Recaudam dinheiro para Jorgito, o menino cubano com leucemia à espera de emigrar para os EUA.

Seu pai, residente nos Estados Unidos, abriu uma conta para reunir doações no Give a Hand, depois que o Nicklaus Children Hospital aceitou realizar o transplante de medula que ele precisa, pois isso "não é feito em Cuba há anos".


Jorge Reina, o pai do menino cubano Jorge Esteban Reina Llerena (Jorgito), que sofre de leucemia linfoblástica aguda e está à espera da entrevista para emigrar para os Estados Unidos, país onde pretende fazer um transplante de medula, iniciou uma campanha de arrecadação de fundos que ajudem em todo o processo migratório, legal e hospitalar ao qual seu filho será submetido se conseguir chegar a Miami, onde o Nicklaus Children Hospital aceitou seu caso.

Em um post comovente compartilhado na plataforma de crowdfunding Give a Hand, Jorge Reina lembra que já havia solicitado um visto de turismo para que seu filho pudesse viajar com sua mãe para os Estados Unidos, mas as autoridades migratórias negaram a autorização sem nenhuma explicação em 23 de janeiro de 2024. Agora eles retomaram o processo, solicitando um visto humanitário.

"Detalho tudo isso com lágrimas nos olhos, pois ainda não vejo a solução de tê-lo aqui (nos EUA) para dar vida ao meu Jorgito. Não há nada mais triste do que sofrer ao ver o rosto do meu filho em cada videochamada e projetar seu rosto que, apesar de tanta ingenuidade, mantém sempre um sorriso como se hoje nada nos acontecesse", escreve o pai em seu post "Um grão de areia para salvar a vida do meu filho com leucemia, Jorgito", que desde 3 de agosto reuniu quase 7.000 dólares, dos 45.000 que aspira arrecadar. (Para colaborar, clique aqui)

Segundo explica o pai da criança, ele deixou Cuba quando Jorgito tinha oito meses de idade. Hoje ele tem sete anos e está lutando contra o câncer há cinco anos.

"Meu filho, Jorge Esteban Reina Llerena, de 7 aninhos de idade, nascido em Cuba, é o protagonista desta triste história que continua esperando pela terapia única que poderia salvar sua vida. Quando meu filho tinha apenas 8 meses, saí de Cuba, país que não consegui voltar a pisar por razões alheias a mim. Enfim, passou todo um ano e, em meio a tudo o que carrega o ser um emigrante, chegou aquele mês de janeiro de 2019, no qual recebi a mais triste notícia, que meu filho foi diagnosticado com Leucemia Linfoblástica Aguda."

A partir daí, explica Jorge Reina, começaram os tratamentos de quimioterapia e os esforços de Miami para enviar todos os medicamentos e até o instrumental médico que a criança precisava em cada momento.

Mas a saúde de seu filho começou a se deteriorar devido à sua imunodepressão. Também houve complicações. "Tristemente, meu bebê apresenta uma recaída da doença a nível testicular, que levou à extirpação de um dos testículos, novamente submetido a um procedimento cirúrgico e que além das avaliações médicas mensais que eram complementadas com punções lombares e em reiteradas ocasiões com biópsia medular em busca de proliferação da doença ou extensão a outros sistemas. Motivo pelo qual levou a uma modificação do tratamento intensificando novamente a terapia (quimioterapias), segundo os protocolos cubanos com um percentual muito mais baixo de sucesso terapêutico (40%), mas sempre abrigando a fé de resolver e despertar dessa terrível pesadelo que começamos a viver naquele 15 de janeiro de 2019", acrescenta o pai no post compartilhado no Give a Hand.

Mas, apesar dos esforços, a criança teve uma segunda recaída. "Apesar das opções disponíveis, meu filho apresentou pela segunda vez a recidiva da doença a nível testicular (testículo que ficou) e nos falam da única opção que ofereceria as taxas mais altas, embora sejam baixas (10%), de probabilidade de cura, a terapia alogênica (transplante de medula), cujo procedimento não é realizado em Cuba há alguns anos".

E entendendo que a porcentagem de esperança é baixa (10%), essa esperança existe, mas não em Cuba. Daí a urgência em transferir a criança o mais rápido possível para os Estados Unidos.

"Hoje não me mostro apenas como o homem afogado em seus tristes sentimentos, mas como um pai desesperado que sente afundar na desesperação. Criamos esta conta para poder ajudar a cobrir parte das despesas que enfrentamos em relação aos trâmites migratórios e ao início do tratamento que futuramente meu filho receberia ao chegar aos EUA", acrescenta o pai no Give a Hand, agradecendo qualquer colaboração, assim como orações que ajudem Jorgito a sair de Cuba e lutar pela sua vida.

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Tania Costa

(La Habana, 1973) vive na Espanha. Dirigiu o jornal espanhol El Faro de Melilla e FaroTV Melilla. Foi chefe da edição murciana de 20 minutos e assessora de Comunicação da Vice-Presidência do Governo da Murcia (Espanha).


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