Menino cubano com câncer espera há um ano por um visto humanitário que não chega: "Suas veias não aguentam mais"

O pai entrou em contato há alguns meses com o escritório do então senador Marco Rubio, que intercedeu em favor do menor, para que o USCIS acelerasse a análise do caso. Mas os tempos se alongam e a saúde de Jorgito se deteriora

Jorge Esteban Reina Llerena é um menino cubano que espera um visto humanitárioFoto © Arlety Llerena / Facebook

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O menino cubano Jorge Esteban Reina Llerena está há mais de um ano esperando um visto humanitário para poder viajar para os Estados Unidos, onde tem garantido um transplante de medula que não pode ser realizado em Cuba. Seu caso ganhou relevância quando o pai do menor, que reside na Flórida, contatou o escritório do então senador Marco Rubio, hoje secretário de Estado dos EUA, e este intercedeu junto ao USCIS no ano passado. Naquele momento, o serviço de Imigração se comprometeu a acelerar o estudo do processo migratório do menino e o regime cubano reagiu entrevistando médicos e publicando fotos do menor sem o consentimento da família.

Mais de um ano depois, o visto humanitário não chega e a saúde de Jorgito piora, como explicou no Facebook sua mãe, Arlety Llerena. "Já suas veias não aguentam mais", escreveu em uma publicação na qual pede novamente ajuda para seu filho.

"Hoje escrevo mais uma vez pedindo ajuda para meu filho. Ainda estamos esperando a data da entrevista para o visto humanitário para os Estados Unidos. Já faz um ano e ainda nada. Essa espera tem causado o agravamento da doença. Os tratamentos e os esquemas indicados não estão cumprindo sua função de manter a doença estável. Neste momento, ele está internado porque tem uma bactéria e ainda não se sabe qual é. Está há cinco dias com febre", escreveu.

Segundo explica em seu post no Meta, trata-se de uma das "complicações mínimas" que a criança pode enfrentar, que tem sete anos e passou cinco deles lutando contra a leucemia e a escassez de medicamentos contra o câncer.

"Para canalizá-lo, foram feitos 11 furos, pois suas veias já não suportam mais. Agora está canalizado no pé. Ele toma esteroides há anos, o que causou uma inflamação corporal e mudanças em seu rosto. Isso também prejudica sua saúde. A cada dia que passa, nossas esperanças se esgotam, as possibilidades de viver para ele. Por favor, ajude, que chegue aos ouvidos de quem tem a ver com os agendamentos no USCIS e que nos concedam a entrevista", acrescentou a mãe da criança.

Como publicou CiberCuba, Jorgito sofre de leucemia linfoblástica aguda e está à espera da entrevista para emigrar para os Estados Unidos, país onde tem a intenção de fazer um transplante de medula. Seu pai abriu há alguns meses uma campanha de arrecadação de fundos que ajudarão em todo o processo migratório, legal e hospitalar ao qual seu filho será submetido se conseguir chegar a Miami, onde o Nicklaus Children Hospital aceitou seu caso.

Em agosto do ano passado, Arlety Llerena soou o alarme e pediu, em uma entrevista concedida à CiberCuba, rapidez nos trâmites migratórios de seu filho.

No início de setembro de 2024, o então senador Marco Rubio conseguiu que o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos se comprometesse a dar prioridade ao caso de Jorgito, porque o transplante de medula é a única esperança que ele tem para viver. Em Cuba, esse tipo de intervenção não é realizado porque não existem as condições para isso, conforme confirmaram à família do menor fontes do hospital onde ele recebe tratamento em Havana.

A família enviou os documentos para o visto humanitário no início do ano passado. Mais de um ano depois, ainda não recebeu resposta.

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Tania Costa

(Havana, 1973) vive na Espanha. Ela dirigiu o jornal espanhol El Faro de Melilla e FaroTV Melilla. Foi chefe da edição de Murcia do 20 minutos e assessora de Comunicação da Vice-Presidência do Governo de Múrcia (Espanha).

Tania Costa

(Havana, 1973) vive na Espanha. Ela dirigiu o jornal espanhol El Faro de Melilla e FaroTV Melilla. Foi chefe da edição de Murcia do 20 minutos e assessora de Comunicação da Vice-Presidência do Governo de Múrcia (Espanha).