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A agência americana responsável pela monitorização do clima, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), anunciou que perderá o acesso a dados satelitais cruciais para a previsão de furacões a partir de 31 de julho, em meio a uma das temporadas de ciclones mais intensas previstas para o Atlântico nos últimos anos.
O anúncio, de acordo com a agência Efe, ocorre após o Departamento de Defesa decidir cortar o fluxo de informações proveniente do Programa de Satélites Meteorológicos de Defesa, com o argumento de mitigar riscos à cibersegurança.
A NASA conseguiu uma prorrogação que estende o acesso até o final de julho, mas o impacto já preocupa comunidades em risco, especialmente no Caribe e no sul da Flórida, onde residem milhares de cubanos.
Especialistas da Universidade Estadual do Colorado estimam em 51% a probabilidade de que um furacão maior (categoria 3 ou mais) atinja a terra nos EUA este ano. A região do Caribe também está sob alerta devido ao aquecimento do oceano Atlântico, que alimenta a formação de ciclones mais potentes.
Para milhares de cubanos residentes no sul da Flórida, e para suas famílias na ilha, a perda de precisão nos modelos meteorológicos pode significar a diferença entre evacuar a tempo ou ficar preso no meio do desastre.
A notícia chega, além disso, em um contexto de fortes cortes orçamentários promovidos pelo presidente Donald Trump. Seu chamado “grande e belo projeto de lei”, recentemente aprovado na Câmara Baixa, propõe reduzir em quase 30% o orçamento da NOAA e retirar 646 milhões de dólares da FEMA, a agência federal responsável por responder a desastres naturais.
Com menos recursos e agora com menor acesso a dados essenciais, a capacidade de resposta a furacões pode ser seriamente comprometida, afetando tanto os residentes nos EUA quanto os países vizinhos que dependem do monitoramento meteorológico norte-americano.
Semanas antes do anúncio oficial, o reconhecido meteorólogo John Morales, uma voz autorizada e seguida por muitas famílias latinas no sul da Flórida, havia alertado publicamente que os cortes orçamentários na NOAA e no Serviço Meteorológico Nacional (NWS) ameaçavam a precisão das previsões.
“Este ano, as previsões podem falhar. Estamos enfrentando uma situação muito perigosa”, alertou Morales durante uma transmissão ao vivo pela NBC 6, destacando que a degradação das operações, demissões em massa e limitações técnicas estavam enfraquecendo seriamente a capacidade de resposta a furacões.
Entre as preocupações mais graves, Morales destacou a possibilidade de que os aviões caçadores de furacões não possam operar este ano por falta de fundos. Essas aeronaves são essenciais para coletar dados em tempo real sobre a intensidade e a trajetória dos ciclones. Sem elas, e agora sem acesso às imagens militares, os meteorologistas trabalham praticamente às escuras frente a tempestades que podem cobrar vidas.
Perguntas frequentes sobre a perda de acesso a dados de satélites da NOAA e seu impacto nas previsões de furacões
Por que a NOAA perderá acesso a dados de satélites cruciais para prever furacões?
A NOAA perderá acesso a dados de satélite devido a uma decisão do Departamento de Defesa de cortar o fluxo de informações do Programa de Satélites Meteorológicos de Defesa, com o argumento de mitigar riscos de cibersegurança.
Como os cortes orçamentários afetarão a precisão das previsões de furacões?
Os cortes orçamentários promovidos pela administração de Donald Trump enfraqueceram a capacidade operacional da NOAA e do Serviço Meteorológico Nacional, comprometendo a precisão das previsões de furacões devido à falta de pessoal e recursos essenciais como os aviões caçadores de furacões.
Qual é o risco para os residentes do Caribe e da Flórida diante da perda de dados satelitais?
A perda de dados de satélite pode reduzir a precisão dos modelos meteorológicos, o que significa que comunidades em risco, especialmente no Caribe e no sul da Flórida, podem não receber alertas antecipadas adequadas para evacuar a tempo durante um furacão.
Quais medidas os meteorologistas tomaram diante desses desafios?
Meteorologistas como John Morales têm feito apelos públicos à comunidade para pressionar seus representantes e reverter os cortes orçamentários. Alertaram sobre a degradação das operações meteorológicas e a importância de contar com recursos adequados para emitir previsões precisas e salvar vidas.
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