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O médico cubano Alexander Jesús Figueredo Izaguirre, que chegou aos Estados Unidos cruzando fronteiras em julho de 2022, lançou uma mensagem desafiadora em suas redes sociais em meio à crescente incerteza migratória que milhares de cubanos enfrentam nesse país.
"Se amanhã, por causa dessas posturas, eu perder minha residência e a ditadura cubana resolver enlouquecer e me permitir entrar, que se preparem", advertiu no Facebook, referindo-se ao fato de que Cuba decide quais deportados aceita e quais não.
Sua publicação responde a um comentário do advogado contestador Manuel Viera, que ainda está em Cuba e criticou tanto o regime quanto a gestão migratória dos Estados Unidos.
Figueredo, conhecido por seu ativismo nas redes sociais e suas críticas ao sistema de saúde cubano, vive atualmente em Houston, Texas, onde trabalha em uma clínica enquanto se prepara para validar seu diploma.
Em sua mensagem, ele se referiu ao clima político atual nos Estados Unidos, onde as recentes medidas do governo de Donald Trump acenderam alarmes entre aqueles que chegaram sob programas humanitários ou sem uma via clara para a legalização.
"Não me ajoelho nem diante de Trump nem diante de Díaz-Canel", escreveu. "Digo o que penso, mesmo que doa, e embora a alguns isso incomode mais do que uma verdade dita em voz alta no meio de uma praça vazia".
Embora não tenha mencionado diretamente seu status migratório, Figueredo insinuou que poderia ser afetado pelas novas políticas. Sua resposta a Manuel Viera deixou clara sua disposição em continuar lutando se for obrigado a voltar a Cuba: "Se um pé meu cruzar a fronteira de volta, convoco Bayamo inteiro às ruas".
Críticas cruzadas: política, migração e cinismo
A conversa digital surgiu a partir de uma análise publicada por Manuel Viera, que criticou no Facebook o "cinismo" das políticas migratórias de ambos os governos.
Viera, que em setembro anunciou sua intenção de sair do país, classificou de cínico o tratamento dos Estados Unidos em relação aos migrantes: "Receber com balões e canções milhares de pessoas para, em seguida, dar-lhes 30 dias para abandonar o país", e comparou com os atos oficiais do castrismo.
Também destacou que tanto Cuba quanto os Estados Unidos têm usado a migração como uma ferramenta política, enquanto "o único prejudicado tem sido a família cubana".
"Trump faz todos pagarem pela culpa de uns poucos e faz milhares de famílias sofrerem...", destacou, uma postura compartilhada por seu compatriota do exílio.
O cruzamento entre Viera e Figueredo ocorre em um momento de alta tensão para a comunidade cubana nos Estados Unidos, após o anúncio da eliminação do programa de parole humanitário pela administração Trump, que pode deixar milhares de pessoas sem proteção legal.
Embora Figueredo tenha residência permanente desde o ano passado e não esteja em risco de deportação, sua mensagem reflete a preocupação por aqueles que chegaram recentemente e ainda não conseguiram regularizar seu status migratório.
O médico teve que deixar Cuba após ser inabilitado profissionalmente pelo regime, como represália à sua postura crítica em relação ao sistema de saúde e ao governo. Sua saída do país ocorreu juntamente com seu colega e também ativista Alexander Pupo Casas, outro médico que enfrentou sanções por se expressar livremente.
Ambos atravessaram múltiplas fronteiras até chegar a terras de liberdade, e desde então mantêm um discurso direto contra o autoritarismo e em defesa dos direitos dos cubanos.
Perguntas frequentes sobre a situação dos migrantes cubanos nos Estados Unidos
Quais desafios enfrenta o médico cubano Alexander Figueredo nos Estados Unidos?
Alexander Figueredo enfrenta a incerteza migratória devido às políticas de Trump, e embora tenha residência permanente, sua postura crítica em relação ao regime cubano e às políticas migratórias dos EUA o mantém no centro da polêmica. Sua situação reflete a preocupação de muitos cubanos que chegaram recentemente sem um caminho claro de legalização.
Como afetam as políticas migratórias de Donald Trump os cubanos nos EUA?
As políticas de Trump geraram medo entre os cubanos com status migratório precário, como os beneficiários do parol humanitário e aqueles com I-220A. A revogação desses status poderia expor milhares a processos de deportação, aumentando a incerteza sobre seu futuro nos Estados Unidos.
O que é o status I-220A e como afeta os imigrantes cubanos?
O status I-220A é um permissão temporária de permanência nos EUA concedida a imigrantes enquanto aguardam resoluções legais. Muitos cubanos com esse status temem a deportação devido à falta de um caminho claro para a legalização, o que gera grande incerteza na comunidade cubana.
Por que alguns cubanos optam pela autodeportação nos EUA?
Alguns cubanos optam pela autodeportação devido à incerteza e falta de informação sobre suas opções migratórias nos EUA. Temem ser detidos e deportados à força, por isso preferem retornar voluntariamente a Cuba, apesar das dificuldades econômicas e sociais na ilha.
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