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O governo cubano volta a evidenciar sua desconexão com a realidade do país ao anunciar a reabertura do shopping 5ta e 96, no município Playa, Havana, apresentando como uma “boa notícia para todos” o fato de vender em dólares cada vez mais produtos básicos.
O estabelecimento, que pertence à rede Tiendas Caribe, funcionará sob o mesmo esquema que tem gerado crescente descontentamento na população: vendas exclusivamente em moedas estrangeiras, às quais a maioria dos cubanos não tem acesso.
Através de uma publicação de marcada por um tom triunfante, é promovido que o local chega “renovado”, com “uma ampla variedade de produtos” e métodos de pagamento em cartões internacionais (VISA, MasterCard e MIR).
Esta reabertura não é um fato isolado. Há meses, o regime tem intensificado a abertura de lojas em dólares, enquanto os mercados em moeda nacional continuam desabastecidos e o salário médio não cobre nem uma fração das necessidades básicas.
Nesse contexto, afirmar que essas lojas representam “boas notícias para todos” é, no mínimo, uma zombaria para milhões de famílias que sobrevivem em meio a apagões, inflação e escassez.
A proliferação desses comércios exclusivos em divisas aprofundou a desigualdade social e normalizou uma economia paralela onde apenas aqueles que recebem remessas do exterior ou têm acesso a divisas podem comprar produtos essenciais.
Apresentar a reabertura de um centro comercial onde a maioria dos cubanos não pode comprar nem um litro de óleo é outra demonstração de como o discurso oficial continua afastado da realidade do povo.
Outra loja de câmbio em Guantánamo
Tiendas Caribe reinaugurou neste sábado a loja Lily Modas, em Guantánamo, que reabriu suas portas sob uma “nova modalidade de vendas”, voltada exclusivamente para aqueles que podem pagar com cartões em divisas estrangeiras.
O estabelecimento funcionará de segunda a sábado, das 9h às 17h30, e aos domingos até às 13h30, aceitando pagamentos somente por meio de cartões VISA, MasterCard, MIR, cartões pré-pagos BANDEC, AIS, Clásica e Viajero. Como já é habitual, não é permitido o uso de pesos cubanos, a moeda oficial com a qual se pagam salários e pensões no país.
Perguntas frequentes sobre a reabertura de lojas em dólares em Cuba
Por que o governo cubano está reabrindo lojas em dólares?
O governo cubano está reabrindo lojas em dólares como uma estratégia para captar divisas estrangeiras, em meio a uma crise econômica que gerou escassez de produtos básicos no país. Este modelo busca atrair dólares para uso em setores estratégicos e no comércio exterior, mas tem sido criticado por aumentar a desigualdade social, uma vez que muitos cubanos não têm acesso a essas divisas.
Como a dolarização parcial afeta os cubanos?
A dolarização parcial da economia cubana exacerbou as desigualdades sociais, já que apenas aqueles que têm acesso a dólares, frequentemente por meio de remessas, podem comprar nessas lojas. Enquanto isso, os mercados em pesos cubanos enfrentam desabastecimento, e o salário médio na moeda nacional não é suficiente para cobrir as necessidades básicas.
Que produtos podem ser encontrados nas lojas em dólares?
As lojas em dólares em Cuba oferecem uma ampla gama de produtos, que incluem artigos de higiene pessoal, alimentos, bebidas, eletrodomésticos e produtos para o lar. Essas lojas costumam estar melhor abastecidas do que as que operam em moeda nacional, o que gera descontentamento entre a população que não consegue acessá-las.
Que formas de pagamento são aceitas nessas lojas?
Nas lojas em dólares em Cuba, são aceitos pagamentos por meio de cartões internacionais como VISA, MasterCard e MIR, além de cartões pré-pagos emitidos por bancos locais como BANDEC, AIS, Viajero e Clásica. Não é permitido o uso de pesos cubanos.
Qual é a reação da população diante dessas aberturas?
A abertura de lojas em dólares gerou críticas e descontentamento na população cubana, que vê essas medidas como uma zombaria às suas dificuldades econômicas diárias. Muitos consideram que essas lojas não resolvem a crise e apenas beneficiam aqueles que têm acesso a moedas fortes, ampliando a disparidade econômica no país.
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