Governo admite que não pode cumprir a rotação de apagões em Santiago de Cuba

O regime cubano admite um déficit energético crítico, superior a 1.970 MW, impactando o fornecimento elétrico em Santiago de Cuba. As falhas nas usinas e a falta de combustível agravam a crise.

Inauguração em Contramaestre do Parque Solar Las GuásimasFoto © Facebook / Empresa Elétrica Santiago de Cuba

O regime cubano reconheceu que, devido à complexa situação apresentada pelo Sistema Eletroenergético Nacional (SEN), não poderá cumprir com a programação prevista de rodízio de apagões em Santiago de Cuba.

Em um comunicado da empresa elétrica daquela província, os diretores notificaram que para este sábado, é reportado um déficit energético superior a 1.970 megawatts (MW) durante o pico noturno, o que obrigará a elevar os níveis de afetação no fornecimento elétrico.

Ante esta situação, as autoridades recomendaram à população que se mantivesse "informada" através dos "canais oficiais", apesar de que milhões de pessoas não terão eletricidade para ligar o rádio, a televisão ou revisar as redes sociais.

O déficit energético registrado reflete a crise do SEN, que impacta diretamente na qualidade e continuidade do serviço elétrico na região.

Captura do Facebook

Dezenas de santiagueros reagiram com raiva ao comunicado da empresa, demonstrando o descontentamento geral causado pelos apagões.

"O déficit está alto, mas por favor informem, nos deixam sem orientação para planejar a vida. Colocam e retiram como uma má surpresa. Até quando tanta mentira? Publicaram que no verão haveria melhora e estamos pior. ExpoCaribe para quê? O que o povo resolve com isso? Mais miséria e necessidade e mais consumo de energia", condenou com raiva uma cubana.

Outra pessoa acrescentou: "A complexa situação foi provocada pelos anos em que ninguém se importa com este povo. Não sei como podem dizer tão cinicamente que não conseguem cumprir com uma programação que você revisa e que apenas oferece três horas de eletricidade por dia a muitos circuitos, mas há muitos priorizados".

Segundo a comunicado oficial da União Eléctrica (UNE), a afetación por déficit de geração prevista para o horário de pico de hoje será de 1,977 MW, uma cifra que supera até mesmo o recorde histórico de abril passado, quando foram reportados 1,901 MW de déficit.

Esta cifra equivale a deixar sem eletricidade mais da metade do país no momento de maior demanda, e marca um novo nível no colapso técnico do SEN, cada vez mais incapaz de atender às necessidades mínimas da população.

O relatório técnico reflete um panorama desolador: continuam fora de serviço devido a avarias as unidades 5 e 6 da CTE Mariel, a unidade 6 da CTE Nuevitas e a unidade 2 da CTE Felton. Também estão em manutenção as unidades 2 da CTE Santa Cruz, 4 de Cienfuegos e 5 de Renté.

As limitações térmicas afetam 383 MW, e a falta de combustível mantém 73 centrais de geração distribuída (618 MW) inoperativas, além de outros 61 MW devido a problemas na patana de Regla e falta de óleo.

Embora o país conte com 18 parques solares fotovoltaicos, sua contribuição continua sendo simbólica: apenas 1.520 MWh gerados ontem e um pico de 303 MW, incapazes de cobrir o vazio deixado pelo colapso térmico e a falta de recursos fósseis.

Perguntas Frequentes sobre a Crise Energética em Cuba

Por que o governo cubano não consegue cumprir com a rotação de apagões em Santiago de Cuba?

O governo cubano não consegue cumprir a rotação de apagões em Santiago de Cuba devido a um déficit energético significativo no Sistema Electroenergético Nacional (SEN), que ultrapassa 1.970 MW durante o pico noturno. Essa situação é resultado de múltiplas falhas e da falta de manutenção nas usinas termelétricas, além de uma escassez de combustível e lubrificantes. Este colapso técnico impacta diretamente na qualidade e continuidade do serviço elétrico na região.

Qual é a situação atual do Sistema Electroenergético Nacional (SEN) em Cuba?

O Sistema Electroenergético Nacional (SEN) em Cuba enfrenta uma crise severa, com um déficit energético recorrente que ultrapassa os 1.800 MW durante os horários de pico. Esse déficit é causado por falhas em várias unidades térmicas, manutenção postergada e uma escassez de combustível e óleo que afeta a geração distribuída. Apesar da implementação de parques solares fotovoltaicos, sua contribuição é insuficiente para suprir as necessidades energéticas do país.

Quais medidas o governo cubano tomou para resolver a crise energética?

O governo cubano tem tentado mitigar a crise energética por meio da construção de parques solares fotovoltaicos, mas esse esforço tem sido insuficiente para compensar o déficit na geração de eletricidade. Além disso, não se observaram investimentos significativos para solucionar os problemas estruturais do SEN, como as falhas nas termelétricas e a escassez de combustíveis e lubrificantes.

Como a crise energética afeta a vida cotidiana em Cuba?

A crise energética em Cuba afeta gravemente a vida cotidiana dos cidadãos, que enfrentam apagões prolongados sem horários definidos, o que impacta a conservação de alimentos, a saúde pública e o conforto pessoal devido ao calor e à falta de ventilação. A incerteza e a falta de informações claras por parte do governo agravam o mal-estar social e a desconfiança em relação às autoridades.

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