Recompensa milionária: EUA busca mulher refugiada em Cuba há décadas

Os EUA pedem a extradição de Joanne Chesimard, refugiada em Cuba desde 1984 após assassinar um policial.


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O governo dos Estados Unidos renovou nesta sexta-feira seu pedido de extradição de Joanne Chesimard, também conhecida como Assata Shakur, uma fugitiva condenada pelo assassinato de um policial estadual em 1973 e que está refugiada em Cuba há quatro décadas.

"O FBI oferece uma recompensa de até 1.000.000 de dólares por informações que levem diretamente à captura de Joanne Chesimard, procurada por ter fugido de uma prisão em Clinton, Nova Jersey, enquanto cumpria uma pena de prisão perpétua pelo assassinato de um agente da Polícia Estatal de Nova Jersey em 2 de maio de 1973", lembrou hoje a entidade por meio do X.

Chesimard, agora com 77 anos, foi condenada à prisão perpétua em 1977 pelo assassinato do agente Werner Foerster durante uma abordagem de trânsito na rodovia de Nova Jersey.

Segundo as autoridades, disparou contra os oficiais ao lado de dois cúmplices como parte de sua militância no Exército de Libertação Negra (Black Liberation Army), um grupo radical que operava nos anos 70. Foi detida e condenada, mas escapou da prisão em 1979 e reapareceu em Cuba em 1984, onde recebeu asilo político.

“Hoje, 52 anos após o brutal assassinato do agente Foerster, continuamos buscando justiça”, afirmou o secretário de Estado, Marco Rubio, em uma mensagem publicada nas redes sociais. “O regime cubano deve parar de proteger assassinos e entregar imediatamente Joanne Chesimard e todos os foragidos americanos que abriga”, destacou.

Assata Shakur se tornou, em 2013, a primeira mulher incluída na lista dos terroristas mais procurados do FBI. As autoridades americanas a consideram uma "terrorista doméstica" e alertam que deve ser considerada “armada e perigosa”.

O caso tem sido, durante décadas, um ponto de fricção nas relações diplomáticas entre Washington e Havana.

Enquanto o governo dos Estados Unidos insiste em sua extradição, as autoridades cubanas sustentam que se trata de uma perseguição política.

A figura de Shakur tem sido objeto de controvérsia. Enquanto para o FBI ela é uma criminosa perigosa, organizações de direitos civis e ativistas a consideram um símbolo da resistência negra nos EUA.

Sua autobiografia, publicada em 1987 a partir de Cuba, é lida em círculos acadêmicos e militantes. Além disso, é madrinha do falecido rapper Tupac Shakur, o que tem mantido sua imagem viva na cultura popular afro-americana.

A possibilidade de sua extradição tem sido discutida em diversas ocasiões, inclusive em contextos de negociações bilaterais entre os EUA e Cuba, mas até o momento não se avançou em nada. Atualmente, estima-se que mais de 70 cidadãos americanos foragidos da justiça residem na ilha caribenha.

Perguntas frequentes sobre a busca por Joanne Chesimard e a relação entre Cuba e os EUA.

Por que os Estados Unidos oferecem uma recompensa por Joanne Chesimard?

Os Estados Unidos oferecem uma recompensa de até 2 milhões de dólares por informações que levem à captura de Joanne Chesimard, conhecida como Assata Shakur, que foi condenada pelo assassinato de um policial estadual em 1973 e escapou para Cuba, onde recebeu asilo político.

Qual é a postura do governo cubano sobre a extradição de Joanne Chesimard?

O governo cubano afirma que Joanne Chesimard é uma perseguidas política e, por isso, não aceitou a extradição solicitada pelos Estados Unidos. As autoridades cubanas concederam asilo político a Chesimard desde 1984.

Como o caso de Joanne Chesimard afetou as relações diplomáticas entre Cuba e EUA?

O caso de Joanne Chesimard tem sido um ponto de fricção constante nas relações diplomáticas entre Cuba e os EUA, complicando as negociações bilaterais e o diálogo entre os dois países.

Quais outros fugitivos americanos residem em Cuba?

Se estima que mais de 70 cidadãos americanos foragidos da justiça residem em Cuba, incluindo indivíduos apontados como criminosos e terroristas. O caso de William "Guillermo" Morales é outro exemplo, acusado pelo atentado à Fraunces Tavern em 1975.

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