Em uma recente entrevista publicada no canal do YouTube do jornalista Jorge Ramos, a icônica cantora Gloria Estefan afirmou que, apesar de ter vivido momentos difíceis de segregação racial em sua juventude, nunca viu os Estados Unidos tão polarizados como atualmente.
"Em 65 anos que estou aqui, vi a segregação, os horrores que os afro-americanos viveram durante uma época, quando tentaram se firmar com Martin Luther King. Eu era uma criança, mas vi tudo... E não vi nada como isso", declarou Estefan com visível preocupação pela situação atual das comunidades imigrantes.
A artista, exilada de Cuba, falou sobre o medo que lhe causa o clima de tensão no país que a acolheu, principalmente devido à política migratória da administração de Donald Trump, que persegue e deporta pessoas que entraram nos Estados Unidos, até mesmo por vias legais.
"Me assusta quando se ignoram as divisões do governo... quando se aprova uma lei e não se cumpre", apontou a cantora, aludindo ao que percebe como uma erosão do equilíbrio democrático entre os poderes executivo, legislativo e judiciário.
Durante a entrevista, Gloria Estefan também refletiu sobre a fragilidade da liberdade e a necessidade de defendê-la constantemente.
"Acuérdate que eu venho de Cuba (...) As pessoas nos Estados Unidos não percebem o quão frágil é a liberdade", advertiu, ao mesmo tempo em que confessou seu desejo de estar errada sobre o rumo que a nação está tomando.
A conversa fez parte do episódio 20 do programa "Assim vejo as coisas", onde também abordaram temas como o lançamento de seu novo disco Raízes, a importância de cantar em espanhol nos EUA, e lembranças pessoais sobre o exílio cubano, a guerra do Vietnã e sua vida ao lado de Emilio Estefan.
A entrevista completa pode ser vista no canal de Jorge Ramos no YouTube, que conta com mais de 180 mil inscritos.
Perguntas frequentes sobre a atualidade política nos Estados Unidos e Gloria Estefan
Por que Gloria Estefan está preocupada com a polarização nos Estados Unidos?
Gloria Estefan expressou sua preocupação porque nunca tinha visto os Estados Unidos tão polarizados como agora, comparando a situação atual com os momentos de segregação racial que viveu em sua juventude. Ela considera que a erosão do equilíbrio democrático e a atual política migratória contribuem para essa divisão.
Qual é a opinião de Gloria Estefan sobre a política migratória nos EUA?
Gloria Estefan critica a política migratória impulsionada pela administração de Donald Trump por perseguir e deportar imigrantes, inclusive aqueles que entraram por vias legais. Ela aponta que essas práticas demonstram uma perda de humanidade e um tratamento inadequado aos imigrantes nos Estados Unidos.
Que mensagem Gloria Estefan deseja transmitir com seu álbum "Raíces"?
Gloria Estefan busca enviar uma mensagem positiva com seu álbum "Raíces", ressaltando o amor, a conexão e o orgulho pela identidade latina. Em um contexto político preocupante, o álbum pretende ser uma resposta artística à desconexão social, destacando a importância das raízes e da cultura.
Como tem sido a trajetória de Gloria Estefan na música e seu impacto na comunidade latina?
Gloria Estefan teve uma carreira de 50 anos na música, celebrada por sua energia e sabor latino. Vendeu mais de 100 milhões de discos e ganhou sete prêmios GRAMMY, tornando-se uma figura icônica que abriu portas para gerações de artistas latinos e continua relevante na indústria musical.
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