Família com origens cubanas honra sua memória migrante com um restaurante em Washington

Um pequeno restaurante em Olympia, Estados Unidos, tornou-se um refúgio de memórias e sabores cubanos, fundado por uma família marcada pelo exílio.

Fachada do restaurante Mi Luna Cuban CaféFoto © Facebook/Mi Luna Cuban Cafe

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Kirsten Herrera-Root e seu marido Rich Root decidiram prestar homenagem a uma história migratória familiar que começou na década de 60, quando os Herrera deixaram Cuba para reconstruir suas vidas nos EUA, abrindo um restaurante em Olympia, no estado de Washington.

O resultado é Mi Luna Cuban Café, o primeiro restaurante cubano da capital estadual. “Minha história, a história da minha família, é muito importante para mim”, disse Herrera-Root, de 51 anos, ao jornal The Olympian.

A família Herrera emigrou de Cuba no início dos anos 60 e se estabeleceu em Olympia. Lá, os filhos e netos cresceram entre recordações distantes da ilha e o esforço para manter vivas as tradições. Décadas depois, em abril de 2025, a terceira geração retornou a essas raízes pela cozinha.

“Havia filas na porta. Quase ficamos sem comida várias vezes porque a comida cubana demora”, lembra Herrera-Root sobre os primeiros dias de abertura. A recepção foi melhor do que o esperado. “As pessoas entram e nos dizem que a comida tem gosto de casa”.

O menu inclui pratos típicos cubanos e incorporou sabores dominicanos, em homenagem aos anos que a família viveu na República Dominicana entre 2006 e 2013.

Cada canto do local tem um pedaço do passado: vitrais recuperados, bancos de igreja, fotografias antigas e recortes de jornal com histórias da família Herrera, guardam a memória de uma família marcada pela migração. Até mesmo um dos pilares centrais exibe um desenho emoldurado do edifício, sobreposto a artigos do jornal local The Olympian.

“A história seria muito diferente se não fôssemos bem-vindos nos Estados Unidos e nesta comunidade”, refletiu Herrera-Root, que retornou à sua cidade natal há dois anos depois de viver em Tacoma e no exterior.

Facebook/Mi Luna Cuban Cafe

A chefe executiva do restaurante, Miriam-Xiomara Padilla, não é cubana, mas após uma viagem a Miami e uma imersão na história migrante da comunidade, compreendeu a carga emocional de cozinhar esses pratos. "Receber a oferta para ocupar o cargo e poder honrar sua família através da comida que preparo é muito significativo para mim", expressou.

Padilla, uma mulher de ascendência mexicana e espanhola, destaca o valor da culinária cubana como “simples, mas complexa”. Receitas que requerem até 60 horas de preparação, entre marinagem e cozimento, e cujo sabor se baseia no refogado de cebola, pimentão e alho.

Além do valor gastronômico, Mi Luna se tornou um espaço de convivência para a comunidade latina e caribenha em Olympia. “Um dos nossos sonhos é construir comunidade e celebrar a diversidade”, enfatizou Herrera-Root. Hoje, seus filhos também trabalham no restaurante, garantindo que o legado familiar continue.

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