos.

Por que se considera que o problema do lixo em Cuba saiu do controle?

O problema do lixo em Cuba saiu do controle devido à falta de gestão eficaz e à incapacidade do governo de implementar soluções sustentáveis. A acumulação de lixo invadiu espaços públicos, ferrovias e bairros inteiros, tornando-se um símbolo de abandono e descaso oficial, o que gerou indignação na população.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.