Rússia e Ucrânia trocam centenas de prisioneiros de guerra e Trump reage com uma pergunta chave

Zelenski celebrou a primeira fase da troca e anunciou outras para o fim de semana. "Estamos trazendo nosso povo de volta para casa", disse.


Em um gesto incomum de distensão em meio a mais de três anos de guerra, Rússia e Ucrânia realizaram nesta sexta-feira o maior intercâmbio de prisioneiros até o momento, libertando 390 pessoas cada um.

O câmbio marca a primeira fase de um pacto mais amplo que prevê a liberação de mil cativos por cada lado.

O presidente ucraniano, Volodímir Zelenski, confirmou que 270 militares e 120 civis retornaram à Ucrânia após terem estado detidos em território russo.

"Estamos trazendo nosso povo de volta para casa", celebrou o mandatário, que antecipou que o processo continuará no fim de semana.

Por sua parte, o Ministério da Defesa russo confirmou a devolução de um número igual de prisioneiros, incluindo civis capturados na região de Kursk.

O intercâmbio foi possível graças a uma rodada de negociações realizada na semana passada em Istambul, com mediação da Turquia, no que constituiu o primeiro encontro direto entre delegações de ambos os países desde março de 2022.

Embora não tenha sido alcançado um cessar-fogo, o diálogo deixou em aberto a possibilidade de novas rodadas e um eventual encontro entre Putin e Zelenski.

A reação internacional não tardou a chegar.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu em sua rede social Truth Social: "Acaba de ser completada uma importante troca de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia. Entrará em vigor em breve. Parabéns a ambas as partes por esta negociação. Isso poderia levar a algo grande?", insinuando que o passo poderia abrir a porta para um cessar-fogo ou para negociações mais amplas.

A publicação gerou expectativas sobre um possível papel de Trump como mediador, embora seu histórico recente em relação ao conflito tenha sido inconsistente.

O canje: um primeiro passo após três anos sem contatos diretos

O Ministério da Defesa russo confirmou que 270 militares e 120 civis retornaram nesta sexta-feira a território controlado por Moscou. Alguns dos libertados haviam sido capturados durante incursões ucranianas na região de Kursk, enquanto outros civis estavam retidos há meses.

Desde Kiev, o presidente Volodímir Zelenski confirmou o retorno de 390 ucranianos, primeira fase do acordo "1000 por 1000" pactado com a Rússia em Istambul.

"Obrigado a todos que ajudam, que trabalham 24 horas por dia, 7 dias por semana, para que os ucranianos retornem para casa. É crucial devolver todos os cativos. Verificando cada sobrenome, informações de cada pessoa", disse Zelenski em uma mensagem publicada no X.

Turquia como mediadora e um possível cessar-fogo

A reunião em Istambul foi a primeira negociação direta entre a Ucrânia e a Rússia em mais de três anos, e embora não tenha havido um acordo para um cessar-fogo imediato, ambas as delegações abordaram "todas as suas modalidades". Também foi discutida uma possível reunião entre Putin e Zelenski, embora sem data confirmada.

A diplomacia turca tem sido um dos poucos canais ainda abertos entre os dois países e, desta vez, conseguiu mediar uma troca de grande magnitude que pode facilitar o caminho para futuras negociações.

Trump e sua postura ambígua: pacificador ou aliado incômodo de Moscou?

Trump havia antecipado na segunda-feira que Ucrânia e Rússia iniciariam negociações para o fim da guerra após uma chamada de quase duas horas com Vladimir Putin.

"Rússia e Ucrânia iniciarão imediatamente negociações para um cessar-fogo e, ainda mais importante, o fim da guerra", disse ele.

Mas dias depois, em uma reviravolta inesperada, o presidente se desvinculou do conflito, declarando publicamente que "não é da minha conta", o que gerou inquietação entre os aliados europeus.

Apesar de ter se comprometido a alcançar a paz "em 24 horas" se retornasse à Casa Branca, a estratégia de Trump parece ter mudado para uma normalização comercial com a Rússia, colocando em segundo plano as sanções e o apoio militar a Kiev.

"A Rússia quer ter um comércio em grande escala com os Estados Unidos quando terminar este banho de sangue catastrófico, e eu concordo", escreveu em outro post.

Analistas internacionais indicam que esta nova abordagem pode romper a unidade da OTAN, em um momento crucial do conflito.

Enquanto o Reino Unido e a União Europeia intensificam sanções contra Moscou, a administração Trump aposta em uma abordagem mais transacional, o que poderia ser percebido por Moscou como um sinal verde para endurecer sua posição no campo de batalha.

Uma oportunidade real para a paz?

Embora a troca de prisioneiros seja um sinal positivo em meio à devastação, as possibilidades de um cessar-fogo continuam incertas.

Nem Zelenski nem Putin participaram da cúpula de Istambul, o que diminui o peso simbólico do acordo, e os combates continuam no leste da Ucrânia.

No obstante, a pergunta de Trump -por mais calculada ou superficial que pareça- levanta uma possibilidade que ainda se mantém viva: poderia essa troca ser o começo de algo maior? Ou é apenas uma trégua momentânea em uma guerra que continua sem solução à vista?

Perguntas frequentes sobre a troca de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia e o papel de Trump

Quantos prisioneiros foram trocados entre a Rússia e a Ucrânia?

A Rússia e a Ucrânia trocaram 390 prisioneiros cada uma, como parte de um acordo mais amplo de troca de 1000 prisioneiros por lado. Essa troca é um passo significativo nas negociações entre os dois países após três anos de tensões.

Qual foi a reação de Trump ao intercâmbio de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia?

Donald Trump reagiu positivamente à troca de prisioneiros, destacando a importância das negociações e o potencial deste evento para conduzir a algo grande no processo de paz. Trump tem estado envolvido em conversas com Putin e Zelenski, buscando avançar em direção a uma solução diplomática para o conflito.

Quais as implicações da troca de prisioneiros para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia?

O intercâmbio de prisioneiros é um passo importante em direção à desescalada do conflito. Esse gesto pode facilitar futuras negociações e contribuir para gerar confiança entre as partes. No entanto, ainda existem muitos desafios e desacordos que devem ser resolvidos para alcançar uma paz duradoura.

Qual foi o papel dos Estados Unidos nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia?

Estados Unidos, sob a administração de Trump, desempenhou um papel mediador entre a Rússia e a Ucrânia. Trump manteve conversas com ambos os líderes, buscando estabelecer um cessar-fogo e avançar em direção a um acordo de paz. Além disso, ele pressionou para que a ajuda militar à Ucrânia fosse interrompida como parte das condições para evitar uma escalada do conflito.

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