Embaixador cubano reage após retirada de estátuas de Fidel Castro e do Che de um parque no México

Apesar da reação do funcionário do regime, a decisão da prefeitura de Cuauhtémoc é honrosa: nem todo personagem histórico merece uma estátua, ainda mais quando seu legado está manchado pela repressão e pela violência.

Parque com as estátuas de Fidel Castro e do CheFoto © X / Jorge Becerril

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A recente decisão de retirar as estátuas de Fidel Castro e Ernesto Che Guevara de um parque na Cidade do México gerou uma onda de reações, incluindo a do embaixador cubano, Marcos Rodríguez Costa, que tentou minimizar a medida com frases grandiloquentes e evasivas.

"A verdadeira Revolução não é de pedra nem de bronze: é a consciência transformada, a vontade coletiva de lutar e construir um mundo mais justo", expressou o diplomata em X, evitando referir-se de forma direta à resolução da alcaldía Cuauhtémoc.

Rodríguez Costa acompanhou sua mensagem com uma citação de Fidel Castro: "...não existe força no mundo capaz de esmagar a força da verdade e das ideias", escreveu, ignorando a realidade: o falecido governante foi um dos ditadores mais longevos e repressivos da história.

Também o Partido Comunista do México reagiu com virulência à retirada do monumento, qualificando o ato de "agravo à amizade entre Cuba e México" e convocando protestos.

O partido defendeu com fervor figuras amplamente apontadas por violações de direitos humanos, execução de opositores e criminalização de dissidentes, sem oferecer uma única palavra sobre as razões legais que motivaram a retirada.

Em contraste, a prefeita de Cuauhtémoc, Alessandra Rojo de la Vega, que ordenou a retirada das estátuas, deu uma demonstração de respeito à legalidade e ao bom senso.

"Nem o Che nem o Fidel pediram autorização para se instalar em Cuba... e também não na Tabacalera. Mas aqui a lei é cumprida. Cuauhtémoc livre", disse, em uma frase que resumiu o repúdio da cidadania à glorificação de dois líderes responsáveis por milhares de execuções e perseguições políticas.

A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, por sua vez, adotou uma postura ambígua e complacente, sugerindo que as estátuas poderiam ser reinstaladas em outro lugar.

Ao insistir que representavam um "momento histórico" entre o México e Cuba, Sheinbaum ignorou o descontentamento de numerosos moradores, assim como os danos que essas figuras representam simbolicamente para muitas vítimas do castrismo.

O retiro das esculturas foi motivado não apenas por irregularidades administrativas - como a falta de permissões do Comitê de Monumentos e Obras Artísticas em Espaços Públicos - mas por anos de reclamações dos moradores, atos vandalicos e rejeição da população.

O conjunto escultórico, popularmente conhecido como o banco do Che e Fidel, foi objeto de controvérsia desde seu emplaçamento em 1917, e igualmente em 2020, quando foi reinstalado sem autorização formal.

Para alguns, era uma homenagem legítima aos laços históricos entre o México e a revolução cubana, enquanto muitos a viam como uma ofensa, uma homenagem urbana a dois homens responsáveis por execuções sumárias, encarceramentos sem julgamento e a instauração de um sistema opressivo em Cuba.

Por enquanto, as esculturas permanecem sob proteção enquanto se determina seu destino final.

Em tempos em que a memória histórica é debatida no espaço público, a decisão da prefeitura de Cuauhtémoc estabelece um precedente: nem todo personagem histórico merece uma estátua, e ainda menos quando seu legado está manchado pela repressão e pela violência.

Perguntas frequentes sobre a remoção das estátuas de Fidel Castro e Che Guevara no México

Por que foram retiradas as estátuas de Fidel Castro e Che Guevara na Cidade do México?

As estátuas foram removidas devido a irregularidades administrativas na sua instalação, falta de permissões do Comitê de Monumentos e Obras Artísticas em Espaços Públicos e anos de queixas dos moradores, que incluíam atos de vandalismo e rejeição por parte da população.

Quem ordenou a retirada das estátuas de Fidel e do Che no México?

A prefeita de Cuauhtémoc, Alessandra Rojo de la Vega, foi quem ordenou a retirada das estátuas. Ela argumentou que sua instalação não cumpriu com a legalidade estabelecida e que sua presença não contava com o respaldo formal necessário.

Qual foi a reação do governo cubano ao retirar as estátuas?

O embaixador cubano, Marcos Rodríguez Costa, tentou minimizar a medida destacando a importância das ideias revolucionárias sobre os monumentos físicos. No entanto, essa resposta evitou abordar os motivos legais e a rejeição popular que motivaram a remoção.

Qual foi a postura da presidenta do México em relação às estátuas?

A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, sugeriu que as estátuas poderiam ser reinstaladas em outro lugar, destacando seu valor histórico, embora sua posição tenha sido criticada por ignorar o desconforto que essas figuras geram entre os vizinhos da área onde estavam localizadas inicialmente.

Como reagiu o Partido Comunista do México à retirada das estátuas?

El Partido Comunista de México classificou o ato como uma "ofensa à amizade entre Cuba e México" e convocou protestos contra a decisão, manifestando seu desacordo com a medida e defendendo as figuras de Fidel Castro e Che Guevara.

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