O regime cubano assegura que está trabalhando na criação de um novo mecanismo para a gestão, controle e alocação de divisas, como parte de seu Programa de Governo para corrigir distorções econômicas e reimpulsionar a deteriorada economia nacional.
Em reunião do Conselho de Ministros, correspondente ao mês de março, a vice-ministra primeira de Economia e Planejamento, Mildrey Granadillo de la Torre, informou que as prioridades estão centradas no design operacional do mercado cambial, na avaliação dos esquemas fechados de autofinanciamento em divisas e na definição do cronograma para implementar o novo sistema de administração monetária.
Indicou que, devido à complexidade do processo, estão sendo feitos ajustes no cronograma previsto e está em revisão a resolução que estabelecerá formalmente o novo mecanismo que será fundamental para transformar a gestão das taxas de câmbio oficiais.
A dilação na tomada de decisões faz com que a crise na ilha se agrave. A dualidade monetária e a inflação continuam a afetar a economia doméstica dos cubanos, com salários que não são suficientes para cobrir as necessidades básicas de uma família.
O governo indicou que está trabalhando em um estudo detalhado dos riscos e consequências associados à mudança estrutural que apresentarão, com o objetivo de minimizar impactos negativos.
Para isso, foram desenvolvidas sessões de trabalho lideradas pelo Ministério da Economia e Planejamento, em coordenação com membros do Grupo Econômico do Governo e especialistas da Associação Nacional de Economistas e Contadores de Cuba. No entanto, não detalharam a quais resultados chegaram.
Revisão de setores estratégicos
Paralelamente, o regime indicou que continua a revisão dos esquemas fechados de autofinanciamento em divisas aprovados para setores chave como a saúde, a biotecnologia, o tabaco, o turismo e a energia.
Esses esquemas permitem que entidades estatais operem com receitas em moeda estrangeira sob determinadas condições, sem a necessidade de canalizar todos os fundos através do Banco Central.
Em março, o governo começou a testar um novo esquema de pagamento de salários para empresas estrangeiras e mistas que pagam, a título de salários, metade do que pagavam anteriormente. Essas divisas são convertidas em moeda nacional a uma taxa cinco vezes superior à vigente para pessoas jurídicas.
O Conselho de Ministros não perdeu a oportunidade de culpar os Estados Unidos pela demora na tomada de decisões, pois afirmam que a complexidade do atual panorama em Cuba se deve ao "recrudescimento sem precedentes do bloqueio econômico, comercial e financeiro".
Perguntas frequentes sobre o novo mercado de câmbio e a dolarização parcial em Cuba
O que busca o novo mercado de câmbio em Cuba?
O novo mercado de câmbio em Cuba busca corrigir distorções econômicas e reimpulsionar a economia nacional. Segundo o governo cubano, esse mecanismo pretende melhorar a gestão e a alocação de divisas por meio de um novo sistema de administração monetária, que permitirá uma maior variabilidade na taxa de câmbio, ajustando-se às condições de oferta e demanda.
Em que consiste a dolarização parcial da economia cubana?
A dolarização parcial implica o uso do dólar em certos setores da economia cubana. Isso abrange o comércio atacadista e varejista, o pagamento de tarifas e serviços de comércio exterior. Além disso, é permitida a aceitação de dólares em espécie em setores estratégicos, como turismo e clínicas internacionais, para captar mais divisas em meio à crise econômica.
Como o novo regime cambial afeta o mercado informal de divisas em Cuba?
O novo regime cambial busca regular e reduzir a influência do mercado informal de divisas. No entanto, esse mercado continua sendo uma via crucial para que os cubanos acessem divisas, já que o governo não conseguiu estabelecer uma taxa de câmbio oficial que reflita as condições econômicas reais. A existência de um mercado cambial informal complica a situação econômica do país.
Quais setores aceitarão pagamentos em dólares em espécie em Cuba?
Os setores que aceitarão pagamentos em dólares em espécie incluem o turismo, as Casas do Habano, farmácias, óticas, clínicas internacionais e aeroportos. Além disso, será permitido o pagamento em divisas a produtores agropecuários que substituam importações e a fabricantes de bens exportáveis, como parte do esforço para captar mais divisas em meio à crise econômica.
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