Senadores republicanos querem limitar o poder de Trump para impor tarifas

O projeto busca obrigar Trump a consultar o Congresso antes de impor tarifas, em meio a tensões internas no Partido Republicano por sua agressiva política comercial.

Donald TrumpFoto © X / POTUS

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Um grupo de senadores republicanos decidiu quebrar a unidade com a Casa Branca e apoiar um projeto de lei que limitaria a capacidade do presidente Donald Trump de impor tarifas sem a autorização do Congresso, segundo informou a agência EFE.

A proposta, conhecida como “Lei de Revisão Comercial”, busca limitar o poder presidencial em matéria de política comercial, exigindo que qualquer nova tarifa obtenha primeiro a aprovação legislativa.

Se aprovada, a lei permitiria que uma tarifa fosse mantida apenas por um período inicial de 60 dias, a menos que o Congresso a ratifique para estendê-la.

Entre os impulsores desta iniciativa está o veterano senador Mitch McConnell, antigo líder republicano no Senado, o que sinaliza claramente que as tensões internas dentro do Partido Republicano em relação à abordagem agressiva de Trump no comércio internacional estão aumentando.

O texto legislativo também confere a ambas as câmaras o poder de revogar os impostos aplicados antes de 60 dias, sempre que haja consenso bipartidário.

Desde a Casa Branca, o reprovamento foi frontal: em um comunicado oficial, o Executivo advertiu que vetará o projeto se chegar à sua mesa, alegando que a lei "limita severamente" as faculdades do presidente para "proteger a segurança nacional e traçar a política externa" dos Estados Unidos.

Em paralelo, um outro esforço legislativo está sendo gestado na Câmara dos Representantes, de maioria republicana, onde se prevê que o congressista Don Bacon apresente uma segunda proposta que permitiria ao Congresso bloquear tarifas impostas pelo presidente.

Ambas propostas precisam de dois terços dos votos em ambas as câmaras para superar um eventual veto presidencial, o que implica que mais legisladores republicanos deverão se distanciar de Trump, algo pouco comum desde seu retorno à presidência.

O movimento legislativo ocorre em um momento especialmente sensível: no dia 2 de abril, Trump anunciou a entrada em vigor de tarifas globais de 10%, e novas taxas ainda mais altas direcionadas a países como China e a União Europeia, que começarão a ser aplicadas em 9 de abril.

Apesar das críticas internas e externas, o presidente insistiu nesta segunda-feira que manterá sua estratégia: “Haverá acordos justos com os países que estão negociando, mas não vamos suspender as tarifas durante esse processo”, declarou Trump à imprensa.

O debate revela uma mudança de tom dentro do Partido Republicano, onde alguns de seus membros começam a questionar o poder quase absoluto que Trump exerce na área comercial e buscam recuperar o controle do Congresso sobre decisões que afetam não apenas a economia dos Estados Unidos, mas também as relações internacionais do país.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, alertou na última sexta-feira que as tarifas impostas pela administração do presidente Donald Trump podem resultar em um menor crescimento econômico e em um aumento inflacionário persistente nos Estados Unidos.

Durante uma conferência em Arlington, Virgínia, Powell afirmou que o impacto das novas tarifas alfandegárias, que entrarão em vigor no sábado, pode ser mais duradouro do que o esperado.

“É muito provável que as tarifas gerem, pelo menos temporariamente, um aumento da inflação, mas também é possível que seus efeitos sejam mais persistentes”, alertou o presidente do banco central, segundo EFE.

Perguntas frequentes sobre a proposta de limitar o poder de Trump para impor tarifas

O que busca a "Lei de revisão comercial" proposta pelos senadores republicanos?

A "Lei de Revisão Comercial" busca limitar a capacidade do presidente Donald Trump de impor tarifas sem autorização do Congresso. Esta proposta exige que qualquer nova tarifa obtenha primeiro a aprovação legislativa e, se aprovada, permitiria que uma tarifa fosse mantida apenas por um período inicial de 60 dias, a menos que o Congresso a ratifique para estendê-la.

Qual foi a reação da Casa Branca a essa proposta legislativa?

A Casa Branca manifestou um rejeição frontal à proposta, indicando que vetará o projeto se chegar até sua mesa, argumentando que a lei "limita severamente" as habilidades do presidente para "proteger a segurança nacional e traçar a política externa" dos Estados Unidos.

Como a política tarifária de Trump afeta a economia dos Estados Unidos e do mundo?

Os tarifas impostas por Trump podem provocar um menor crescimento econômico e um aumento da inflação nos Estados Unidos. Segundo o presidente do Reserva Federal, Jerome Powell, as novas tarifas poderiam ter um impacto mais duradouro do que o esperado, gerando incerteza nos mercados financeiros e tensões nas relações comerciais internacionais.

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