Díaz-Canel deseja usar inteligência artificial para emancipar Cuba: "Não podemos ficar para trás"

Díaz-Canel quer impulsar a IA em Cuba apesar das limitações tecnológicas. O governo propõe adaptar a educação universitária para fortalecer o desenvolvimento nesta área, buscando superar defasagens e modernizar o país.


O governante Miguel Díaz-Canel Bermúdez teve nesta terça-feira um encontro com o Conselho Consultivo de Inteligência Artificial em Cuba, onde insistiu que o país não pode ficar para trás nessa área.

Em Cuba há apagões sistemáticos, dificuldades de acesso à Internet, escassez de equipamentos técnicos e obsolescência tecnológica, mas Díaz-Canel insiste que o caminho a seguir para "emancipar o país" é o uso da IA.

O mundo está mudando muito rápido e nós não podemos ficar para trás. Para um país como o nosso, a inteligência artificial decide. Temos potencialidades porque, independentemente da infraestrutura e tal..., trata-se de conhecimento e preparação. É como na biotecnologia, onde conseguimos nos igualar ao mundo em pouco tempo", afirmou Díaz-Canel.

Durante a troca, o Conselho Consultivo recomendou preparar os estudantes cubanos, especialmente os universitários, em temas de inteligência artificial.

Sugiram modificar os planos de estudo do curso de Engenharia Informática e outros afins, além de selecionar estudantes de alto desempenho para impulsionar projetos pilotos no país.

Não é a primeira vez que o mandatário cubano aborda este tema. Em dezembro passado, durante uma reunião do Conselho de Ministros, Díaz-Canel declarou sua intenção de utilizar a IA como ferramenta chave para enfrentar os profundos problemas do país.

"Todo mundo está falando sobre inteligência artificial e está aplicando inteligência artificial nos processos", disse então.

Em janeiro de 2025, voltou a reiterar a mesma ideia. Reconheceu que o país não possui infraestrutura para impulsionar projetos de IA, mas, em sua opinião, há capital humano e, portanto, os cubanos podem "aspirar a estar na vanguarda disso, pelo menos na América Latina e no Caribe".

Suas declarações contrastam com a dura realidade enfrentada pela população e pelos profissionais em Cuba, pois muitas vezes não contam nem mesmo com um telefone móvel moderno que tenha boa conectividade.

Perguntas Frequentes sobre o Uso da Inteligência Artificial em Cuba

Por que Díaz-Canel quer usar inteligência artificial em Cuba?

Díaz-Canel quer usar inteligência artificial para emancipar Cuba e não ficar para trás no avanço tecnológico global. Apesar das carências tecnológicas e econômicas do país, o governante insiste que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta-chave para enfrentar os problemas de Cuba, semelhante ao que ocorreu com a biotecnologia.

Quais são as contradições no discurso de Díaz-Canel sobre a inteligência artificial?

Apesar de Díaz-Canel promover a inteligência artificial como um caminho para o desenvolvimento, a realidade cubana é marcada por apagões, falta de acesso à internet e uma infraestrutura tecnológica obsoleta. Essas condições fazem com que suas propostas pareçam mais propaganda do que um verdadeiro esforço por progresso, uma vez que, sem recursos básicos, a implementação de tecnologias avançadas é inviável.

O que os especialistas opinam sobre a viabilidade de implementar inteligência artificial em Cuba?

Os especialistas concordam que, sem uma abertura econômica e social real, é difícil que Cuba consiga implementar uma estratégia tecnológica de ponta. A falta de infraestrutura adequada, recursos e liberdade para inovar são barreiras significativas que impedem o país de aproveitar plenamente o potencial da inteligência artificial.

Como planeia o governo cubano preparar as novas gerações em inteligência artificial?

O Conselho Consultivo de Inteligência Artificial em Cuba recomendou modificar os planos de estudo universitários para incluir temas de inteligência artificial. Além disso, sugerem selecionar alunos de alto desempenho para impulsionar projetos piloto no país, embora ainda não esteja claro como essas recomendações serão implementadas, dado o contexto atual.

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