Uma Cuba às escuras: elevado déficit de geração se transforma em um pesadelo cotidiano

Cuba sofre apagões devido a um déficit de geração de 1.320 MW. A UNE enfrenta quebras e falta de combustível.

Apagão em Cuba (Imagem de referência feita com IA)Foto © Gork / CiberCuba

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Cuba enfrenta nesta terça-feira, 25 de março, uma nova jornada de apagões massivos devido à crítica situação do Sistema Elétrico Nacional (SEN), afetado por quebras, manutenções e falta de combustível. A União Elétrica (UNE) alertou que as previsões para o horário de pico antecipam um déficit severo, com mais de 1.300 MW de diferença entre a demanda e a capacidade disponível.

As afetações começaram ontem, segunda-feira, às 4h51 da manhã e se estenderam durante todo o dia e a madrugada de hoje. A maior afetação de segunda-feira foi registrada às 20h20, com 1.454 MW fora de serviço, coincidindo com o pico de demanda. Segundo a UNE, o impacto foi superior ao planejado devido à não entrada em funcionamento da unidade 6 da CTE Renté.

Nesta terça-feira, a situação está longe de melhorar. Às 7:00 da manhã, a disponibilidade do SEN era de 1.840 MW, em comparação com uma demanda de 2.540 MW, o que resultava em um déficit de 737 MW e afetava significativamente o serviço elétrico. Para o horário do meio-dia, estimava-se um aumento na afetacão para até 900 MW.

Quanto às centrais, permanecem avariadas a unidade 6 da CTE Nuevitas e a unidade 2 da CTE Felton. Além disso, estão em manutenção outras cinco: a unidade 8 do Mariel, a unidade 2 de Santa Cruz, as unidades 3 e 4 de Cienfuegos e a unidade 5 de Renté.

A geração térmica também apresenta limitações de 377 MW, enquanto 82 centrais de geração distribuída estão fora de serviço devido à falta de combustível, causando uma perda adicional de 472 MW.

Apesar da entrada planejada da unidade 6 de Nuevitas com 100 MW para o horário de pico, a previsão continua sendo desfavorável. Estima-se uma disponibilidade de 1.940 MW ante uma demanda máxima de 3.260 MW, o que geraria um déficit de 1.320 MW. A UNE prevê que, se as condições se mantiverem, a afetacão alcance 1.390 MW esta noite.

Em meio ao panorama crítico, a UNE destacou que os novos parques solares fotovoltaicos —localizados na Escola de Enfermagem (Havanna), Alcalde Mayor (Cienfuegos) e La Sabana (Granma)— geraram em conjunto 334 MWh no dia anterior, 64 MWh a mais do que o previsto.

Apagões rotativos em Havana

A Empresa Elétrica de Havana anunciou um cronograma de apagões rotativos para esta terça-feira, devido ao déficit generalizado do SEN. Os blocos de afetamento serão:

  • Bloque #1: das 10:00 às 14:00.
  • Bloque #2: das 11h às 15h.
  • Bloco #4: das 15h00 às 19h00.
  • Bloque #3: das 18h às 22h.

As autoridades instaram os usuários a se manterem informados por meio de suas contas oficiais no Telegram, Facebook e X, além da linha direta 18888.

Facebook / Empresa Elétrica de Havana

Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba

Qual é a situação atual do sistema elétrico em Cuba?

Cuba enfrenta uma grave crise energética com apagões em massa devido a um déficit na geração elétrica. O Sistema Elétrico Nacional (SEN) possui uma capacidade de geração insuficiente para atender à demanda, resultando em cortes de energia prolongados que afetam toda a população.

Quais são as causas do déficit elétrico em Cuba?

O déficit elétrico em Cuba deve-se a múltiplos fatores: falhas em centrais termelétricas, manutenções programadas e falta de combustível. Esses problemas deixaram fora de serviço várias unidades de geração e reduziram significativamente a capacidade de geração do SEN.

Como os apagões estão afetando a população cubana?

Os apagões afetam gravemente a vida cotidiana dos cubanos, interrompendo atividades essenciais como o preparo de alimentos, o uso de eletrodomésticos e a conservação de alimentos. Também impactam o funcionamento de serviços essenciais como hospitais, agravando a situação econômica e social no país.

Que medidas está tomando o governo cubano para enfrentar a crise energética?

O governo cubano implementou cortes programados de energia para gerenciar o déficit elétrico. No entanto, essas medidas têm sido insuficientes para resolver a crise, e a falta de investimento em infraestrutura energética e a escassez de combustível continuam a agravar a situação.

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