Os EUA reativam processos migratórios e aprovam as primeiras Green Cards para cubanos com parole humanitário

O USCIS começou a emitir Green Cards para cubanos sob o parole humanitário, após a reativação dos trâmites de ajuste de status. O DHS levantou a suspensão administrativa, permitindo o avanço nas solicitações de asilo e TPS.

Residência permanente nos EUA.Foto © cr.usembassy.gov

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Este 21 de junho, o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) notificou que começou a produção das primeiras carteiras de residência permanente (Green Card) para solicitantes que entraram legalmente no país em 16 de dezembro sob este programa.

A notícia foi confirmada pelo jornalista cubano Mario J. Pentón, que compartilhou evidências diretas dos casos aprovados e celebrou em suas redes sociais a reativação dos trâmites de regularização de status.

Captura de Facebook/Mario J. Pentón

“Definitivamente, este processo já foi descongelado”, afirmou. “É uma excelente notícia para os centenas de milhares de cubanos, venezuelanos, nicaraguenses e haitianos que estavam com medo porque não tinham permissão de trabalho ou o parole havia sido revogado”.

A medida chega pouco depois que o Departamento de Segurança Nacional (DHS) levantou oficialmente a suspensão administrativa que havia paralisado solicitações de asilo, TPS e ajustes de status para migrantes abrangidos pelo programa CHNV.

Em uma notável mudança no discurso político, o DHS agora reconheceu que esses beneficiários ingressaram legalmente no país, ao contrário da narrativa anterior que os rotulava como entradas "ilegais".

“Esse mudança de narrativa me chama bastante atenção”, destacou Pentón durante uma transmissão ao vivo. “Agora a administração Trump está reconhecendo que entraram legalmente, o que é muito importante para desbloquear seus casos pendentes”.

Um dos casos aprovados corresponde a uma família cubana que entrou por parole em 16 de dezembro. “O pedido I-485 —o formulário para ajuste de status sob a Lei de Ajuste Cubano— já está sendo processado. O cartão deles está em produção”, explicou Pentón, mostrando as notificações oficiais enviadas pelo USCIS.

A família, que preferiu manter o anonimato, se comunicou diretamente com o jornalista para compartilhar a boa nova. Como muitos outros, passavam meses sem saber o que aconteceria com seus trâmites e temiam ficar presos em um limbo migratório.

Captura de Facebook/Mario J. Pentón

O que isso significa para outros cubanos?

  • O USCIS começou a movimentar processos que estavam congelados desde dezembro.
  • Estão sendo emitidos os primeiros Green Cards para beneficiários do parole que solicitaram o ajuste de status.
  • O DHS autorizou a continuação dos pedidos de asilo, do Estatus de Proteção Temporária (TPS) e do ajuste de status.
  • Aqueles que não têm status legal estão sendo incentivados a deixar o país voluntariamente através do aplicativo CBP One.

Este avanço pode abrir as portas para que milhares de cubanos que entraram legalmente sob parole recuperem a estabilidade jurídica que precisam para reconstruir suas vidas nos Estados Unidos.

Desde janeiro, quando o presidente Donald Trump assinou a ordem executiva que cancelou o programa CHNV (Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela), mais de meio milhão de migrantes ficaram presos em um limbo legal, incluindo mais de 110.000 cubanos.

A decisão representa um alívio para milhares de famílias cubanas. No entanto, nem tudo está garantido. Muitos beneficiários ainda não cumprem o ano mínimo exigido para se acolher à Lei de Ajuste Cubano, e existe o risco de deportação se não conseguirem regularizar seu status a tempo. Além disso, a administração Trump pode emitir novas restrições a qualquer momento.

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