Dia das Mães em Cuba entre escassez, inflação, apagões e repressão

Em Cuba, o Dia das Mães em 2025 é marcado pela escassez, pela inflação e pela repressão. A migração e a crise energética agravam a situação, separando famílias e acentuando o sofrimento.


Este Dia das Mães chega em 2025 em um contexto marcado pela escassez, inflação, apagões e repressão onde as mães cubanas têm cada vez menos motivos para celebrar.

Ellas têm que fazer cada vez mais malabarismos para poder alimentar ou vestir seus filhos, e muitas veem como a migração as afasta deles.

Recentemente soube-se que Cuba perdeu 24% de sua população nos últimos quatro anos, uma diminuição que só ocorre em contextos de guerra. Trata-se, portanto, de um país onde as mães veem seus filhos partirem para o exterior em busca de um futuro de esperança.

Otras se han visto separadas do fruto de seu ventre pela repressão do regime cubano que mantém em suas prisões mais de 1.150 presos políticos.

Nesse sentido, se algo simboliza o espírito deste Dia das Mães para as cubanas é o recente falecimento de Zoila Esther Chávez, mãe do preso político José Gabriel Barrenechea, que faleceu sem poder se despedir de seu filho.

A mulher de 84 anos foi punida pelo regime de forma inescrupulosa, impedindo-a de ver seu filho e único cuidador pela última vez.

Também, Ariel Góngora, irmão da presa política cubana Lizandra Góngora, condenada a 14 anos pelas protestas do 11J, compartilhava uma mensagem para as mães cubanas.

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“Quantas mães choram hoje por não poder dar um abraço a seus filhos ou ouvir de perto um “parabéns, mamãe”? Será que poderei te ver e te abraçar antes de morrer? Pergunta minha mãe, e desaba em lágrimas. A tirania castrista e sua seita mafiosa não terão perdão nem pi***”, dizia o cubano residente nos EUA, junto a uma imagem de uma videoconferência com sua mãe, uma cena comum a muitos cubanos.

Lizandra Góngora, mãe de 5 filhos, é um exemplo paradigmático na Cuba contemporânea do sacrifício das mães cubanas em busca de um futuro melhor para seus filhos.

Este Dia das Mães será marcado também por apagões. Para o horário de pico noturno, as autoridades estimam que o cenário será crítico: com um déficit que deve girar em torno de 1000 MW, com previsões de afetar até 1070 MW nesse período. Nem no Dia das Mães as cubanas conseguem escapar dos apagões em um contexto de uma crise energética que parece não ter fim.

É assim que muitos cubanos ressaltaram neste domingo o sacrifício das mães cubanas e seus poucos motivos para celebrar. O sacerdote Alberto Reyes Pías, por exemplo, destacou as múltiplas dificuldades que enfrentam hoje as mães cubanas em um país marcado pela emigração, pela escassez e pela repressão.

Em um texto que apela à sensibilidade, Reyes descreveu com crueza e humanidade como o Dia das Mães, tradicionalmente um dia de reunião e celebração, se tornou para muitas cubanas uma jornada de dor, distância e luta.

"O Dia das Mães é também o dia em que percebemos quão difícil é viver o dom da maternidade em nossa terra", afirmou.

"É difícil pela ausência física de tantos filhos que emigraram", lembrou, aludindo ao fenômeno crescente de mães separadas de seus filhos, muitas vezes para sempre, devido à crise que o país enfrenta.

Perguntas frequentes sobre o Dia das Mães em Cuba em 2025

Por que é difícil celebrar o Dia das Mães em Cuba em 2025?

El Dia das Mães em Cuba em 2025 é marcado por a escassez, a inflação, os apagões e a repressão política. As mães cubanas enfrentam enormes desafios para alimentar e vestir seus filhos, e muitas sofrem a separação de seus familiares devido à migração. Além disso, a repressão do regime cubano prendeu mais de 1.150 presos políticos, afetando diretamente suas famílias.

Como a crise energética afeta o Dia das Mães em Cuba?

Os apagões são uma constante em Cuba, e nem mesmo o Dia das Mães está isento deles. Em 2025, as autoridades estimaram um déficit energético significativo durante o horário de pico noturno, com interrupções previstas de até 1070 MW. Isso reflete a gravidade da crise energética que o país enfrenta.

O que simboliza o caso de Zoila Esther Chávez para as mães cubanas?

O caso de Zoila Esther Chávez, que faleceu sem poder se despedir de seu filho preso político, simboliza a dor e o sacrifício de muitas mães cubanas sob o regime socialista. Sua história destaca a repressão e a crueldade do governo cubano, que continua impedindo os encontros familiares e afetando milhares de famílias.

Qual é o impacto da migração nas famílias cubanas durante o Dia das Mães?

A migração impactou profundamente as famílias cubanas, deixando muitas mães separadas de seus filhos. Nos últimos quatro anos, Cuba perdeu 24% de sua população, um número alarmante que reflete um êxodo em massa em busca de melhores oportunidades. Este fenômeno transformou o Dia das Mães em um dia de dor e distância para muitas famílias.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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