Turista canadense denuncia agressão em um hotel de Cuba

A mulher foi agredida por outro hóspede. O atendimento do hotel foi péssimo. Apesar de contatar a polícia e a embaixada, o agressor não enfrenta acusações.


Uma turista canadense denunciou ter sido agredida durante sua estadia no hotel The Blau, em Varadero, na noite de 3 de março.

A vítima se chama Crystal Jardine e, conforme relatou no Facebook, tudo aconteceu quando ela estava no bar da praia com seu marido e um homem se aproximou e pediu um cigarro. Ela deu o cigarro a ele e, depois, uma mulher (aparentemente parceira do sujeito) a confrontou de forma agressiva, acusando-a de flertar com ele.

"Eu pedi firmemente que ele se fosse, e finalmente ele foi. Aproximadamente 30 minutos depois, o homem voltou do outro lado do balcão e, sem provocação, me acertou um soco no rosto. Ele também atacou fisicamente meu marido", detalhou.

Para consterna de Crystal, a segurança do complexo não deteve o agressor, outro hóspede canadense, e lhe permitiu voltar para o seu quarto.

"O pessoal do hotel inicialmente não tratou esta situação com urgência. Consegui entrar em contato com a Embaixada do Canadá, e foi apenas depois de informar a recepção sobre isso que o assunto pareceu ser levado mais a sério," denunciou ela.

"Chamei a polícia várias vezes, mas as chamadas se desconectavam toda vez que eu mencionava o nome do complexo. Finalmente recebi atendimento médico em um centro de urgência por minhas lesões, incluindo um olho fechado e inchado", acrescentou.

Captura do Facebook / Crystal Jardine

No hospital, a turista comunicou à Polícia que apresentaria queixa. Informaram-lhe que iriam ao complexo às 9:00 da manhã e, às 6:00 da tarde, ainda não tinham chegado. Após uma chamada telefónica, disseram-lhe que deveria esperar até o dia seguinte.

"A falta de transparência e apoio tanto do hotel quanto das autoridades locais é profundamente preocupante. O homem responsável pelo assalto continua nas instalações do complexo, segundo o pessoal, o que é extremamente preocupante para minha segurança e a de outros hóspedes", expressou com indignação.

A afetada comentou que a situação lhe causou uma grande angústia, sobretudo sabendo que o agressor não foi considerado responsável.

Já de volta ao seu país, Crystal, residente em Ontário, relatou sua história para CTV News. No dia 21 de março, ela ainda não tinha se recuperado totalmente do olho roxo que o soco que recebeu no rosto lhe deixou.

Ella e seu esposo viajaram no dia 28 de fevereiro para uma estadia de cinco dias em um resort em Varadero com a Sunwing Vacations, e o incidente ocorreu no segundo dia da viagem.

Na noite do ataque, o agressor a agrediu, derrubou seu marido e se lançou sobre ele para golpeá-lo. Foi contido pelos seguranças, mas em vez de detê-lo, apenas lhe disseram para ir embora.

Após contatar a polícia, disseram a ela que, se apresentasse queixas, teria que permanecer em Cuba.

"Não tenho o nome do homem; o complexo turístico não quer me dar. Não me entregaram um relatório oficial da agressão. A única informação que me deram é que ele era canadense", denunciou.

CTV News contactou a Sunwing Vacations, que confirmou o incidente. Por sua vez, o resort apenas afirmou que o ocorrido está sob investigação e foram incluídas declarações de testemunhas.

O advogado de defesa criminal Joseph Neuberger esclareceu que, embora Jardine não possa apresentar acusações no Canadá, ele pode localizar o suposto agressor.

"Devido ao direito internacional, não se pode apresentar nenhuma acusação penal contra ele no Canadá, uma vez que a jurisdição é Cuba. Uma vez no Canadá, seu único recurso, se soubesse os dados pessoais, o nome, o endereço, etc., do indivíduo, seria iniciar uma ação civil por agressão", precisou.

A turista quer que o homem que a agrediu seja processado.

Sua única esperança é que, com a atenção das redes sociais, ele seja levado à justiça e que sejam tomadas as medidas adequadas para proteger outros no futuro.

"É repugnante que alguém possa fazer isso, sabendo que é canadense e que também pode fazê-lo. Tudo isso não está certo. Quero que este homem responda pelo que me fez", ressaltou.

Perguntas frequentes sobre incidentes de turistas em Cuba

O que aconteceu com Crystal Jardine no hotel de Varadero?

Crystal Jardine foi agredida fisicamente por outro hóspede enquanto estava no bar da praia do hotel The Blau em Varadero. O agressor, um homem também canadense, a golpeou no rosto e atacou seu marido sem provocação aparente.

Qual foi a resposta do hotel e das autoridades locais diante da agressão?

Inicialmente, a segurança do hotel não deteve o agressor e não demonstraram urgência em lidar com a situação. A polícia cubana foi notificada, mas demorou a responder, e o homem responsável pela agressão não foi preso imediatamente, o que causou grande preocupação a Crystal Jardine e sua família.

Quais opções legais Crystal Jardine tem após o incidente em Cuba?

Devido ao fato de o incidente ter ocorrido em Cuba, Crystal Jardine não pode apresentar acusações criminais no Canadá. Sua única opção seria iniciar uma ação civil contra o agressor se conseguir obter suas informações pessoais, como nome e endereço.

Como a insegurança tem afetado os turistas canadenses em Cuba?

A insegurança e a falta de resposta adequada por parte das autoridades cubanas geraram desconfiança entre os turistas canadenses. Casos de agressões, roubos e acidentes mal geridos foram relatados, o que levou alguns turistas a reconsiderar suas viagens à ilha.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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