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O governo dos Estados Unidos anunciou neste sábado a imposição de restrições de visto a mais de 250 funcionários nicaraguenses vinculados ao regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo.
A medida busca pressionar o governo de Managua por suas contínuas violações dos direitos humanos, seu autoritarismo e seu papel no tráfico irregular de migrantes em direção à fronteira sul dos Estados Unidos, afirmou o secretário de Estado, Marco Rubio.
A ação foi confirmada pelo Departamento de Estado e respaldada pelo político cubano-americano, que reiterou a linha dura da administração de Donald Trump contra o que qualificou como “um regime inimigo da humanidade”.
“Como afirmei em minha primeira visita à região, o regime nicaraguense é uma ameaça para a segurança dos EUA. Hoje, o Departamento de Estado tomou medidas para impor restrições de visto a mais de 250 funcionários do regime Ortega-Murillo, mirando os cúmplices de sua dinastia autoritária”, expressou Rubio em sua conta oficial no X.
Washington acusa o regime sandinista de usar a migração como arma política, facilitando o trânsito de migrantes irregulares vindos de Cuba, Haiti, Venezuela e outras nações rumo ao território americano.
Nos últimos meses, a administração Trump endureceu seu discurso contra os governos que considera cúmplices das redes de tráfico humano na região.
Segundo fontes oficiais, a nova rodada de sanções inclui funcionários do Poder Judiciário, do Exército, da Polícia Nacional, prefeitos, legisladores e operadores econômicos alinhados ao governo de Ortega.
As restrições migratórias se somam às múltiplas sanções econômicas, financeiras e diplomáticas que os Estados Unidos impuseram contra Nicaragua desde 2018, quando eclodiram os protestos em massa contra o regime, brutalmente reprimidos pelas forças oficiais, resultando em centenas de mortos e milhares de exilados.
Organismos internacionais como a ONU e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos documentaram violações sistemáticas dos direitos humanos, repressão política, censura à imprensa e perseguição religiosa sob o regime Ortega-Murillo.
A decisão dos EUA se insere em uma nova abordagem de política externa em relação à América Latina sob a liderança de Trump, focada na segurança nas fronteiras, no combate a regimes autoritários e na contenção do êxodo migratório.
A administração deixou claro que não tolerará a existência de "ditaduras aliadas de potências hostis" nem o uso do território centro-americano como ponte para ingressar ilegalmente nos Estados Unidos.
Perguntas frequentes sobre as restrições de visto dos EUA ao regime de Ortega-Murillo e seu contexto na região
Por que os EUA impuseram restrições de visto a funcionários do regime Ortega-Murillo?
Os EUA impuseram restrições de visto a mais de 250 funcionários nicaraguenses para pressionar o governo de Ortega-Murillo devido a suas violações de direitos humanos, autoritarismo e seu papel no tráfico irregular de migrantes para os EUA. Esta medida é parte de uma abordagem mais ampla da administração Trump para combater regimes autoritários na região.
Quais outras sanções os EUA impuseram contra a Nicarágua?
Além das restrições de visto, os EUA impuseram múltiplas sanções econômicas, financeiras e diplomáticas contra a Nicarágua desde 2018, quando o regime de Ortega reprimiu brutalmente protestos massivos. Essas sanções visam responsabilizar o governo nicaraguense por seus abusos e violações dos direitos humanos.
Como a política de restrições de visto afeta os voos charter entre Cuba e Nicarágua?
Os EUA encerraram mais de 70 rotas de voos charter, incluindo as entre Cuba e Nicarágua, como parte das sanções contra agências de viagens que facilitam a migração irregular. Essa medida destaca o compromisso dos EUA em combater o tráfico de pessoas e o uso de rotas irregulares para a migração.
Qual tem sido a reação do governo cubano diante das novas restrições dos EUA?
O governo cubano, liderado por Miguel Díaz-Canel, respondeu com indignação às declarações de Marco Rubio e às restrições de visto, acusando os EUA de serem responsáveis pelo êxodo migratório devido ao endurecimento do bloqueio. Díaz-Canel qualificou as ações dos EUA como "neofascistas" e criticou a tentativa dos Estados Unidos de governar o mundo.
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